PERSONAGENS DE FEIRA: Conheça a história de Virna Jandiroba
Por João Guilherme Dias
Tenho certeza que você já ouviu esse nome: Virna Jandiroba. Pois é, a história dela que a gente vai conhecer nessa semana na série de reportagens do Blog do Velame sobre personagens de Feira de Santana. Virna nasceu em Serrinha, mas, disse que é uma feirense do coração, que nasceu em 1988.
A sua infância foi tranquila, marcada por timidez, Virna contou que na escola até chegaram a pensar que ela tinha dificuldade para falar, mas, a explicação era outra, “eu vivia no meu mundo”. Contudo, ao chegar na adolescência isso mudou um pouco, a lutadora brinca que, “aprontei um bocadinho”.
Virna explica que foi criada dentro das artes marciais, a primeira experiência foi aos 12 anos, no Kung Fu, mas, ela não demorou muito por lá, a turma era toda formada por meninos e o machismo, fez com que a jovem atleta saísse do Kung Fu. Foi para o Judô, também não ficou muito tempo, logo foi convencida por um professor de Jiu Jitsu que ela tinha jeito pra coisa. Aceitou, o professor foi certeiro, a adolescente exclamou que o novo desafio, “foi amor à primeira vista”.
Já na fase adulta, mais uma migração, a serrinhense foi pra o MMA, com só dois meses já estava competindo. A partir daí, as dificuldades que a maioria das mulheres, nordestinas e atletas, enfrentam: desvalorização. Virna não encontrava adversárias no Norte e Nordeste, e a grana era pouca para competir no eixo Sul-Sudeste.
Entre os anos de 2014 e 2015, Jandiroba se mudou definitivamente para Feira de Santana – antes ela ia e voltava todos os dias de Serrinha, para treinar e para fazer a graduação na UEFS – a mudança era pra aumentar ainda mais a sua performance profissional.
Em março de 2018, lutando nos Estados Unidos, a serrinhense venceu o cinturão peso-palha do Invicta FC, “a passagem pelo Invicta foi determinante para o meu amadurecimento”. Mal sabia Virna que pouco mais que um ano depois de ganhar o cinturão, ela iria estrear no Ultimate Fight Championship.
Falando em UFC, o convite veio só com 20 dias de antecedência para a luta, Virna não titubeou e aceitou o desafio. Infelizmente, a estreia veio com derrota, “fiz uma boa luta, mas, foi definida no detalhe”, conta a lutadora. No final daquele ano, mais um combate no UFC, esse, Virna venceu.
Já durante a pandemia do novo coronavírus, mais uma luta, desta vez, a feirense do coração estava realizando um sonho: lutar em Las Vegas, nos Estados Unidos. Mas, não foi só isso, Virna deu show e finalizou com tranquilidade a americana, Felice Herrig, e mais, ganhou o bônus como a performance da noite.
E ainda tem mais, Jandiroba entrou para o ranking do UFC, ela disse que “entrei pro jogo, nos mostramos para o mundo”. Só que Virna quer mais, muito mais, “nunca escondi a minha ambição de estar entre as melhores e disputar o cinturão”, afirmou.
Você deve ter reparado que não citei uma vez sequer o famoso apelido de Virna, ‘carcará’, pois é, a história desse apelido merecia um parágrafo específico. Ela explica que pensou muito em qual apelido utilizar, “eu queria algo que representasse o sertão”, um amigo sugeriu: ‘carcará’. Caiu como uma luva, “a ave tem características muito fortes, imponente, usa a adversidade para o desenvolvimento”, disse Virna ‘Carcará’ Jandiroba.
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A Virna dos octógonos, a gente já conhece, mas e a Virna fora deles? “Gosto de estar com os meus amigos, de ler, assistir filmes, eu gosto de fazer coisas que me desafiem, tô sempre buscando coisas novas, agora mesmo, estou aprendendo a tocar teclado”. Nessa pandemia, a ‘carcará’ disse que está sentindo falta de jogar boliche com os amigos.
Ao ser questionada sobre o que mudaria em Feira, Virna respondeu que não só aqui, mas, em todo o Brasil, “o incentivo ao esporte, sobretudo, na base, as pessoas têm direito de praticar o esporte”, finalizou. Valeu, Virna! Como você disse em Las Vegas, “deixem o carcará voar!”.