TODO FEIRENSE /
30 de janeiro de 2021 - 09h 00m
Todo feirense tem um amigo que é cliente de Alaíde
Por Maurício Borges*
Santo Antônio dos Prazeres. Um bairro com nome bem apropriado para abrigar um dos centros de entretenimento mais conhecidos da cidade, o Brega de Alaíde. Onde acontece o sapeca iá iá, o vuco-vuco, o famoso tchaca tchaca na butchaca. Todo Feirense sabe que pode ter 37.895 Alaídes registradas em cartório no Brasil, mas só uma importa.
Santo Antônio dos Prazeres. Um bairro com nome bem apropriado para abrigar um dos centros de entretenimento mais conhecidos da cidade, o Brega de Alaíde. Onde acontece o sapeca iá iá, o vuco-vuco, o famoso tchaca tchaca na butchaca. Todo Feirense sabe que pode ter 37.895 Alaídes registradas em cartório no Brasil, mas só uma importa.
Mais novo, quando eu ia à chácara de um tio meu lá no Santo Antônio, bastava o carro passar em frente ao brega que meus primos soltavam a piadinha: “Para que fulano vai descer!”, daí ficava aquele kikikikakaka no carro. Hoje, depois de adulto, recorri às avaliações do Google para saber o que comentam sobre o local. “Excelente para quem quer sair da rotina um pouco”. “Um ótimo lugar para você relaxar”. “Diversão garantida”. Parece até a descrição de um resort. O Google descreve o espaço como Danceteria, Boate, Clube… Mas a gente sabe que o Queens Alaíde é um dos centros de recreação +18 referência da cidade.
Mas Alaíde não é exclusividade em Feira. Aquela casa com muros pretos, que fica próxima ao Boulevard, também faz sucesso por aqui. Mariscão… algum desavisado pode até ler a fachada e achar que é um restaurante de comida baiana, mas todo feirense sabe que a pedida lá é outra.
Me recordo que quando eu fui em um brega, pela primeira e única vez, eu tinha uns 8 anos. Minha mãe trabalhava num mercado que vendia bebidas pra Lorentina, a dona de um desses centros de entretenimento ali perto da Gabriela. Lembro que, no final do mês, mainha passava no brega de Lore para pegar o dinheiro das compras, e certa vez ela me levou junto. Acontece que minha mãe é do tipo que puxa papo com qualquer desconhecida na fila da padaria com o famigerado “aquele ali é o meu mais velho. bonitão né?”. E nesse dia não foi diferente, ela me apresentou ao brega inteiro!
– “Dá um oi às meninas, Maurício…”
– “Rói… Lorentina, né?”
Lembro que foi uma agonia, as meninas ficaram me elogiando e apertando a minha bochecha. Eu reparava nas maquiagens extravagantes e nos espartilhos. E foi nesse dia que eu descobri o que queria ser quando crescesse. Brincadeira. E essa foi a experiência mais íntima que eu tive com uma profissional do sexo.
Maurício Borges é feirense, redator publicitário e apaixonado por crônicas. Escreve para o Blog do Velame aos domingos.
Maurício Borges é feirense, redator publicitário e apaixonado por crônicas. Escreve para o Blog do Velame aos domingos.
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