Pandemia não deve acabar em 2022, diz coordenador do Hospital de Campanha
Por Dandara Barreto
O Hospital de Campanha de Feira de Santana tem, nesta terça-feira(23), 26 pacientes internados em leitos clínicos e 16 em leitos de UTI. De acordo com o médico intensivista e coordenador da unidade hospitalar, Francisco Mota, a situação é crítica e deve permanecer assim por mais algum tempo. Mota afirma que o perfil dos pacientes internados mudou.“Mais de 50% das pessoas internadas tem menos de 60 anos. A faixa etária predominante é de pessoas entre 35 e 55 anos. No início da pandemia, os pacientes internados tinham, em sua maioria, 70 anos e possuíam comorbidades”, relevou. Estes números são reflexo do comportamento das pessoas, que não têm dado a devida importância ao que o vírus representa e tem se colocado constantemente em situações de aglomerações. Segundo o coordenador, os profissionais de saúde vivem um momento de extrema exaustão, uma vez que não há perspectiva de que as coisas melhorem. Além do baixo isolamento social como um agente facilitador para a disseminação do vírus, outro ponto importante é a falta de vacina. Como não há a possibilidade de uma vacinação em massa, o vírus vai sofrendo mutações, se tornando mais resistente e por isso, a população deverá conviver com pandemia por mais de três anos. “O ideal seria vacinar todo o mundo de uma vez. Não adianta só países ricos estarem vacinando a população, porque há circulação de pessoas em todo o planeta e se o vírus circula com elas, ele vai se modificando, então, enquanto isso (a vacinação) não acontecer, viveremos a pandemia por mais de três anos, Certamente, ela não acaba em 2022”, lamentou.