Vice-presidente do PT, professora, feminista e líder estudantil; conheça a pré-candidata a vereadora Julia Oliveira

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Nascida e criada no Areal, aqui em Feira de Santana, a professora, feminista e vice-presidente do PT municipal, Julia Oliveira, aos 28 anos, anunciou oficialmente a sua pré-candidatura ao legislativo feirense.

Um dos novos quadros da política, a petista tem sua trajetória política diretamente ligada aos movimentos estudantis, desde o ensino médio, quando foi presidente do Grêmio do Rotaty, liderando movimentos contra o aumento da passagem, até a graduação na UEFS.

Formada em Geografia, Julia Oliveira hoje exerce o cargo de assessora parlamentar. Mas nem sempre foi assim. Ao Blog do Velame, a pré-candidata contou que já precisou trabalhar como comerciária, atendente de telemarketing, recepcionista, vendendo brigadeiro, fazendo bico em docerias e como ajudante de decoração.

Fundadora do Coletivo Coletivo de Mulheres ‘Sou Frida’, a sua pré-candidatura surgiu por um desejo coletivo de dar voz a pautas que hoje não encontram representatividade na Câmara, além de uma inquietação diante das injustiças sociais.

“Durante minha trajetória, percebi que só a atuação nos movimentos não seria suficiente para mudar a realidade que vivemos. A militância é importante, mas, é preciso que tenhamos pessoas comprometidas com as mudanças sociais nos espaços institucionais, como nas Câmaras de Vereadores, por exemplo. Por isso, após o acúmulo de debates com a militância, meu nome surgiu como representante de um projeto coletivo”, explica a pré-candidata.

Se eleita, afirma que os seus compromissos serão de “um mandato com forte ligação com os movimentos sociais, comprometido com a justiça social e a igualdade de oportunidades, que passe pela pauta da mulher, da educação e da juventude”.

Caminhando ao lado do pré-candidato a prefeito, deputado federal Zé Neto (PT), Julia Oliveira faz críticas ao grupo político que governa a cidade, apontando a necessidade da renovação no executivo.

Se eleita, quais bandeiras ou pautas pretende levar para a Câmara?

Acredito que é preciso um mandato com forte ligação com os movimentos sociais, comprometido com a justiça social e a igualdade de oportunidades, que passe pela pauta da mulher, da educação e da juventude.

Uma pauta importante é a luta pelas creches e pela educação em tempo integral. A falta de vagas nas creches prejudica muito as mães, que muitas vezes perdem oportunidades de trabalho por não ter quem cuide das crianças. Precisamos, também, pensar em políticas públicas em apoio às mulheres que criam seus filhos sem apoio dos pais. São milhares de crianças sem o pai no registro e outras milhares que não recebem pensão. Penso que não é um problema privado, mas que a sociedade precisa apoiar as famílias.

Vou defender o fortalecimento das parcerias com as universidades e faculdades, garantindo apoio jurídico às crianças e suas mães que passam por esta triste realidade.

Além disso, é preciso uma reestruturação e ampliação da rede urbana municipal. A cidade passou por um crescimento do tecido urbano, foram milhares de casas construídas, porém o município não ampliou a oferta dos serviços públicos, nem para cidade nem para o campo, onde estão os distritos, na zona rural.

Penso que o acúmulo trazido pela graduação em Geografia também ajude a compreender a necessidade de pensar o direito à cidade ao versar temas como construção e ampliação de ciclovias, projetos de arborização, fortalecimento dos espaços culturais e esportivos da cidade, além do debate sobre a questão da moradia, merenda e transporte escolar. Quero levar para Câmara o debate de Feira como uma cidade grande e moderna como ela é, sem esquecer do seu povo.

Dentre os pré-candidatos a prefeito apresentados, qual terá o seu apoio e por qual razão?

Meu pré-candidato a prefeito é Zé Neto. Penso que ele apresenta o melhor projeto para Feira de Santana. Já foi Vereador, Deputado Estadual e agora é Federal. Tem experiência e apoio do presidente Lula e Governador Jerônimo. Ele reúne as melhores condições para construir uma nova história em Feira de Santana.

O PT vem trabalhando e melhorando a vida das pessoas no Brasil e na Bahia, agora precisa de uma oportunidade em Feira de Santana. A volta dos programas sociais que beneficiam o povo brasileiro em áreas como educação, saúde, cultura, emprego e renda, é a bandeira defendida por mim, e por Zé Neto. Repetir as mesmas figuras ou aquelas que sempre orbitaram em torno da gestão atual não trará as mudanças significativas que precisamos na política da cidade.

O que a pré-candidata entende que é preciso mudar em Feira de Santana?

Nossa cidade é governada pelo mesmo grupo há 24 anos e o governo Colbert Martins é o fundo do poço. Feira é a maior cidade do interior da Bahia, mas que mantém uma estrutura política ainda limitada, antiga. A prova é que não temos sequer um Hospital Geral Municipal. O transporte coletivo é péssimo, não existe um projeto de mobilidade urbana que integre a cidade. A saúde é precária e desassistida, passa por problemas como falta de itens básicos para tratamentos nos postos de saúde. Não temos um planejamento e o governo não dá prioridade aos problemas sociais.

Precisamos mudar a forma de gestão e a maneira de se fazer política, colocando a população mais necessitada como prioridade. Os sérios problemas que passamos é por falta de vontade da gestão que não tem interesse em resolvê-los. Em alguns casos não sabemos nem como a verba destinada para determinada área foi gasta pois não existe uma transparência que preste contas de como nosso orçamento é investido.

É inadmissível que ainda tenhamos casas alagadas e as pessoas perdendo todos os seus bens quando chove por algumas horas na cidade, por exemplo, e a gente não tenha acesso detalhado de como foi empregado a verba para drenagem das ruas.

A Câmara Municipal caiu muito, em termos de qualidade de debates sobre projetos para cidade, e se transformou num palanque para ataques de interesses pessoais, como se a Casa da Cidadania fosse uma extensão do quintal das casas dos vereadores que ali estão, salvo algumas exceções, claro.

Mudar a política e a gestão através da renovação dos nomes dos politicos da Camara e da Prefeitura. Precisamos de novas pessoas, com novos projetos que pense em Feira com carinho, amor e cuidado e que trabalhe pelo bem da cidade.