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(924) registro(s) encontrado(s) para a busca: CulturaMesmo com a pandemia, projeto Feira Sound System resiste
Fazer música e viver de cultura no Brasil já é sinônimo de resistência e, na pandemia, isso está longe de ser diferente. Mas o Feira Sound System que, desde 2018, já se tornou uma tradição na Princesa do Sertão, continua se reinventando. E a edição de 2021 promete: no mês de março, o evento ocorrerá de forma virtual e reunirá grandes artistas da cena local. Pra quem ainda não conhece, o “Feira Sound System” é um festival de música focado na difusão da cultura reggae regional e, além disso, reúne vários DJ’s, os chamados seletores, além de MC’s e B-Boys, dançarinos que animam ainda mais o projeto, típicos da chamada Cultura Sound System. Em 2018, foram realizadas as duas primeiras edições, uma no Zabumbar e outra no Beco da Energia, que se transformou em um verdadeiro celeiro cultural na cidade. Nessas edições, participaram importantes nomes do movimento, como o grupo Roça Sound, Magnata King Fyah, o produtor musical Lerry e nomes da nova cena do reggae feirense, como Jôh Ras, Toin Jornal e Gelmix. De lá pra cá, o projeto conseguiu influenciar iniciativas semelhantes em vários bairros e localidades periféricas de Feira, mostrando cada vez mais a sua força. Em 2020, já na pandemia, o movimento continuou resistindo e produziu uma terceira edição, o “Feira Sound Sytem Live Sessions”, reunindo artistas locais, com composições autorais inéditas e que acabou se transformando em um EP, produzido pelo Crossover Estúdio e gravado individualmente pelos músicos, em razão da pandemia do novo coronavírus. A iniciativa também ganhou um registro audiovisual, que está disponível no canal do YouTube do evento. Novamente com realização do Crossover Estúdio, o IV Feira Sound System também ocorrerá virtualmente, entre os dias 05 e 06 de março pelo YouTube e contará com uma programação formada por dez artistas feirenses que dialogam com a Reggae Music. Com apresentação de Ludimila Barros, esta edição busca trazer mais diversidade e respeito às minorias, com mais artistas mulheres, além de ter em sua grade, pela primeira vez, uma mulher trans, a cantora Bruna Vicci. A curadoria do festival é realizada pelo produtor musical LERRY e pelo anfitrião e músico DJ BOMANI (Band Spear) que, há pelo menos 10 anos tem relação com a cena reggae de Feira e já atuou com importantes artistas, como Jorge de Angélica, Monte Zaion, JardaFire e a Profecia, dentre outros. É importante ressaltar que o projeto foi aprovado pelo Edital de Chamamento Público nº 06/2020 – Seleção Pública para Patrocínio a Festivais Culturais e tem apoio financeiro da Prefeitura de Feira de Santana, através da Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer, via Lei Aldir Blanc, direcionado pela Secretaria Especial de Cultura do Ministério do Turismo do Governo Federal. O evento começará a partir das 19h, com duração de 02 horas por dia e contará com convidados especiais como Gilsan Reggae Man e o B-Boy Edy Murphy – Mete Dança. As atrações musicais serão alternadas com entrevistas entre os participantes, trazendo vivências e histórias da formação e desenvolvimento da cultura reggae em Feira de Santana.
Avenida Nóide Cerqueira interditada para diversão de crianças e adultos aos domingos
A cada domingo e feriados, um trecho da avenida Noide Cerqueira tem sido palco para a diversão e a prática de atividades físicas. Reúne crianças, jovens e adultos. O projeto que começou na primavera deu certo e, agora, poderá ser levado a outras avenidas e distritos. “Percebemos que as pessoas ficaram mais tranquilas para realizar suas atividades sem a interferência dos carros. Elas também se sentem mais seguras, com mais espaço livre para circulação”, considera o secretário de Cultura, Esporte e Lazer, Jairo Carneiro Filho. O espaço reservado à população é no sentido Salvador X Feira de Santana, entre a avenida Fernando Pinto de Queiroz, que segue para a Artêmia Pires, e o Posto Ipiranga. Ele é fechado ao trânsito de veículos das 7h ao meio-dia. No local as pessoas andam de patins, skate, pedalam bicicleta, e correm com tranquilidade. “Estamos planejando levar essa ideia para outros bairros e distritos, incentivando a prática de esportes e garantindo o lazer com segurança”, acrescenta Jairo Filho. O secretário reitera a importância de manter o distanciamento social e do uso da máscara como prevenção ao coronavírus.
Djalma Ferreira realiza live de Carnaval neste sábado
Em 2021 a folia não vai ganhar as ruas das cidades brasileiras, mas a comemoração acontecerá de forma virtual. O cantor Djalma Ferreira, realiza neste sábado (13), a live solidária “Carnavalizando”, a partir das 20 horas através do youtube. Com uma experiência de mais de 30 anos puxando trios elétricos no Brasil e em outros países, Djalma Ferreira foi eleito em 1996, o cantor revelação do carnaval de Salvador no circuito Barra / Ondina, quando estava à frente da Banda Gula. Para a live especial de Carnaval, Djalma Ferreira terá convidados especiais, os cantores Arthur Duarte (A Cor), Ícaro Cerqueira (Sound Maré), Milla Ferreira e direto de Salvador Jan Tchuco (Pega Me Leva) cantando sucessos que marcaram os carnavais baianos e fazendo uma homenagem especial ao músico Ademar Furtacor. “Estou preparando um repertório especial, com músicas que marcaram a minha carreira e dos convidados, muito axé music, frevo, pagode, samba e Ijexá ritmos que fazem parte da nossa festa e estão em nossa cultura”, conta o Djalma Ferreira Além de clássicos do Carnaval, Djalma Ferreira vai cantar os seus grandes sucessos, TêTêTê e Me Cutuca, música eleita a melhor da Micareta de Feira em 2019, é vai apresentar novidades, duas músicas que vão fazer parte do seu novo EP que será lançando em breve em todas as plataformas digitais. Essa é a primeira apresentação deste projeto, em abril será realizada a Live de Micareta, onde os foliões em suas casas com toda segurança, vão poder curtir um pouco da energia que o cantor Djalma Ferreira leva para os trios elétricos de todo o Brasil durante os dias de folia. A live terá duas horas de duração, com transmissão através do canal da TV Monte Sião, seguindo todos os protocolos de segurança de combate a Covid-19 estabelecidos pelos órgãos de saúde.
PERSONAGENS DE FEIRA: O escritor feirense que descobriu o talento no WhatsApp
Por Rafael Velame
As crônicas dele deveriam ser leitura obrigatória para quem quer entender Feira de Santana de verdade. Alan de Sá, feirense formado em jornalismo, é uma promessa da literatura. Criado no Parque Lagoa Subaé, bairro pobre onde a realidade bateu na porta logo cedo, viu conhecidos morrendo por causa do tráfico. Uma realidade que moldou a sua visão de mundo. Talvez por isso, seus textos sejam marcados por excessos – de palavrão, de sarcasmo e de duras verdades. Do primeiro livro lido, somente aos 15 anos, até se descobrir escritor, por conta de um grupo de WhatsApp, aos 18, Alan sabe que seu destino poderia ter sido diferente. Viveu as dificuldades de ajudar a mãe que foi ambulante na Salles Barbosa e lá passou a conhecer pessoas, perceber trejeitos e ver como era o que ele chama de “feirense médio”. Vivências que virariam crônicas publicadas e muito compartilhadas no Facebook. Atualmente Alan trabalha em uma grande agência de publicidade em São Paulo e, apesar das dificuldades, já publicou “Marani”, seu primeiro romance e a obra de suspense e terror “Lago Aruá“. Paralelamente ele defende o movimento literário Sertão Punk, que você vai conhecer melhor na entrevista abaixo onde assuntos como racismo no meio literário e afrofuturismo também são abordados.
Quando surgiu o desejo de ser escritor? Como você se descobriu escritor?
Foi um processo meio estranho e demorado. Eu comecei lendo tarde, li meu primeiro livro na vida aos 15 anos, ainda no ECASSA. Me apaixonei pela leitura nessa época, mas a escrita em si veio anos depois, já com 19 pra 20 anos. Nessa época eu já tinha terminado o ensino médio e não estava arrumando emprego, então passava muito tempo em casa. Acabei entrando em um grupo de Whatsapp junto com uma galera de vários estados do Brasil e todo mundo curtia as mesmas coisas que eu: filmes, séries, animes, livros, etc. Resolvemos fazer uma brincadeira de criar personagens pra cada um do grupo. A galera curtiu e decidimos criar uma história com todos. Eu era um dos responsáveis por juntar todas as histórias em uma só. Acho que foi mais ou menos por aí.
Onde foi criado em Feira, como foi a infância?
Eu nasci em Feira de Santana, mas passei uma parte da minha infância em São Paulo, até os oito anos. Meus pais já tinham uma vida estabelecida na cidade. Minha mãe era costureira e meu pai, pintor. Eles usavam as economias, dinheiro de FGTS, férias, essas coisas, pra construir a casa em Feira. Quando voltamos, em 2003, já tava tudo mais ou menos pronto. Daí em diante vivi a maior parte da minha vida no Parque Lagoa Subaé.
A gente sempre foi pobre. Um pouco menos do que a grande maioria das pessoas pobres do Brasil, porque tínhamos nossa própria casa, minha mãe trabalhava com carteira assinada, meu pai tinha o emprego dele, mas nada nunca foi realmente fácil. Já passamos por vários apertos na vida, mas sempre estávamos ali um pelo outro, todo mundo se ajudava como podia e até hoje é assim. Por um tempo, o Parque Lagoa foi um bairro mais perigoso do que é hoje. Vi muitos pivetes morrerem cedo demais por causa de droga, facção, crime. Gente de 12, 15 anos, que nem tiveram tempo de mudar de caminho e ter alguma oportunidade, como eu tive. Isso moldou muito da minha visão de mundo, porque o pensamento coletivo ficou ainda mais forte na minha mente.
Eu sempre curti desenhar e isso era um passatempo massa pra mim. Depois de um tempo trabalhando como costureira, minha mãe comprou uma barraca na Salles Barbosa em 2007, que existia até o dito cujo do prefeito resolveu derrubar pra favorecer empresário mineiro e acabar com o sustento e a história de milhares de pessoas na cidade. Lá foi que comecei a aprender os caminhos do centro, conhecer pessoas, perceber trejeitos das pessoas e ver como era o “feirense médio”. Sempre que ficava com a coroa, e quando a gente conseguia vender alguma coisa, pegava uma parte da grana e juntava pra comprar materiais de desenho na Maskat e na banquinha de jornal em frente a Prefeitura. Isso me fez querer trabalhar com design por muitos anos. Acabei fazendo Jornalismo na FAT. Coisas da vida, né. Mas não me arrependo de maneira alguma.
Fiz o final do fundamental 1 no Luciano Ribeiro Santos, uma escola municipal lá no Parque Lagoa mesmo. Depois, fui pro ECASSA, onde fiquei até o fim do ensino médio. Quando entrei, Artemízia ainda era a diretora, botava medo até na galera do terceirão. Foi lá também que fiz meus melhores amigos, que estão comigo há anos e já são parte da família, verdadeiros irmãos que ganhei com a vida, mesmo tendo, também, meus irmãos de família. Bati muito de frente com Lúcia Branco, diretora da escola, por conta de várias e várias situações de descaso da gestão da escola com o próprio patrimônio e a educação. Já fiz abaixo assinado pra tirar ela de lá, brigamos muito e, até a última vez que fui lá (em 2018, não lembro), ela sequer olhava na minha cara direito. Ainda bem.
Por que foi pra São Paulo?
Eu trabalhava com publicidade numa agência de Feira, tinha acabado de terminar a faculdade. Não tinha muitas pretensões de sair, porque, bem ou mal, eu gosto de Feira. Mas aí uma vizinha viu uma publicação de um processo seletivo pra jovens criativos de uma agência de São Paulo, a Wieden+Kennedy. Até então, não conhecia nada da agência, mas depois descobri que se tratava de uma das maiores e mais relevantes do mundo, responsável por várias campanhas icônicas pra Nike. Resolvi tentar. Depois de um mês de processo seletivo, fui um dos selecionados pro programa. Além de mim, mais duas pessoas da Bahia entraram: Caíque, fotógrafo de Madre de Deus; e Larissa, estudante de jornalismo da UFBA, mas que é natural de Uruçuca. No total foram seis: tinham mais duas pessoas de Brasília (Lara, publicitária; Luiz, fotógrafo e diretor de arte) e Taís, ilustradora de São Luiz, no Maranhão.
A gente passou nove meses trabalhando na Wieden+Kennedy, aprendendo sobre publicidade e fazendo projetos internos, enquanto morávamos num hostel. Foi um período bem intenso, com vários altos e baixos pelo caminho. Foi durante esse período que vi o quanto o mercado aqui era mais organizado que Feira, além das oportunidades de crescimento serem maiores. Resolvi ficar pra ter uma grana a mais e poder ajudar meus pais. Hoje, trabalho em outra agência, FCB Brasil, que também é uma empresa global e bem grande na área. No fim das contas, deu tudo certo.
O que é o Sertãopunk?
O sertãopunk é uma ideia. É mais fácil começar por aí. Uma ideia de como o Nordeste pode ser no futuro a partir de um ponto de vista nordestino. O sertãopunk começou depois de mim e mais dois amigos, Alec Silva e Gabriele Diniz, que também são escritores negros e nordestinos, levantarmos alguns questionamentos sobre como o a cultura da região era representada nas produções de ficção, fossem elas livros, filmes, séries, artes visuais, etc. Porque sempre o nordestino como, ou cangaceiro, ou matuto? Por que a estética da seca sempre atrelada ao Nordeste? Foi a partir de questionamentos assim que a gente começou a pensar no sertãopunk.
A gente tem uma região rica em biodiversidade, produção de energia limpa, com polos de tecnologia e geração de renda bem estabelecidos, a única baía inteiramente navegável do mundo (a Baía de Todos os Santos), alguns dos maiores portos do Brasil, fora toda a diversidade cultural, mais de 1900 territórios quilombolas, centenas de tribos indígenas e presença constante nas maiores e mais relevantes revoltas populares da história do Brasil. O Nordeste não é só o carnaval de Salvador, seca e Lampião.
Foi pra isso que pensamos o sertãopunk, pra ser uma ideia pra todo mundo que quer se expressar contra esses estereótipos e xenofobia construídos historicamente. Através de qualquer tipo de arte: música, grafite, literatura, o que for. A partir daí, dar uma nova cara pras possibilidades de Nordeste no futuro.
Quais livros já publicou?
Publiquei Marani, meu primeiro e único romance, até então, em 2017. Em 2019 lancei O Lago Aruá via financiamento coletivo pelo Catarse, mas esse é menor, entre um conto e uma novela. Entre esses dois eu participei de alguns projetos coletivos com autores de vários estados do Brasil, além de colocar coisas avulsas na Amazon, no total. No total, são umas 10, 12 publicações. Meu último lançamento foi Abrakadabra, em 2020, direto na Amazon e já dentro da estética do sertãopunk. Além, é claro, da coletânea Sertãopunk: histórias de um Nordeste do amanhã, que traz o manifesto do movimento, além de artigos sobre pontos relevantes sobre o que a gente pensou e dois contos, um meu (Schinzophrenia) e o outro de Gabriele Diniz (Os olhos dos cajueiros), co-criadora do sertãopunk.
É difícil chegar até uma editora e publicar seu primeiro livro?
Existem diversos formatos de editoras por aí. Muitas usam um sistema de “pague pra publicar”, em que o autor paga por todo o processo editorial mais uma quantidade de livros, os caras fazem um trabalho meia-boca e depois somem, colocam o livro no site deles, nunca trabalham publicitariamente a obra, te fazem assinar um contrato criminoso e tu nunca vê a cor do dinheiro pelo teu trampo.
E tem as editoras tradicionais. Essas, sim, são difíceis de acessar, porque elas possuem um processo editorial mais sério e não costumam apostar em autores iniciantes de cara, justamente por ser dela todos os custos de produção e divulgação da obra, além de bancarem um adiantamento dos direitos autorais pro autor. Pra chegar nessas, das duas uma: ou tu é branco (se for do Sul ou de São Paulo, melhor ainda); ou é muito, muito bom.
Como foi o processo de criação do Lago Aruá?
O Lago veio depois de uma viagem que fiz com minha ex-namorada. Ela é de Salvador e a gente nunca tinha feito uma viagem junto. Uns amigos dela resolveram passar um final de semana numa casa na Lagoa do Aruá, na Reserva de Sapiranga, em Mata de São João. Resolvi ir com eles. Durante uns dois dias, algumas coisas meio bizarras aconteceram. Vi alí uma oportunidade de fazer uma história de terror a partir de um ponto de vista mais cru, que era o meu. Daí nasceu O Lago Aruá.
Você se define um escritor de que tipo?
Eu gosto de escrever tipos diferentes de literatura. Tem minhas crônicas, que geralmente tem um formato mais engraçado e que eu falo mais da cidade e das pessoas. E meus contos, que quase sempre são de terror e suspense.
Pro primeiro tipo de texto, eu sempre tento pensar “o que as pessoas fazem que ninguém percebe, mas que pode ser bom o suficiente pra virar um texto?” antes de escrever. Feira tem gente de todo tipo e isso é ótimo. Quanto mais diferente são as pessoas, mais fácil é de dar uma exagerada nas coisas e criar uma veia bem-humorada. Eu já fiz crônicas sobre o BRT, o velho do licuri e por aí vai.
Com os contos eu já tenho outra pegada. Acho que a literatura de terror tem um poder de sintetizar coisas muito relevantes e gerar um outro tipo de impacto sobre as pessoas. Por exemplo: O Lago Aruá fala de uma viagem de fim de semana, mas também fala sobre preconceito religioso, racismo, relacionamentos conturbados, descaso com o meio ambiente e por aí vai. Abrakadabra é sobre uma experiência em realidade virtual, mas também fala sobre as dores que corpos negros carregam, a criação do estereótipo de incapacidade sobre pessoas com deficiências e outras coisas. Então eu tento pegar todas as porcarias que rodeiam a gente e mostrar isso de uma forma que vai impactar a galera, nem que seja pelo susto ou pelo medo.
Feira de Santana te inspira de alguma forma em suas obras? Seja positiva ou negativa….
Sim, com certeza. Pra ambas. Eu gosto de Feira de Santana, por ser uma cidade com gente de todo o canto, em que a cultura popular tem uma força enorme na fundação do tipo feirense e por aí vai. O que eu não gosto é de quem gere a cidade, desses coronéis de meia-tigela que tratam Feira como se fossem a casa deles. Você sabe de quem eu tô falando. A experiência negativa vem daí: da violência que desgraça a cidade, a falta de estrutura social, saúde e educação públicas de qualidade, entre outros vários problemas. Isso também me inspira porque não posso deixar os problemas da cidade alheios ao que eu faço.
Quando a gente, que produz algum tipo de arte, seja literatura, música, artes visuais, o que for, não aponta as doenças sociais, estamos negando que elas existem. Não tem essa de “arte sem politicagem”, a arte é política e o ser humano é um ser político. Política não é só partidária. Se não contextualizamos as coisas e mostramos os erros da sociedade, somos coniventes. Isso legitima que isso continue acontecendo.
Existe racismo na literatura brasileira? Você já sentiu isso na pele?
O racismo brasileiro é estrutural. Ele sempre vai estar presente em qualquer lugar porque a nossa sociedade foi fundamentada assim, com racismo. O meio literário não é diferente. No meu caso, principalmente depois que começamos a trabalhar no sertãopunk, houveram situações que não só minhas falas, quanto as de Alec e Gabriele, que são também negros, foram desvalorizadas e apagadas por pessoas brancas. De forma intencional.
Uma das bases pro sertãopunk é o afrofuturismo, justamente porque a gente entende o peso que a cultura africana teve na história do Nordeste, não só por sermos negros, também. O fato de três negros e nordestinos questionarem várias atitudes do próprio mercado editorial, como nós fizemos – mercado esse que é inundado de pessoas brancas, bem de vida e, na grande maioria, do Sul e do Sudeste – gerou um incômodo no mercado e algumas inimizades que nos perseguem até hoje.
Mas é aquela coisa, né: se gente ruim não gosta do que eu falo ou faço, eu fico feliz.
É mais difícil ser reconhecido como escritor de sucesso sendo nordestino, de Feira de Santana?
É difícil ser escritor num todo, porque o mercado é uma bagunça daquelas. Quando a gente vai colocando as camadas minoritárias e sociais no jogo, vai ficando pior. Ser escritor, do interior do nordeste, pobre e negro é complicado. Mas se for uma mina nas mesmas condições, é ainda mais. Se for indígena, quilombola, ribeirinho, também. Por aí vai. Pra quem tá de fora pode até pensar que é “lacração” desnecessária ou exagero. Obviamente que existem, sim, grandes escritores nordestinos, negros e mulheres, também. Mas nessas horas, a gente tem que pensar no todo: qual a cor das pessoas que comandam as editoras, que editam as histórias, que trabalham com a divulgação delas e que fazem resenhas, reviews e por aí vai? Como funciona esses processos até chegar em uma editora ou no mercado?
Quando tu tá no jogo, vê que muita gente (muita gente mesmo) entra no mercado sem qualquer mérito. Escrevendo mal, com posicionamentos questionáveis, mas que tá ali porque é amigo de não sei quem, parente de fulano, estudou na mesma faculdade que sicrano, etc. A a paleta de cores dessa brincadeira aí é branca. Hoje, não sinto tanto isso porque já tô mais estabelecido (e, curiosamente, a maior parte dos meus leitores são de fora do Nordeste). Mas, pra quem tá começando, é, sim, complicado.
Acho que Feira de Santana tem um potencial de contação de histórias enorme. A gente tem história e tradição na literatura de cordel. Uma das primeiras coisas que li, antes do meu primeiro livro, foi um cordel, sobre Lucas da Feira, escrito por Franklin Machado, que tá em minha casa em Feira até hoje. O que falta é a própria cidade começar a olhar com mais atenção pra quem produz cultura em casa.
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Cantora feirense faz crítica social em novo single
Como muitos artistas, Karol Freitas saiu do interior para morar em uma capital, pensando em estudar, mudar de vida, sempre acreditando que as coisas seriam muito diferentes. Escolheu como lar Salvador, onde passou oito anos. Mas, apesar de todas as belas paisagens, pontos turísticos e grande acesso à cultura (que inclusive são citados na música “Pagando Patos”), também se deparou com outras realidades, amadureceu e passou a ter noção de que “o pedaço de mar” não era tão azul assim. E foi depois de viver sozinha, começar a pagar as próprias contas, de presenciar violências em todos os sentidos, que compreendeu que as desigualdades sociais, de gênero e raça estão por todos os lugares, e são os menos abastados – em sua maioria pretas, pretos e pobres – aqueles que pagam o pato, principalmente em um momento de pandemia, pelo qual passamos. E foi esta a inspiração para compor a canção, em coautoria com o multinstrumentista Felipe Guedes. “Acredito que ‘Pagando Patos’ mostra não só a minha, mas a indignação de outras pessoas que estão simplesmente esgotadas: de trabalhar e não ver um retorno, de se deparar com o (des) governo em que vivemos, de ver tanta gente morrendo nos noticiários – gente que agora está a cada dia mais perto de nós, já que aqueles rostos do jornal passaram a ter nomes conhecidos. E pior é ver que tanta gente também banaliza a pandemia e continua vivendo por aí, sem máscara, pelas ruas, como se tudo estivesse normal, sem qualquer cuidado com a saúde do próximo”, desabafa Karol. O single foi gravado no Gato Preto Estúdio, em Feira de Santana, e quem assina a direção musical é Dinho Filho. A capa, elaborada pelo artista visual Don Guto, traz uma nota de R$ 200,00 (duzentos reais) com um pato substituindo o novato e polêmico Lobo-Guará, além de cruzes, que representam diversas vidas perdidas: sejam elas na pandemia, de mulheres em situação de violência doméstica, em chacinas ou no genocídio institucionalizado do povo preto. A feirense, que consegue transformar até sua indignação em samba, tem a canção como sua primeira parceria com o selo Siri Music. E, embora deixe evidente que também está cansada de “pagar o pato”, a letra da artista e a própria arte da capa expõem, através do “Senhor do Bonfim”, a força e a fé que o povo baiano tem de que as coisas vão melhorar e que um futuro melhor há de vir. O lançamento está previsto para o dia 19/02 (sexta-feira) e, fazendo o pré-save, os usuários de serviços de streaming podem receber lembretes e ter acesso à nova produção da artista com até 12 horas de antecedência. Acesse o link e salve em primeira mão! PRÉ-SAVE: https://orcd.co/ydy6z7
Vereador diz que vai lutar por uso de Pedra do Cavalo na irrigação
Câmara de Feira retorna do recesso legislativo na próxima semana
Esta é a última semana do recesso legislativo em Feira de Santana. Na próxima segunda-feira, dia 1º de fevereiro, após um mês sem a realização de sessões ordinárias, serão abertos os trabalhos de plenário, valendo pela 1ª Etapa (semestre) do 1º Período (exercício) da nova legislatura na Câmara Municipal, que vai até 2024. A sessão solene contará com a presença do prefeito Colbert Martins Filho (MDB). Ele vai apresentar, logo depois da leitura do expediente, a mensagem do Poder Executivo aos vereadores, com destaque para os seus projetos de Governo nos próximos quatro anos. Por tradição, o secretariado também comparece à Casa da Cidadania, além de deputados e outras autoridades civis. O presidente Fernando Torres (PSD) deverá definir e anunciar nos próximos dias as regras quanto à presença de convidados para o plenário e do público nas galerias, em vista dos protocolos preventivos vinculados à pandemia do coronavírus. Logo depois do pronunciamento do prefeito acontece a eleição para os vereadores que vão integrar as comissões legislativas permanentes da Câmara. São cinco, cada uma com três integrantes (presidente, vice e membro) – número ímpar para evitar empate em votações.
Uma das comissões é a de Constituição, Justiça e Redação, que tem, entre as suas atribuições, apreciar os projetos antes de sua tramitação em plenário. A CCJR opina sobre a constitucionalidade da matéria. Seu parecer tem que ir à votação para ser mantido ou derrubado. Quando é contrário e acatado pelo plenário, a proposta é simplesmente arquivada. Se a maioria rejeita o parecer, então a proposição segue o curso normal de discussão e votação. Ainda está na alçada da CCJR exarar parecer a veto, exceto matéria orçamentária; recursos interpostos às decisões da Presidência; uso de símbolos municipais; criação, supressão ou modificação de distritos; transferência temporária das reuniões da Câmara Municipal para outro local; autorização para o prefeito ou vice- prefeito se ausentar do Município; regime jurídico e previdência dos servidores municipais; administração dos bens municipais; organização administrativa da Câmara e da Prefeitura Municipal; direitos e deveres dos vereadores, e cassação e suspensão de mandato. São as seguintes, as outras comissões: Finanças, Orçamento e Fiscalização; Obras, Urbanismo, Infraestrutura e Meio Ambiente; Reparação, Direitos Humanos, Defesa do Consumidor e Proteção à Mulher; Educação e Cultura.
Prefeitura de Feira realiza audiência pública com profissionais do entretenimento
Uma audiência pública com os profissionais do setor do entretenimento, para debater alternativas e minimizar os impactos que eles vêm enfrentando durante a pandemia, será realizada nesta quinta-feira, 14, às 10h. O link estará disponível no site da Prefeitura de Feira de Santana, a partir das 8h30.
“Pretendemos buscar soluções para esses profissionais. O diálogo conosco sempre esteve aberto e sempre estará”, enfatizou o secretário de Cultura, Esporte e Lazer, Jairo Carneiro Filho. De acordo com Jairo Filho, através do auxílio emergencial Aldir Blanc, diversos profissionais do segmento cultural tiveram assistência assegurada. Somente em dezembro foram destinados cerca de R$ 3,4 milhões para subsídios aos espaços culturais cadastrados e editais, e ainda neste mês, estará destinando cerca de R$ 400 mil aos processos já empenhados. “Alguns beneficiados ainda não receberam o valor devido a problemas em conta bancária, mas estamos nos empenhando para que a situação seja resolvida o quanto antes”, pontuou o secretário.
Colbert confirma ex-deputado na Secretaria de Desenvolvimento Urbano
O ex-deputado Sérgio Barradas Carneiro é mais um nome mantido pelo prefeito Colbert Filho (MDB) para o novo mandato. Nesta sexta-feira (08), em publicação no Diário Oficial do Município, o prefeito de Feira de Santana, o nomeou para a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano. Carneiro é advogado e estava como titular da pasta desde julho de 2020.
Confirma os secretários já nomeados:
Secretaria de Educação: Anaci Paim
Secretaria de Comunicação: Edson Borges
Secretaria de Cultura: Jairo Carneiro Filho
Secretaria de Desenv. Social: Pablo Roberto
Secretaria de Prevenção a Violência: Moacir Lima
Secretaria da Fazenda: Expedito Eloy
Secretaria de Planejamento: Carlos Brito
Secretaria de Transportes: Saulo Figueredo
Secretaria de Governo: Denilson Brito
Relações Interinstitucionais: Joedilson Machado
Secretaria de Desenvolvimento Urbano: Sérgio Carneiro
Sem nomes novos, Colbert já nomeou 45% do Secretariado
O prefeito Colbert Filho (MDB) segue publicando a conta-gotas os nomes que vão compor o governo nos próximos 4 anos. Nesta quinta-feira, 7, ele confirmou no Diário Oficial o retorno de Jairo Carneiro Filho, na Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer e de Pablo Roberto na Secretaria de Desenvolvimento Social. Já a Superintendência de Operações e Manutenção, que era ocupada por José Pinheiro passa a ser responsabilidade do engenheiro João Vianey Marval Silva. Sem nenhum nome novo, até o momento, o emedebista já confirmou os titulares de 9 das 20 secretarias municipais de Feira de Santana. Nas Secretarias de Saúde e Educação, Jailson Rodrigues Duarte e Beldes Ramos foram nomeados interinamente até a definição dos titulares. Confira os nomes confirmados:
Secretaria de Comunicação: Edson Borges
Secretaria de Cultura: Jairo Carneiro Filho
Secretaria de Desenv. Social: Pablo Roberto
Secretaria de Prevenção a Violência: Moacir Lima
Secretaria da Fazenda: Expedito Eloy
Secretaria de Planejamento: Carlos Brito
Secretaria de Transportes: Saulo Figueredo
Secretaria de Governo: Denilson Brito
Relações Interinstitucionais: Joedilson Machado
Blog do Velame escolhe destaques de 2020 em Feira de Santana
Em 2014, o Blog do Velame divulgou uma lista dos 10 + influentes da internet de Feira (clique AQUI e veja). A lista foi produzida com base em uma pesquisa realizada pela empresa de tecnologia Tacitus Web. Em 2019, o Blog do Velame divulgou uma lista, formada por pessoas que se destacaram em suas respectivas áreas, baseada na opinião da equipe de curadoria do Blog formada por Rafael Velame, Dandara Barreto, Elsimar Pondé e João Guilherme Dias (clique AQUI e veja). Agora em 2020 essa mesma fórmula se repete e a lista com os seis nomes você conhece abaixo:
Na área da saúde, destaque para o médico Francisco Mota, diretor do Hospital de Campanha de Feira de Santana. Ele tem se destacado nas entrevistas pelo trato didático e disponibilidade com a imprensa quando o assunto é covid-19. O médico exerce papel importante na conscientização das pessoas sobre a importância das medidas preventivas anti covid, ao compartilhar relatos de sua experiência prática no combate à pandemia. (foto 1)
No jornalismo, close em um jovem talento do cenário feirense. A estudante de jornalismo, Bruna Evangelho, alçada à repórter titular da TV Subaé. Com o afastamento de profissionais renomados do trabalho, por conta da pandemia, Bruna foi às ruas e deu conta do recado. Tem mostrado desenvoltura nas participações ao vivo com nomes consagrados, a exemplo de Jéssica Senra. Bruna ainda integra a equipe da Notre Comunicação, renomada agência de ideias da cidade. (foto 2)
Na área da música, aplausos para o compositor, produtor e DJ feirense Lerry. Um dos mais criativos e articulados artistas da atualidade. Mesmo neste período de pandemia com suspensão das atividades artísticas presenciais, Lerry estreitou parcerias, produziu vários trabalhos com artistas de Feira e de outras cidades, escreveu projetos, teve participação em iniciativas como ativista cultural e ainda lançou o FêraBeat Remix, um compilado da cultura musical contemporânea da nossa cidade. No Spotify, ele foi ouvido por mais de 49 mil pessoas em 54 países. (Instagram @Lerryoficial) (foto 3)
Nas redes sociais, notoriedade para Carol Rego, mulher preta, mãe de dois filhos, publicitária e empreendedora. Ela é criadora de conteúdo há 10 anos, e através do Instagram fala ao seu público sobre as nuances da maternidade solo e da importância do autocuidado para mulheres mães ou não. Faz parte também do seu posicionamento a criação antirracista e sororidade. O propósito da influencer é fazer com que as mulheres se percebam como seres humanos que merecem ser felizes, desconstruindo toda uma configuração machista e racista imposta pela sociedade. (Instagram @EuCarolRego) (foto 4)
No marketing, o publicitário feirense Xiko Melo destacou como marqueteiro vitorioso mais uma vez. Pela sexta vez consecutiva ajudou a eleger o prefeito de Feira de Santana. Ele é o responsável pelo marketing eleitoral de todas as campanhas vitoriosas de José Ronaldo, do ex-prefeito Tarcízio Pimenta e agora, da reeleição de Colbert Filho. Em 2020, Xiko também atuou em campanhas vitoriosas de Alagoinhas e Conceição do Coité. Fora da Bahia, o publicitário já atuou em campanhas de Ronaldo Caiado (Goiás) e Eunício Oliveira (Ceará). (foto 5)
Na política, Feira viu um professor, negro, da Queimadinha se destacar como o vereador mais votado da história da cidade. Jhonatas Monteiro, “O Rasta” é a esperança dos feirenses de que dias melhores virão na Câmara de Feira. Filiado ao PSOL, ele havia sido candidato a prefeito e deputado em outras duas oportunidades e nunca havia sido eleito. (foto 6)
Coro Cênico do Neojiba Feira é convidado a se apresentar noPeru
O Coro Cênico do Núcleo Territorial NEOJIBA Feira de Santana se apresenta hoje (29) no Encontro Internacional de Coros “Celebrando al Perú”, transmitido virtualmente da cidade de Trujillo, no Peru. Promovido pela Associação Cultural Coral Trujillo, o evento comemora o bicentenário de independência da cidade, conhecida por sua contribuição no processo emancipatório do país. O evento está programado para acontecer às 22h, horário local.
No Encontro, o Coro Cênico apresenta as músicas Ciranda de Praia, do compositor brasileiro Gabriel Levy, e Hanacpachap Cussicuinin, canto processional peruano, de autor anônimo, datado do século XVII. Com o objetivo de difusão da música para que o público tenha a oportunidade de escutar coros do Peru e de diversos outros países, o Festival possibilita a ampliação do alcance dessa manifestação vocal na cultura popular.
Além do Coro Cênico do NTN Feira de Santana, o Coro Comunitário do programa NEOJIBA, sediado em Salvador, e formações musicais de países como Argentina e Colômbia também se apresentam no Encontro Internacional de Coros “Celebrando al Perú”. A participação do Coro Cênico no evento finaliza as atividades do ano letivo do programa NEOJIBA em Feira de Santana.
Criado em 2020, o Coro Cênico é um desdobramento da atividade de prática coral desenvolvida no Núcleo Territorial NEOJIBA Feira de Santana desde 2015. Hoje o Coro Cênico possui 27 integrantes entre crianças, adolescentes e jovens de 7 a 16 anos e tem como objetivo desenvolver as potencialidades artísticas dos seus integrantes promovendo a musicalização, expressividade e valorização do instrumento voz, em conjunto com os Contos Cantados de Tradição Oral. Ao longo dos cinco anos de existência, a formação se apresentou no Encontro de Corais do Recôncavo (ECOS), em Santo Amaro, na Biblioteca Municipal de Feira de Santana, Biblioteca Julieta Carteado (UEFS), Teatro Amélio Amorim, praças do complexo Estação Cidadania e Cultura, além das apresentações em práticas sociais. O Coro Cênico do NTN Feira tem como responsáveis as instrutoras Denise Fersan e Cláudia Santos.
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Prefeitura de Feira já pagou mais de R$ 1 milhão em subsídios da Lei Aldir Blanc
O prefeito Colbert Martins Filho assinou na última quinta-feira (24) a liberação do pagamento de mais R$ 444 mil referentes a subsídios da Lei Aldir Blanc. Na quarta-feira o Município já havia liberado, através do Banco do Brasil, o pagamento de R$ 594 mil, contemplando espaços culturais e entidades aprovados conforme seleção gerida pela Secretaria Municipal de Cultura, Esporte e Lazer.
Serão liberados cerca de R$ 1,5 milhão em subsídios a espaços culturais, além de R$ 2,3 milhões referentes a editais para a classe artística – estes estão em fase de apresentação da documentação exigida e começam a receber a partir da próxima semana. Ao todo são R$ 3,8 milhões que estão sendo incrementados a economia local nos últimos dias.
O recurso foi destinado pelo Governo Federal. A Lei Aldir Blanc, como ficou conhecido o auxílio emergencial para o setor cultural durante a pandemia da Covid-19, tem como objetivo central estabelecer ajuda para artistas, coletivos e empresas que atuam no setor cultural e atravessam dificuldades financeiras neste período.
Prefeitura de Feira terá canal aberto de televisão
A população de Feira de Santana contará futuramente com mais um canal aberto de televisão. Através da Portaria Nº 1.646, o ministro de estado das Comunicações, Fábio Faria, consignou à Empresa Brasil de Comunicação S.A. – EBC o canal 18 (dezoito), classe A, do Plano Básico de Distribuição de Canais de Televisão Digital – PBTVD, no município de Feira de Santana, para execução do Serviço de Radiodifusão de Sons e Imagens, em tecnologia digital (TVD). O canal vai ser gerido pela Secretaria Municipal de Comunicação Social. A emissora terá a finalidade de propiciar à comunidade um veículo que possa divulgar não apenas os assuntos governamentais de interesse público, mas também a cultura, o esporte e tudo o que diz respeito a sociedade local. O prefeito Colbert Martins Filho considera um passo muito importante para Feira de Santana. “Não é apenas um canal para difusão de atos do Governo, mas que terá também um viés educativo, informativo, da forma mais abrangente possível para a nossa população”, destaca Colbert. O secretário de Comunicação Social, Edson Boges, reforça que o canal vai além da comunicação oficial do Governo. “Será uma programação muito mais ampla”, reitera.
Projeto de Feira de Santana receberá apoio de Instituto Alemão para produção de Podcast
Um projeto de Podcast de Feira de Santana foi selecionado entre mais de 1000 ideias na América Latina para receber apoio do Goethe-Institut, que é o instituto cultural de âmbito internacional da República Federal da Alemanha. Idealizado por membros do projeto Dados Abertos de Feira, o Podcast “Cidades Abertas” receberá recursos e treinamento do Goethe-Institut para produção de 6 episódios sobre transparência. O instituto cultural alemão promove o projeto “Tramas Democráticas” onde reúne iniciativas e instituições da América do Sul e da Alemanha voltadas para o fortalecimento de práticas e valores democráticos.
O podcast terá a produção e apresentação da engenheira de software Ana Paula Gomes, do jornalista Rafael Velame e do pesquisador Guilherme Wanderley, todos voluntários do projeto Dados Abertos de Feira.
“Estamos super felizes de anunciar que, dentre mais de 1000 ideias, fomos selecionados no edital para produção de podcasts Tramas Democráticas. Em breve um podcast que fale sobre dados abertos a nível local”, disse Ana Paula, que é a fundadora do Dados Abertos de Feira, uma iniciativa de fomento à transparência, à abertura dos dados públicos e de incentivo ao controle social no município de Feira de Santana formado por iniciativa da sociedade civil organizada, apartidária e sem fins lucrativos.
Para Velame, o apoio do instituto internacional é um marco. “Podemos lutar por mais transparência e pelo uso aberto dos dados no município com as ferramentas que temos. Infelizmente é necessário buscar apoio de fora para conseguir chegar mais longe, mas vamos continuar tentando que os poderes públicos locais reconheçam a importância dos dados e da transparência deles”, disse.
Câncer e Feminicídio
*Por Daniele Britto
Esta última semana foi marcada pela repercussão de alguns casos de feminicídio na mídia baiana. Eu digo propositalmente “alguns”, pois sabemos que este número não representa a totalidade de casos em todo o Estado no mesmo período. As histórias de Selma, morta em abril de 2019; de Tatiana, morta a tiros na garagem do prédio onde morava no último dia 10/12/20 e de Elba cujo corpo foi encontrado no último dia 11/12/20 em um apartamento em Salvador ganharam o noticiário e, sem dúvidas, mexeram com muita gente.
Um pequeno resumo de cada caso: os suspeitos pela morte de Selma são o seu marido Éden Márcio e a amante dele, Ana Carolina. O caso ocorreu em abril de 2019 mas só agora, por uma série de fatores, o Ministério Público da Bahia conseguiu promover a denúncia na qual, inclusive, se pede a prisão preventiva dos suspeitos. Conforme o laudo necrópsia, o corpo de Selma tinha diversos hematomas no corpo e um edema no cérebro, oriundo, provavelmente, de alguma pancada. Era formada em administração de empresas, tinha 42 anos e duas filhas pequenas.
Tatiana foi morta a tiros na garagem do prédio em que morava pelo ex-namorado, João Miguel Martins, que cometeu suicídio logo depois. Conforme depoimentos de amigas próximas, Tatiana decidiu terminar o namoro depois que descobriu as acusações de violência doméstica que recaiam sobre o namorado que, naquela altura do relacionamento, já apresentava comportamentos que incomodavam Tatiana. Ela tinha 39 anos, era estilista e tinha acabado de se mudar para o novo endereço tentando fugir do ex-namorado que não aceitava o fim do relacionamento.
Elba, como disse acima, foi encontrada morta em um apartamento em Salvador, local no qual também foi encontrado o corpo do seu marido Pompílio Bastos e uma arma. O caso está sendo investigado. Não consegui saber muito sobre ela, pois em praticamente todas as matérias, reportagens e condolências que vi sobre o caso priorizavam a figura do marido, que era prefeito na cidade de Conceição da Feira. Pouco – ou quase nada – se disse sobre Elba. Ela tinha 47 anos.
No último dia 10/12/20 também foi assinado um documento intitulado “Protocolo do Feminicídio”. Consta no site oficial do governo do estado que este é “um documento com quase 200 páginas que traz orientações, diretrizes e linhas de atuação para melhorar todo o processo judicial e de investigação desse tipo de crime”. Não tive acesso ao documento baiano, mas li o “Modelo de protocolo latino-americano para investigação de mortes violentas de mulheres (femicídios/feminicídios)” disponibilizado pela Onu Mulheres e afirmo sem nenhum temor: aqui na Bahia – e em todo Brasil – estamos muito longe de efetivar e promover tais diretrizes.
A Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU), da qual o Brasil é signatário, tem como um dos seus 17 objetivos alcançar a igualdade entre os gêneros no que eles chamam de “Por um planeta 50-50”. Destaco que, atualmente, o Brasil também ocupa o 5o lugar no ranking mundial do feminicídio e que durante a pandemia, os casos de feminicídio cresceram 22% em 12 estados do País. Conforme informações da Agência Brasil, no Acre o aumento foi de 300%; no Maranhão 166,7% e em Mato Grosso, 150%.
Muitas e muitos que me leem neste exato momento devem estar revoltados e até assustados com a minha aparente negatividade. Ora, quem já esteve em uma delegacia ou nas unidades de uma “delegacia da mulher” seja como vítima ou acompanhando uma como advogada sabe exatamente do que estou falando. Senhoras, senhores! Estamos no Brasil que, mesmo se sabendo que 39% dos feminicídios são cometidos por arma de fogo, zera o imposto de importação de quê? Armas de fogo!
A colega advogada e doutora do Programa de Pós-Graduação em Estudos Interdisciplinares sobre Mulheres, Gênero e Feminismo da UFBA, Angela Farias, tem diversas pesquisas, artigos que nos informam, por exemplo, que a catalogação dos homicídios na Bahia não é feita pelo poder judiciário e sim pelo SUS, o que dificulta o alcance do percentual exato de feminicídios que podem ir muito além desta realidade que nos é apresentada.
Outra colega advogada, Lorena Aguiar, apontou, assim como Ângela Farias outro fato importante: ainda se insiste em querer classificar o feminicídio como “crime passional”, ou seja, fazer uso do caso de diminuição de pena sob a justificativa da “violenta emoção”. Feminicídio é crime de ódio e não se deve titubear em relação a isso. Nosso sistema penal é firmado em uma cultura patriarcal, onde teses como esta e tantas outras que desqualificam à vítima ainda são aceitas com facilidade em muitos tribunais do júri Brasil afora.
Além de tudo isso – que representa um percentual ínfimo diante do real – temos um claro projeto de poder que pretende minar todos os avanços acerca dos debates e políticas de gênero (identidade, violência, etc), sexualidade, e claro, raça. Se você se pergunta se é necessário o recorte racial nestes debates envolvendo violência de gênero informo que, conforme o Índice de Vulnerabilidade Juvenil à Violência e Desigualdade Racial, de 2017, jovens negras com idade entre 15 e 29 anos têm 2,19 vezes mais chances de serem assassinadas no Brasil do que as brancas na mesma faixa etária. De uma vez por todas: a morte de mulheres negras e mulheres brancas não são a mesma coisa e, muito menos, repercutem da mesma forma.
Acrescento, ainda, que do mês de janeiro a 31 de agosto de 2020, foram assassinadas 129 pessoas transexuais no país, um aumento de 70% em relação a 2019. O que eu ressalto é que, das 129 vítimas mapeadas, todas tinham expressão de gênero feminina. Estes dados estão disponíveis no Boletim nº 4 de Assassinatos contra travestis e transexuais em 2020 elaborado pela Associação Nacional de Transexuais e Travestis (Antra).
Ser mulher em um país onde em ao menos 12 municípios temos as mesmas ou até mais chances de morrer vítimas de agressão do que de câncer ou de doenças do sistema circulatório – que são as duas principais causas de mortes de mulheres no Brasil – é assustador, frustrante. Dá medo todos os dias. Mas, precisamos seguir em frente.
Mulheres, se cuidem.
Se neste exato momento você se reconhecer como vítima de violência doméstica, denuncie. Peça ajuda. A violência doméstica pode ser física, psicológica, moral, sexual e patrimonial, conforme a Lei Maria da Penha.
*Daniele Britto Advogada e Jornalista Mãe, feminista, antirracista e aliada na luta contra a homotransfobia Pesquisadora no grupo Corpo-território Decolonial (Uefs) Mestranda PPGE/Uefs
Festival Nacional de Teatro infantil de Feira de Santana ganha formato virtual
De 12 a 19 de dezembro, o FENATIFS – Festival Nacional de Teatro Infantil de Feira de Santana realiza a sua 13ª edição, este ano em formato online, com transmissão através do canal www.youtube.com/CiaCucadeTeatro. Serão 8 dias de intensa programação, com variadas linguagens artísticas, das mais diversas regiões do país, reafirmando a pluralidade do projeto. O público será contemplado com espetáculos de Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Distrito Federal, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Bahia, além de oficinas, palestras, contação de histórias, workshops e mesa redonda. Considerado um dos mais importantes Festivais do Brasil, em 2020 o FENATIFS potencializa suas ações alcançando públicos para além de seus territórios e limites geográficos, levando arte e cultura para casa do seu público, crianças e adultos. Serão 5 mostras artísticas – com 37 apresentações – sendo a Mostra Nacional, Mostra do Interior do Nordeste, Mostra Jovens Talentos, Mostra de Talentos Mirim e Mostra Bahia em Cena, com os grupos e artistas convidados e selecionados através de edital de abrangência nacional. As apresentações serão transmitidas às 11h, 16h e 19h. 12 de dezembro (sábado) – Na abertura, às 11h, tem palhaçaria e música no palco virtual do festival com Circo Caramba Americana (SP) no espetáculo “A Banda do Jerônimo…e otras cositas más”. O grupo vem sendo reconhecido pela qualidade artística de suas produções, unindo a linguagem da palhaçaria a outras modalidades circenses e, em especial, à música, sendo o fundador da cia., Thiago Sales, uma das referências brasileiras na linha do palhaço excêntrico musical. Às 14h, oficina “Musicalização e Dobraduras em Recorte” ministrada pelos cantadores de histórias, Jujuba e Ana Nogueira (RJ). Uma atividade lúdica, educativa e de musicalização com canções do folclore e técnicas de dobradura e recorte. Logo mais, às 16h, “Manjericão e Manjerona – Pets em Combate ao Corona”, dos premiados artistas independentes Fabiana Santos e Luiz Manoel (RS). Para fechar o primeiro dia do festival, a Cia. Pão Doce (RN) – que há 18 anos desenvolve projetos nas áreas de artes cênicas, música, audiovisual e dramaturgia – apresenta “A Casatória c’a Defunta”, às 19h. 13 de dezembro (domingo) – Às 11h, a Essaé Cia (SC) apresenta “Alice no Brasil das Maravilhas”. O grupo tem participações em eventos, projetos e festivais em diversos estados e importantes premiações em sua trajetória. Às 16h “Da Terra à Lua” – Inspirado na Obra de Júlio Verne, da companhia paulista Sabre de Luz Teatro (SP), que traz em sua bagagem participações e premiações em festivais nacionais e internacionais. Às 19h o festival transmite o espetáculo “África” do Bando de Teatro Olodum, companhia de teatro negro de maior visibilidade na história das artes cênicas na Bahia. Para os interessados nas oficinas, não faltarão atividades nesse domingo! Às 10h tem a oficina “Bailarina com Sacolas Plásticas”, ministrada pelo ator Cássio Correia da Essaé Cia, e que visa o reaproveitamento de material reciclável para fins lúdicos e educativos. Às 14h, Vanda Cortez, palhaça e artista visual, com formação circense na Escola Livre de Palhaços do RJ, Escuela de Teatro Callejero – AG, Teatro de anônimo – RJ, realiza a oficina “Bolhas de Sabão Gigantes”, apresentando ao público as infinitas possibilidades deste universo, seus movimentos, instrumentos, receitas, DIY, e muito mais.
Prefeitura assina contrato com consórcio vencedor da licitação para implantação de iluminação LED
Feira de Santana será a primeira cidade baiana a ter o seu Parque de Iluminação 100% com tecnologia LED. A empresa vencedora do processo de licitação, Consórcio Conecta Feira, terá uma concessão de treze anos, e o contrato foi firmado em R$ 122.584.800,00. A Parceria Público-Privada (PPP) entre o Governo Municipal e a Conecta prevê que todo o projeto será implantado em dois anos. O início será dentro de dois meses. A empresa será submetida a auditoria diária e permanente realizada pela Prefeitura, além de uma empresa independente especializada em energia. Os feirenses vão dispor de um Centro de Controle Operacional funcionando 24 horas por dia, durante toda a semana. Isso será possível porque todas as luminárias terão uma placa com um número de identificação, o que facilitara a solicitação de reparos, quando necessário. O mesmo se estenderá a todos os distritos e povoados do município, que também são contemplados com o banho de iluminação a LED.
De acordo com o presidente do Consórcio, Carlos Sanches, os trabalhos de implantação das novas luminárias serão iniciados imediatamente e, em três meses, todo o aporte técnico do consórcio estará estabilizado em toda a sua complexidade. Toda a manutenção corretiva para reparos nas principais avenidas terá um prazo de 24 horas, nos demais logradouros, 48 horas. Já os casos de emergência (colisão em postes e situação que envolve riscos a população) terão prazo de seis horas. Além da manutenção corretiva, que se antecipa a manutenção, antes que a luminária apague, e a correção preditiva, que visa a substituição de componentes antes do final da sua vida útil, para manter a qualidade da iluminação inicial. O contrato, assinado pelo prefeito Colbert Martins Filho na tarde desta segunda-feira, 7, no Paço Municipal Maria Quitéria, contempla também 29 importantes locais, considerados referências importantes para o acervo cultural e arquitetônico do município. Dentre eles se encontram o Paço Municipal Maria Quitéria, as igrejas São José das Itapororocas, Senhor do Bonfim, Nossa Senhora dos Humildes, a Igreja dos Remédios, os monumentos ao Caminhoneiro, a Maria Quitéria, e ao Padre Ovídio. O prefeito afirmou que será instalado um sistema de telegestão nas luminárias das principais avenidas, onde será identificado em tempo real, entre outras informações, qualquer defeito da luminária e providenciado o reparo imediatamente. A economia de energia com a troca das luminárias será de 50% em relação aos custos atuais.
Bel Bonita expõe trabalho “Memórias de Lápis de Cor: Casinha do Sertão”
A exposição online “Memórias em Lápis de Cor: casinhas do Sertão” do músico Bel da Bonita já está disponível nas redes da Mostra da Diversidade Cultural: Imagens da Cultura Popular. Esta série de pinturas nasceu das memórias desse artista nos momentos de saudades e outras lembranças do tempo em que podia sair de casa sem a preocupação de ser contaminado pelo Coronavírus.
As pinturas traduzem também um pouco da história de Bel da Bonita, este que teve a sua educação formal, no âmbito da arte, frustrada pela sua professora que o reprimiu quando não o aprovou nas suas atividades de decalcar desenhos aleatórios em sala de aula. Aos poucos, o artista tomou iniciativa e desenvolveu estas habilidades com o lápis de cor e ‘folhas de ofício’. Sempre relacionando o ato de pintar/desenhar com as suas memórias, Bel busca se expressar e evocar estas memórias através das imagens.
Bel da Bonita é percussionista e idealizador do grupo Africania. Tem sido reconhecido pelos seus trabalhos como músico em Feira de Santana e região, com diversos discos gravados e com participação especial e dezenas de produções musicais. No âmbito do desenho, desenvolve esta atividade desde 2004, como uma maneira de expressar as saudades e outras lembranças de Feira de Santana, sempre usando a mesma técnica do lápis e papel comum.
Sem nunca ter feito oficialmente uma exposição, decidiu agora compartilhar essa sua habilidade e os seus sentimentos sobre esse momento que estamos passando “isoladamente”, para isso, ele escolheu produzir uma série de pinturas que tivessem relação direta com Feira de Santana, essa cidade o acolheu desde a década de 1980. Desse modo, a essa exposição, além de difundir a potência artística de Feira de Santana, traduz o sentimento de um artista feirense ligado à música e à imagem, numa perspectiva bastante característica dessa cidade, onde os artistas são impulsionados a ter variadas formas de trabalhar Este projeto foi patrocinado com recurso da Lei Federal de incentivo à cultura, através do Prêmio Cultura e Desenvolvimento Local, da Mostra da Diversidade Cultural Imagens da Cultura Popular, realizada pelo Favela é Isso Aí, Belgo Beckaert Arames, Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo e Governo Federal, Pátria Amada Brasil.