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Feira de Santana / 18 de setembro de 2020 - 20H 48m

As feiras de Feira

As feiras de Feira
Foto: Acervo Adilson Simas

Por Daniele Britto*

Institucionalizou-se que, hoje, dia 18 de setembro, é aniversário da cidade de Feira de Santana. Minha cidade e talvez também a sua, que me lê. Motivos para comemorar? Infelizmente, não consigo elencar um que seja.

Antes de me pixarem de pessimista nata ou canceriana dramática, explico: Feira de Santana não envelhece com o tempo. Ela vem desaparecendo em ritmo acelerado, cada vez mais distante dos seus. Uma senhora quase sem memórias e perdida de si. Certamente, já se esqueceu dos povos indígenas que ocupavam este território, os Paiaiás, que foram exterminados sem pudor, em nome da colonização e do desenvolvimento do comércio, claro. Mas, hoje, não vou tão a fundo nas entrelinhas da velha Feira.

Antes que me acusem de retrógrada e utópica saudosista, mais uma vez, explico: a cidade que tem em seu nome a origem da sua concepção e relevância econômica, o grande motivo do destaque entre tantas outras agoniza, em um desalinho que pende entre a incompetência e a irresponsabilidade; entre a subserviência burra a determinados grupos em detrimento de uma coletividade.

Quando me deparei com a já inevitável e sorrateira retirada das barracas dos ambulantes do centro da cidade, mais uma vez, me perguntei: desde quando Feira deixou de ser uma feira? Logo em seguida, no noticiário local, ouvi a frágil justificativa de um Secretário do município que nitidamente não sabe o que faz mas sabe muito bem a quem obedecer.

Tentar desvencilhar a identidade e característica da cidade de Feira de Santana da estrutura de uma feira livre, da alma de feirantes que temos é uma afronta irresponsável que não beneficia nem os maiores interessados nessa “limpeza”. Achar que ser uma grande feira é associar-se ao retrocesso é uma grande prova da limitação técnica e até de capacidade cognitiva, eu diria. Acreditar que é impossível uma harmonia entre o comércio formal e informal é típico daqueles que governam para poucos e não para todos.

Para alguns estudiosos, as feiras livres existem há mais de 500 anos antes de Cristo. Já o comércio informal abriga mais de 60% dos trabalhadores do país! Não há como não levar isso em consideração em uma cidade que se chama FEIRA de Santana. Não dá pra achar que tirar os ambulantes das ruas – solo de qualquer feira – e colocar em um local chamado de shopping (que péssima proposta esse estrangeirismo disfarçado de ascensão) vai contribuir para a mobilidade e fruição das atividades comerciais.

Comparar a fala política (disfarçada de promessa de progresso) do citado Secretário responsável pela retirada dos ambulantes com a de um engenheiro como Allan Pimenta, mestre pelo Masdar/MIT por exemplo, é um nítido exemplo do grande equívoco que é menosprezar o aspecto técnico de uma gestão. E os grandes prejudicados disso tudo são aqueles que não têm como escolher quem ocupa os cargos que não são eletivos; são todos e todas que fomentam e usufruem dessa informalidade característica que não vai morrer jamais!

Esconder as feiras e os informais dentro de uma estrutura fechada batizada de shopping é um apagamento que se repete na nossa história. Já tivemos os chamados currais modelo e já fomos capazes de comercializar, no meio das ruas, mais de 100 mil cabeças de gado em um ano. No gogó, na pechincha. Para onde foi todo esse potencial e essa força comercial?

Ser feirante está nas raízes de Feira de Santana e isso deve ser levado em consideração. Verdadeiramente precisamos de um projeto urbanístico tecnicamente democrático, que leve em consideração o patrimônio imaterial que nos forja. Um projeto inclusivo, feito para pessoas e não para ficar bonito só na peça publicitária do portfólio eleitoral.

É necessário elaborar um projeto multidisciplinar, alinhado com a perspectiva de que a valorização de uma cultura também faz parte do desenvolvimento econômico de uma cidade ou região. Identidade deve ser premissa de qualquer projeto de requalificação e, claro, estar dentro de planejamentos urbanos de médio e longo prazo. Mas, pra isso, é preciso ter competência técnica, executiva e, obviamente, capacidade de dialogar.

Não somos um shopping, my friends. Somos de uma feira.

*Daniele Britto
Advogada e Jornalista
Mãe, feminista, antirracista e aliada na luta contra a homotransfobia
Pesquisadora no grupo Corpo-território Decolonial (Uefs)
Mestranda PPGE/Uefs

Feira de Santana / 18 de setembro de 2020 - 14H 42m

Feira de Santana comemora aniversário entregando reforma do Casarão Olhos D´agua

Feira de Santana comemora aniversário entregando reforma do Casarão Olhos D´agua
Foto: ACM

Feira de Santana celebra hoje 187 anos de emancipação política e a prefeitura da cidade reinaugurou o Casarão Olhos D’Água, imóvel de mais de 300 anos, tido como a primeira habitação erguida no município, que foi reformado.
O espaço, que um dia foi pousada obrigatória de vaqueiros e tropeiros que cortavam os sertões tangendo boiadas, agora abrigará um memorial de Maria Quitéria, heroína da Independência do Brasil, e será também o espaço sede do Instituto Histórico e Geográfico de Feira de Santana e das academias de Letras, Artes, Educação e Medicina. O casarão será um núcleo de preservação da memória e estímulo à ciência e cultura locais.
Restrita aos membros envolvidos no projeto, a solenidade de inauguração contou com hasteamento de bandeiras e execução dos hinos municipal e nacional. A restauração do espaço, situado na Rua Dr. Araújo Pinho, custou mais de R$ 331,6 mil e seguirá sob administração da Fundação Municipal Cultural Egberto Costa. Professor da Uefs e secretário municipal de Planejamento, Carlos Brito falou sobre a importância da data e dificuldade da comemoração deste aniversário sem a possibilidade da tradicional presença das pessoas.
O município decretou ponto facultativo nas repartições municipais, mas o comércio da cidade funcionou normalmente.

 

Com informação da SECOM e Correio

Feira de Santana / 15 de setembro de 2020 - 11H 27m

Secretário diz que órgão do Estado comparou centro de Feira com favela

Uma análise técnica feita pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC), órgão do Governo do Estado, na gestão do governador Jacques Wagner, apontou como ilegal a existência de comércio informal em áreas onde existem bens históricos e tombados. Em um trecho, a análise do IPAC chega a comparar o centro de Feira de Santana com uma favela. “Está aí uma prova contundente de que a relocação do comércio ambulante para o centro comercial popular não é uma perseguição da Prefeitura. Ela se baseia também nessa análise técnica do IPAC, que faz parte do inquérito civil aberto pelo Ministério Público, que resultou numa ação judicial contra o Governo Municipal”, argumenta o secretário de Desenvolvimento Econômico, Antônio Carlos Borges Junior. A pedido do Ministério Público, que instaurou um inquérito civil sobre a ocupação do centro pelo comércio ambulante, o arquiteto Adolfo Roriz encaminhou a análise ao MP em 5 de julho de 2008. Segundo o documento, o decreto 10.039, de 30 de julho de 2006, também do Governo do Estado, proíbe a existência de camelôs e barracas em volta de bens tombados. Em um trecho da análise técnica, Adolfo Roriz chega a destacar que a “construção de barracas fixas, de péssima qualidade, coberturas improvisadas, nos dão a impressão de que estamos visualizando uma pequena favela”. O arquiteto destaca o artigo 15 do decreto, segundo o qual “na vizinhança do bem tombado não poderão ser efetuadas intervenções que lhe prejudiquem a visibilidade, tirando o valor histórico ou a beleza original da obra ou do sítio protegido”. Entre os bens tombados no centro, a análise lista o coreto da praça Bernardino Bahia, o coreto da praça Fróes da Mota, a Capela de Nossa Senhora dos Remédios e o prédio do Arquivo Público Municipal, entre outros. Já no Poder Judiciário tramita uma ação, de iniciativa do Ministério Público Estadual, solicitando a retirada de comércio informal no centro da cidade. A ação se baseia na Constituição Federal, no Código Civil, no Estatuto da Cidade e no Plano Nacional de Mobilidade Urbana.

09 de setembro de 2020 - 16H 06m

Igreja evangélica realiza culto em formato drive-in

Com o objetivo de colocar em prática o amor ao próximo como a maior demonstração do cristianismo genuíno, sobretudo no contexto da pandemia da covid-19, a União de Jovens da Assembleia de Deus em Feira de Santana, conhecida pela sigla UJADEFS, vai realizar o primeiro drive-in solidário da história da igreja.

De acordo com o Presbítero Emerson Dayube, coordenador geral da Ujadefs, o evento vai acontecer no próximo sábado, às 15h, no espaço localizado na Estrada do Calundu, bairro Lagoa Salgada. “Teremos como participação especial o Pastor Osiel Gomes, comentarista da Casa Publicadora das Assembleias de Deus – CPAD – que será o pregador do evento e a cantora Sarah Beatriz que vai entoar os louvores”, afirmou o coordenador.

Para além da participação dos convidados especiais, o Presbítero Emerson Dayube faz questão de ressaltar a razão maior do encontro: “Este é um momento em que enfrentamos uma situação totalmente atípica e quisera Deus que fossemos nós os escolhidos para atravessar esse tempo, por isso precisamos levantar a bandeira da solidariedade e do amor fraternal com os nossos irmãos carentes e necessitados”, afirmou em reuniões com a equipe de lideres de jovens durante a fase de planejamento do evento.

Por isso, ele ressalta que, o próprio tema do evento, Eu Vivo Esta Esperança, já é um chamado à solidariedade cristã e, conclama todos os participantes a levarem um quilo de alimento não perecível que posteriormente será distribuído àqueles que enfrentam dificuldade financeira devido a maior crise sanitária que a cidade atravessa. Dados mostram que mais de 9,3 mil pessoas já foram infectadas pelo novo coronavírus e outras 193 vidas foram ceifadas em decorrência da doença.

Medidas de segurança

Durante os encontros de planejamento, o coordenador geral do evento assegurou que o drive-in solidário será realizado com todo o esquema de segurança possível e dentro daquilo que propõe o decreto publicado no último sábado pela Prefeitura Municipal com normas específicas para realização dos eventos culturais em nossa cidade.

A Ujadefs está presente em mais de 95% dos bairros de Feira de Santana. Dividida em quase 170 templos, a juventude assembleia soma quase 4 mil jovens espalhados pelos quatro cantos da maior cidade do interior baiano. “Nossa esperança é que tudo ocorra da melhor forma possível e que oramos para que este seja o primeiro e último drive-in que realizamos já que nutrimos a esperança de que essa pandemia vai passar e todos voltaremos a cultuar a Deus como antes”, finalizou o coordenador ressaltando o convite para que todos possam ampliar a rede de solidariedade no próximo sábado.

Feira de Santana / 09 de setembro de 2020 - 12H 46m

Artista feirense Jefferson Moura apresenta o projeto Com Pão e Poesia

Artista feirense Jefferson Moura apresenta o projeto Com Pão e Poesia
Foto: Joy Freitas

Elsimar Pondé
E-mail: [email protected]

O programa “Com Pão e Poesia – processo criativo durante a pandemia”, é um projeto do professor, cantor e compositor feirense Jefferson Moura, aprovado pelo edital Calendário das Artes 2020 – 8ª edição, da Fundação Cultural do Estado da Bahia, entidade vinculada à Secretaria de Cultura do Estado.

Neste projeto, Jefferson entrevistará o músico e compositor Daniel Penha, a atriz Júlia Lorrana e o professor e poeta Roberval Pereyr, todos atualmente moradores de Feira de Santana.

Segundo Jefferson, o objetivo do programa é fomentar empatia e humanidade através da expressividade, dando voz a quem vive de arte e a vez ao público de dividir com o artista o peso de enfrentar uma crise tão desleal.

Apresentações autorais e bate papo não simultâneo sobre o processo criativo desses artistas diante do atual contexto de isolamento social em que se encontra o mundo, dão a esse projeto um tom necessário nestes tempos em que a arte se faz necessária para a saúde mental da população.

A compilação dos três episódios do programa “Com Pão e Poesia – processo criativo durante a pandemia”, será publicada nas redes sociais da Secretaria de Cultura do Estado (Secult) e da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Funceb) e, em seguida, nos perfis do próprio Jefferson Moura (Instagram e YouTube). A data ainda não está definida.

Poeta, cantor, compositor, professor (é formado em Letras), Jefferson é um dos mais inquietos artistas da atualidade em Feira de Santana. Ainda este ano ele deve lançar seu primeiro EP, com produção do DJ Lerry, ele também faz parte do grupo Bando À Flor da Pele.

Feira de Santana / 06 de setembro de 2020 - 21H 06m

Feirenses têm seus trabalhos divulgados por Lázaro Ramos e Taís Araújo

Na última sexta feira(6), o feirense Thiago Rocha foi surpreendido com um publipost de ninguém menos que Lázaro Ramos.
O ator decidiu fazer 100 publicações divulgando o trabalho de pessoas que ele considera incríveis. Ele os chamará de “O cara” e Thiago foi o primeiro da lista do baiano. Veja a publicação aqui.

Thiago Rocha é professor de inglês e cineasta. No ano passado, ele lançou o filme Porque Eu te Amei, que recebeu 4 indicações no Festival Nacional de Cinema Cristão no Rio de Janeiro (relembre aqui). Ele contou que também foi pego de surpresa quando se viu no instagram de Lázaro Ramos. Ele acredita que o ator conheceu seu trabalho por intermédio de uma nova parceira que está fazendo com a página de noticias e cultura negra Momentos Negros, na rede social, que tem quase 100 mil seguidores.
“Foi surpresa pra mim. Eu estava dando aula, quando terminei e sai da sala virtual, fui checar minhas redes sociais e me deparei com o post. Fiquei muito feliz e emocionado”.
Após a publicação do global, sua conta ganhou muitos seguidores. Segundo ele, seu trabalho nas redes exige muita dedicação e o retorno até aqui costuma ser lento.
“Passou um filme na minha cabeça, eu me esforço muito pra produzir conteúdo de qualidade, gasto cerca de 12 horas por semana escrevendo roteiros, editando posts e vídeos, respondendo comentários e interagindo com o público. E as vezes o crescimento é muito lento. Vou ser sincero que pensei em desisti diversas vezes”.
Thiago contou que a ajuda veio em boa hora. Ele está para lançar um curso online de inglês. Com a visibilidade que ganhou, mais pessoas poderão assistir.
“Estou muito grato a Deus por essa honra e mais, eu tinha um objetivo de chegar aos 10 mil seguidores ainda esse ano e isso tudo aconteceu uma semana antes do lançamento do meu curso de inglês online, onde ensino inglês de forma divertida e leve, usando elementos da cultura negra pra fomentar a representatividade de pessoas negras em lugares que não existem tantos negros trabalhando”.

O casal Ramos anda antenado nos talentos de Feira de Santana. A esposa de Lázaro, Taís Araujo, também notou uma feirense há algumas semanas. A cantora Rachel Reis teve o trabalho divulgado pela atriz, que disse estar viciada em sua música. Clique para ver a publicação.

Taís postou um vídeo rápido se maquiando e ouvindo a música “Ventilador”, interpretada por Rachel. Os fãs da feirense foram a loucura e não pararam de comentar nas redes sociais sobre o assunto. Em seguida, ela fez uma postagem na sua página do Instagram com o vídeo da música completo e revelou que está viciada no hit. Taís elogiou o trabalho de Rachel e ainda recomendou que os seus seguidores a sigam e conheçam outras músicas.

Rachel disse estar colhendo os frutos dessa divulgação da atriz, que para ela sempre foi uma referencia, devido à sua representatividade negra.
“Eu fiquei muito feliz e sem acreditar que uma mulher que eu sempre fui fã, se disse minha fã. Foi uma divulgação maravilhosa. Minhas músicas passaram a ser muito ouvidas. Nem consigo descrever o tamanho da minha felicidade”. Comemora a cantora.
Apesar de ter aumentado sua visibilidade com o post de Taís, Rachel Reis já vinha sendo muito ouvida. Nomes como Caetano Veloso e Adriana Canhoto, já havia incluído o single em suas playlists no Spotfy.

Feira de Santana / 06 de setembro de 2020 - 08H 51m

Morre o multiartista feirense Márcio Punk

Morreu na manhã deste domingo (06), aos 46 anos, no Hospital Dom Pedro de Alcântara, o multiartista feirense Márcio Punk. Ele lutava contra um câncer de pulmão há pelo menos um ano e meio. Ainda não temos informações sobre o velório ou sepultamento, cuja presença deve ser restrita por causa da pandemia do novo coronavírus.

Por mais de 20 anos, Márcio teve intensa atuação no segmento cultural em Feira de Santana e região. Além da atividade como tatuador, Punk também enveredou pela música, cinema e especialmente pelas artes visuais, desenvolvendo a técnica chamada pulverografia.

Márcio Punk também foi o idealizador da mais importante intervenção de arte urbana da Bahia entre os anos de 2015 e 2018, o movimento “O Beco é Nosso”, no Beco da Energia, antigo espaço onde existem casas de prostituição, situado no coração do centro comercial de Feira.

Inúmeras apresentações musicais, de dança e teatro, oficinas, intervenções de artes visuais, principalmente o grafitti, lançamentos de livros, entre outras atividades, deram ao espaço grande visibilidade nos veículos de comunicação e nas redes sociais também, forçando o poder público a tratar com mais dignidade as pessoas que lá residem.

Punk teve atuação como ativista cultural, apoiando as ações em favor da elaboração do Plano Municipal de Cultura e as cobranças pela aprovação do documento na Câmara Municipal no ano de 2016. Participou de apresentações do grupo Curarte, que faz intervenções artísticas voluntárias em hospitais de Feira.

Márcio Antônio Silva dos Santos deixa dois filhos, Erik e Malu, e uma legião de amigos que ao longo dos últimos meses participaram ativamente da campanha Arte Vence, que visava arrecadar recursos adicionais para o tratamento de saúde do multiartista.

Feira de Santana / 29 de agosto de 2020 - 14H 42m

Domingo Tem Teatro estreia em formato online

Domingo Tem Teatro estreia em formato online
Foto: Nti Uirá

Elsimar Pondé
E-mail: [email protected]

O Domingo Tem Teatro estreia a sua programação especial online neste domingo (30). A transmissão será feita pelas redes sociais da Cia. Cuca de Teatro com a exibição do espetáculo “O Circo de Um Homem Só com uma Plateia Só” do premiado Diretor, ator, palhaço, dramaturgo e roteirista João Lima.

O espetáculo reúne humor e versatilidade ao contar a história do palhaço Tiziu que decide realizar sozinho um espetáculo de circo completo, ele mesmo arma o circo e faz o apresentador, o mágico, o malabarista, a bandinha e tudo o que encanta no mundo circense, diversão garantida para toda a família.

O Domingo Tem Teatro, projeto idealizado e produzido desde 2005 pelos produtores da Cia. Cuca de Teatro, Henrique Motté (1963-2019) e Elizete Destéffani-Motté é pioneiro na Bahia e originalmente fruto da ação cultural voltada ao teatro para a infância e juventude em Feira de Santana.

Com a pandemia iniciada nas vésperas da estreia do projeto, em março, não foi possível realizar a programação agendada para a temporada do primeiro semestre.

De lá para cá a produção do Domingo Tem Teatro veio trabalhando no planejamento para a execução de apresentações do projeto na versão online, dentro dos parâmetros e orientações de segurança e cuidados determinados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e em consonância com os decretos do Estado e do Município.

A estreia do Domingo Tem Teatro Online é uma iniciativa pensada para manter o projeto em atividade no momento em que não se tem ainda uma previsão de retorno das atividades presenciais nos teatros.

SERVIÇO

O QUÊ: Domingo Tem Teatro Online
QUANDO: 30 de agosto / HORÁRIO: 10h30
ONDE: https://www.facebook.com/oficialciacucadeteatro/
https://www.youtube.com/user/CiaCucadeTeatro
ESPETÁCULO: “O Circo de Um Homem Só com Uma Plateia Só”
GRUPO: Núcleo Circo Único – Salvador – BA
CLASSIFICAÇÃO: Livre / DURAÇÃO: 40 minutos

Feira de Santana / 26 de agosto de 2020 - 11H 28m

Festival de Fotografia do Sertão promove série de lives com fotógrafos brasileiros

Elsimar Pondé
E-mail: [email protected]

O Festival de Fotografia do Sertão promove, a partir desta semana, uma série de entrevistas no Instagram com temas diversos relacionados a gêneros fotográficos e processos criativos com a participação de destacados nomes da fotografia no Brasil.

A primeira live será realizada nesta quinta-feira (27), às 20 horas, com o tema “Rumos do Festival do Sertão” e a participação do fotógrafo, produtor cultural e curador independente Tibério França, que é professor da Universidade do Estado de Minas Gerais e acompanha o Festival desde a primeira edição.

Na primeira semana de setembro, na quinta-feira (03), a temática proposta é “Fotografia de rua”, com o conceituadíssimo fotógrafo Gustavo Minas, uma das principais referências deste segmento no Brasil.

O terceiro momento desta série está programado para 10 de setembro, com Daryan Dornelles, fotógrafo que se notabilizou ao registrar alguns dos maiores nomes das artes e cultura pop do Brasil. O tema da live: “A arte do retrato”.

Para fechar essa sequência, no dia 17, a live vai tratar das “Poéticas visuais”, com a fotógrafa Ana Reis, que atua como oficineira de fotografia do Cuca e também é professora da rede municipal de ensino de Feira Santana.

As entrevistas serão conduzidas por integrantes da equipe do Festival de Fotografia e pessoas convidadas, sempre às 20 horas, no perfil do Festival no Instagram: @festivaldosertao. Esta é uma ação preparatória para 4ª edição do Festival de Fotografia do Sertão, prevista para o final deste semestre.

SERVIÇO:
O QUÊ:
 Série de Entrevistas do Festival de Fotografia do Sertão
ONDE: No Instagram @festivaldosertao
QUANDO: 27/08 e 03, 10 e 17/09, sempre às 20 horas
QUEM: Tibério França (@tiberiofranca), Gustavo Minas (@gustavominas), Daryan Dornelles (@daryandornelles) e Ana Reis (@ana_reis_fotografia).

Feira de Santana / 23 de agosto de 2020 - 22H 04m

Festival em prol do artista Márcio Punk será realizado no próximo sábado

Elsimar Pondé 
E-mail: [email protected]

Será realizado no próximo sábado (29), às 20 horas, no canal do Viva Feira no YouTube, o Festival Arte Vence. A iniciativa parte de um grupo de artistas, técnicos, gestores culturais e amigos do artista feirense Márcio Punk que se encontra em tratamento de saúde, em decorrência de um câncer. O objetivo do festival é arrecadar fundos para auxiliar nas despesas com alimentação e remédios, que tem um custo muito elevado.

A transmissão do Festival Arte Vence será realizada pelo YouTube, no canal do Viva Feira, a partir de 20 horas. Dentre as atrações da noite estão as bandas Papel Carbono e Calafrio, os grupos Rádio Livre e Roça Sound, os cantores e compositores Arquimedes Nascimento e Pablues e a cantora e compositora Kareen Mendes.

Durante o festival as pessoas poderão fazer doações através do Picpay, também haverá leilões de telas de artistas visuais como Jorge Galeano, Siddhartha, Gabriel Ferreira, Julio Firmo e Magrelo, entre outros.

Punk atua no segmento artístico da cidade há mais de 20 anos de forma muito diversa, como ator, músico, tatuador, artista visual e como ativista cultural. Ele foi o idealizador do movimento “O Beco é Nosso”, que entre os anos de 2015 e 2018 foi a maior intervenção urbana cultural realizada no estado da Bahia, quando o Beco da Energia recebeu uma série de atividades artísticas.

O Festival Arte Vence é mais uma ação solidária em favor da causa do tratamento de saúde de Márcio Punk. Além do festival já havia sido criada também uma galeria de arte virtual no Facebook, na qual algumas artes estão colocadas à disposição das pessoas para quem quiser comprar.

Feira de Santana / 23 de agosto de 2020 - 10H 24m

Filha de Zé Ronaldo tem cargo na prefeitura de Salvador com salário próximo ao de ACM Neto

Filha de José Ronaldo, ex-prefeito de Feira de Santana e candidato ao governo da Bahia na última eleição, Natália Carvalho mantém um cargo com salário bruto de R$ 23.228,36 na prefeitura de Salvador desde 21 de janeiro deste ano. Ela foi nomeada em janeiro deste ano como assessora especial IV, Grau 58, na Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Secult), com carga horária de 40 horas semanais. Natália goza de proventos parecidos com o que ganha o prefeito da capital baiana, ACM Neto (DEM), que ganha R$ 24.875,00, segundo dados disponibilizados pelo portal da transparência do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM). Se for diminuir com os 30% de corte no subsídio que Neto anunciou por causa da pandemia da Covid-19 (leia mais aqui), Natália passa o prefeito. No levantamento feito pelo site Bahia Notícias a partir dos pagamentos feitos em julho, a filha de Zé Ronaldo recebeu uma remuneração líquida de R$ 17.445,98, conforme divulgado pela transparência da prefeitura. No mesmo mês, de acordo com o TCM, o prefeito soteropolitano recebeu R$ 12.976,44, com os descontos e o corte. Procurado pelo BN, Zé Ronaldo preferiu não se posicionar. No entanto, via assessoria, ele sugeriu que, por não ser prefeito de Salvador, isto deveria ser tratado com a Secult ou com ACM Neto. Ele também aproveitou para dizer que a filha continua trabalhando, inclusive, durante a pandemia. A reportagem consultou a pasta soteropolitana, que, em nota, explicou que Natália é advogada no Programa Nacional de Desenvolvimento do Turismo em Salvador. “E [ela] realiza um excelente trabalho”, diz trecho da resposta enviada pela Secult.  (As informações são do site Bahia Notícias)

Bahia / 20 de agosto de 2020 - 13H 00m

Adab alerta para o surgimento de moscas que matam animais e até humanos

Um poderoso vetor de transmissão de doenças tem se multiplicado por várias regiões da Bahia e os produtores contabilizam os prejuízos dos reincidentes ataques que já ultrapassam noventa dias, tempo muito maior do que o registrado em anos anteriores. É a mosca-dos-estábulos (Stomoxys calcitrans), que molesta gado, equinos, galináceos, cachorros, gatos e também o ser humano com picadas dolorosas e capazes de provocar definhamento e até a morte das vítimas que perdem peso rapidamente.

O diretor geral da Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), Maurício Bacelar informou que tem intensificado a realização de blitzes fixas e móveis para averiguar o transporte correto e a apresentação das Guias de Transporte Residuais (GTR) das camas-de-aviário.
Os especialistas reforçam que nos períodos chuvosos, quando são registradas alta umidade e baixa temperatura, também é alta a proliferação dos insetos, considerados vampiros, pois se alimentam do sangue das vítimas, especialmente os animais de criação.

Ações educativas também estão programadas, a exemplo da distribuição de folders orientando o manejo adequado para conter a proliferação da espécie, responsável ainda pelo ataque às lavouras de mamão, café, cana-de-açúcar, entre outras culturas em Belmonte, Eunápolis, Guaratinga, Itabela, Itagimirim, Itapebi, Porto Seguro, Santa Cruz Cabrália, Teixeira de Freitas, Valença, Tancredo Neves, Mucuri e outras cidades.

Eleições 2020 / 18 de agosto de 2020 - 15H 08m

Ran Rainha promete confronto com fundamentalistas e racistas caso seja eleita em Feira

Por Rafael Velame

Filha de mãe solteira, lavadeira, faxineira, defensora da causa LGBT, preta, produtora cultural, líder estudantil, estudante de cinema e ativista da soberania alimentar. Esse é um perfil de Helder Santos Souza, feirense, da Barroquinha, 35 anos, e que prefere ser chamado pelo nome de Ran Rainha e é pré-candidata a vereadora de Feira de Santana pelo PSOL.

Ran é bastante conhecida na cidade pelo ativismo cultural e por algumas polêmicas. No movimento estudantil desde os 15 anos de idade, foi uma das primeiras assessoras do mandato do então deputado estadual,  Zé Neto.  Na política, diz se espelhar na ex-senadora Heloisa Helena, no ex-presidente Lula, no ex-vereador Marialvo Barreto e no ex-deputado Jean Willys. “Essas pessoas me fizeram hoje o que sou enquanto pensamento na vida, me ajudaram muito a direcionar meu caminho”.

Ran conhece de perto os bastidores do legislativo feirense. Em 2005, trabalhou no mandato do professor Marialvo e diz ter visto muitos absurdos. “Muita coisa absurda tipo vereador marcando consulta”, conta. Essa prática ela não pretende adotar. “Coisas que não tenho intenção de fazer, tenho intenção é de denunciar”.

Por entender que a Câmara atual não representa o povo feirense, decidiu tentar ocupar uma cadeira no conservador legislativo feirense. “Decidi me candidatar pela ausência de representatividade política na Câmara, falta quem represente a juventude da periferia, a cultura de Feira, o debate de soberania alimentar e alguém que banque a pauta de políticas públicas LGBT”, reclama.

Como muitos moradores de Feira, Ran se sente um cidadã invisível na Câmara. “Ela não me enxerga. Não vejo atuação, não vejo resposta as necessidades da cidade. Cidade sem saneamento básico, sem pavimentação”, critica.

Ran Rainha foi responsável pelo Festival Elefante Branco, que usou as estações abandonadas do BRT nas avenidas Getulio Vargas e João Durval Carneiro para realização de uma “festa protesto”. “O festival teve o intuito de denunciar e dar visibilidade ao BRT usando o fator cultural musical para denúncias. Demos visibilidade a essa problemática da cidade”.

Sobre o BRT ela é taxativa.”Um BRT que não pensa na mobilidade urbana”.

Caso seja eleita, Ran promete debater políticas públicas pensando nas pessoas, algo que diz não existir na política atual da cidade. “Não tem contraponto, não tem oposição que paute os interesses do povo”. Para ela, a política esta em processo de desinteresse.  “As pessoas estão desacreditadas que elas são capazes de ocupar esses espaços e por isso esse setor fundamentalista religioso ocupa esses espaço para destruir a gente”.

Desde que o PSOL tornou pública a sua pré-candidatura, muitas pessoas comentaram nas redes sociais que gostariam de ver um debate de Ran com o vereador fundamentalista religioso Edvaldo Lima no plenário feirense. “Edvaldo Lima só sabe atacar os LGBT. Ele só existe porque nós existimos. Temos que ocupar esses espaços para fazer contrapontos e para pautar a nossa realidade. Minha bandeira é por um parlamento com diversidade de pensamento”.

Um assunto recorrente nas redes sociais da pré-candidata é a soberania alimentar. Mas, o que é isso? Segundo ela, esse é um debate importante em Feira enquanto política pública. “Precisamos fomentar a criação de hortas orgânicas, hortas comunitárias na periferia. Em um momento desse de pandemia nossa independência alimentar seria muito importante”, explica.

Em 2011, aprovada no primeiro Enem da história, a feirense foi estudar História na cidade de Jaquarão, no Rio Grande do Sul. Mas, o sonho virou pesadelo.  Ran virou notícia em todo Brasil por ter sido mais uma vítima da violência policial brasileira. Abordada pela polícia gaúcha com ofensas racistas e truculência, acabou agredida e presa.  A estudante baiana denunciou as agressões à corregedoria da Brigada Militar gaúcha e acabou vítima de diversas ameaças de morte. Com medo, teve que retornar para Feira e foi temporariamente beneficiada pelo Programa de Proteção a Testemunhas da Secretaria da Justiça da Bahia. Por isso, a bandeira anti-racismo também será defendida. “Nosso mandato vai estar disponível a todos que forem vitimas de racismo. Não podemos passar pano pra racista. Se essa bicha preta chegar no mandato, nosso lema para racista vai ser bala e fogo”, brada.  Caso consiga ser o primeiro homossexual assumido a assumir um mandato na Câmara de Feira, Ran Rainha entrará para história. “Quero construir políticas públicas não só para os LGBTS, mas para toda cidade. Ter um viado na Câmara, um representante de travesti na Câmara, essa será a primeira mudança”.

Algumas lendas pairam sobre Ran. Uma delas é a que vende brigadeiro de maconha nas festas.  Ou como ela fez questão de frisar: “brizadeiro”. Os boatos surgiram porque ela faz parte da empresa  “Manga Rosa”, culinária canábica. Eles trabalham com material importado e legalizado derivado da maconha. “Óleos, azeites, é diferente da maconha, são derivados do canabinol. Por exemplo, a semente da maconha é riquíssima em omega 3. Estamos desenvolvendo em Feira uma linha de produtos derivados desse material”, explica.  Por fim, escolada com o processo de criminalização da maconha, Ran fez questão de deixar claro. “Não sou traficante. Não vendemos maconha. Todo material é importado que vem pelo correio”, ressalta.

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Feira de Santana / 13 de agosto de 2020 - 15H 13m

Nova audiência pública discute detalhes da Lei Aldir Blanc nesta sexta em Feira

Elsimar Pondé
E-mail: [email protected]

Trabalhadoras e trabalhadores que atuam no campo da cultura em Feira de Santana terão a oportunidade de participar de mais um debate sobre a lei Aldir Blanc. Nesta sexta (14), uma audiência pública será realizada por plataforma virtual, a partir das 14h30.

O link para acesso estará disponível na página da Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer no site da Prefeitura de Feira (feiradesantana.ba.gov.br).

As pessoas interessadas poderão tirar dúvidas sobre as últimas atualizações da lei e também fazer sugestões, segundo garante o secretário Jairo Carneiro Filho.

A lei Aldir Blanc prevê auxílio emergencial para o setor cultural durante a pandemia do novo coronavírus. Ao todo, 3 bilhões de reais serão liberados para o segmento em todo o Brasil. Feira de Santana deve receber cerca de 3 milhões e 800 mil reais.

Os recursos serão destinados aos trabalhadores e trabalhadoras da cultura, para manutenção de espaços culturais e também para criação de editais.

Feira de Santana / 10 de agosto de 2020 - 13H 31m

Comitê da Lei Aldir Blanc em Feira se reúne pela primeira vez nesta segunda

Elsimar Pondé
E-mail: [email protected]

Os membros do Comitê Gestor Intersetorial Lei Aldir Blanc, formado por representantes do poder público e da sociedade civil organizada foram nomeados pela Prefeitura de Feira e se reúnem pela primeira vez na tarde desta segunda-feira (10).

A Lei Aldir Blanc prevê auxílio emergencial para o setor cultural neste período de pandemia do novo coronavírus. O decreto foi publicado no Diário Oficial Eletrônico. As atividades do segmento estão suspensas desde o mês de março.

O comitê é coordenado pelo secretário de Cultura, Esporte e Lazer, Jairo Carneiro Filho e tem 14 representantes – metade indicada pelos titulares das secretarias municipais e a outra metade indicada pelos setores organizados.

Ao Comitê Gestor Intersetorial Lei Aldir Blanc compete acompanhar e fiscalizar a execução dos recursos recebidos, realizar discussões referentes à regulamentação no âmbito municipal.

Também elaborar o Plano de Aplicação dos recursos conforme previsto em Lei, aprovar relatório de Execução e Prestação de Contas dos recursos e promover a divulgação dos seus atos.

Feira de Santana / 06 de agosto de 2020 - 16H 54m

35º BI de Feira terá sala de exposição sobre Maria Quitéria

35º BI de Feira terá sala de exposição sobre Maria Quitéria
Retrato de Maria Quitéria, por Domenico Failutti (1920)

Uma mulher à frente do seu tempo. Assim podemos definir a heroína Maria Quitéria, uma feirense que marcou e revolucionou a história do país. Com o objetivo de homenagear e imortalizar os seus feitos, será criada a “Sala de Exposição Maria Quitéria”, localizada no 35º Batalhão de Infantaria, com sede em Feira de Santana. O espaço foi criado através da Portaria Nº 673, de 09 de julho de 2020. Foi editada pelo Comandante General do Exército Brasileiro, Edson Leal Pujol, e entrou em vigor no dia 03 de agosto de 2020. Um ofício enviado ao Tenente Coronel André Cajazeira, do 35º Batalhão de Infantaria congratulou a Corporação pela iniciativa. “Queremos nos congratular com esta prestigiada Corporação pela brilhante iniciativa de denominação patronímica a heroína Maria Quitéria, a fim de imortalizar os seus feitos”, constava no ofício. O documento foi assinado em conjunto pelo Prefeito Colbert Martins Filho; o Presidente da Fundação Cultural Egberto Costa, Antônio Carlos Daltro Coelho; e a Presidente da Academia de Artes e Letras de Feira de Santana, Lélia Vitor Fernandes. Este é o segundo empreendimento lançado em 2020 com o objetivo de imortalizar a história da nossa conterrânea. O Casarão Olhos D’água, que passou a fazer parte do acervo da Fundação Egberto Costa, está aos poucos sendo preparado para sediar o Memorial à Maria Quitéria e as diversas Academias de Feira de Santana. “Estamos aguardando a autorização do Prefeito Colbert Martins para a ocupação e inauguração do equipamento. Enquanto isso, a Fundação Egberto Costa continua adquirindo o mobiliário, pois uma parte já foi adquirida”, afirma o Presidente da FUNTITEC Antônio Carlos Daltro.

Opinião / 05 de agosto de 2020 - 20H 17m

O sempre errado Edvaldo Lima

Por Daniele Britto*

Hoje pela manhã, após assistir uma live-aula extraordinária dos queridos pesquisadores Dr. Eduardo Miranda (Corpo-território-decolonial) e do pernambucano Dr. Iran Melo (Nuqueer) sobre decolonialidade, me deparo com a publicação do Blog do Velame (leia aqui), na qual o bolorento vereador-fundamentalista Edvaldo Lima afirma, entre outras coisas, que:

“Esse cidadão, ele pode representar ele próprio, como trans que ele é. Que segundo tomei conhecimento que ele implantou pinto pra ser homem, nunca vai ser homem. Ele vai ser homem como? Ele pode implantar pinto, nunca vai fazer um filho (…). Quem nasceu mulher é mulher e quem nasceu homem é homem. Esse elemento não representa ‘os pai’ (sic)”.

O vereador se refere à campanha de dia dos pais da empresa Natura, que tem Tammy Miranda como garoto-propaganda.

Eu, sinceramente, não consigo avaliar por onde seria melhor começar. Talvez, se eu informasse ao vereador Edvaldo Lima que um homem trans não só pode ter filhos, mas também pode parir a uma criança seria um bom começo, não acham? (Neste momento, eu rio sozinha e satisfeita imaginando o vereador engasgando com seu rio de perdigotos).

Mas, vamos traçar uma sequência lógica de desconstrução desse discurso homotransfóbico que sim, deve ser levado ao debate em busca da retaliação adequada ao edil pentecostal que se esconde, como todo bom covarde legislador, sob o manto da imunidade parlamentar. Sigamos.

Faz-se necessário introdutoriamente entender o que a categoria teórica gênero, fomentada nos anos 70, com o objetivo de teorizar a questão da diferença sexual significa. Um dos principais debates sobre este “conceito”, é a ideia de que as diferenças baseadas no sexo (masculino e feminino) são essencialmente sociais e passam longe da naturalização. Trocando em miúdos: coisas masculinas ou femininas não são naturais do homem ou da mulher. São padrões impostos e construídos como forma de dominação e opressão.

O debate sobre gênero ganhou potência com as lutas feministas, cujos estudos sobre identidades eram fundamentais à causa. Foram as feministas que provaram que a história dos corpos das mulheres era pautada pelas relações de poder dentro da sociedade, ou seja, as mulheres eram moldadas e limitadas pelos homens. Faço, aqui, uma leitura sem incluir os não-binários, pois talvez seja muita informação para o varão Lima.

Sexo, por sua vez, é delimitado por um arcabouço físico-biológico, tem relação direta com o as genitálias – pênis e vagina, e não “pinto” e “contrário de pinto”, como denomina o legislador sem noção. Outras características fisiológicas que diferenciam os seres humanos como machos ou fêmeas a nível físico ou genético também constam nesta categoria teórica e são alvo de inúmeras discussões.

Definido mais do que resumidamente o que é gênero e sexo, vamos compreender a categoria teórica de sexualidade, que muitos e muitas confundem com gênero ou sexo. A sexualidade é produto – ou produtos, sem dúvida – de um nada simples conjunto de processos históricos, sociais, culturais e claro, biológicos. Sexualidade tem a ver com o que te dá tesão, com a erotização, mas também com o que reprime os teus desejos e prazeres. Heterrosexual, homossexual, bissexual, não-binário… se eu começar a elencar aqui as diversas possibilidades de sexualidade, não concluo hoje o texto.

Mais uma etapa cumprida. E agora, também de forma muito superficial, ressalto, vamos compreender a categoria teórica da identidade que, conforme um autor chamado Stuart Hall, está relacionado às posições que o sujeito assume na complexa rede de significações culturais. O que isso quer dizer? Que as identidades construídas durante o Iluminismo não são as mesmas da modernidade que por sua vez, não são as mesmas da transmodernidade proposta por Dussel.

Hall afirma que a identidade torna-se uma “celebração móvel”: formada e transformada continuamente em relação às formas pelas quais somos representados ou interpelados nos sistemas culturais que nos rodeiam (Hall, 1987). Para ficar mais claro: nossa identidade é definida pela história e não pela biologia. Podemos assumir identidades diferentes em diferentes distintos, sem nenhuma necessidade de ser coerente, nos deslocando a todo momento para diversos lugares.

Concluímos, portanto, que existem diversas formas de tornar-se homem ou mulher, ou seja, de assumir uma identidade de gênero, assim como, da mesma forma, existem múltiplas formas de subjetividades no campo das orientações sexuais.

O que eu quis dizer com tudo isso? Que o vereador Edvaldo Lima e a maioria dos seus pares – não sabem NADA disso. Desconhecem qualquer teoria, estudo ou debate dentro das referidas categorias teóricas e pior: não tem nenhuma familiaridade com os Direitos Humanos.

Edvaldo Lima é perverso e faz uso do determinismo biológico, que aliena e serve, até hoje, de argumentação colonialista para criar etiquetamentos sociais e, infelizmente, escravizar fiéis – e eleitores.

Discurso raso, que dialoga com um fundamentalismo homicida, que tira a vida de muitos homens e mulheres homossexuais, trans e travestis ao redor do mundo.

Ao ouvir as falas retrucando Lima, vejo que ainda falta muito à Câmara de vereadores para que esta legislatura seja, no mínimo, democrática. Falta, principalmente, o desmame da velha política alienatória e oportunista, que deve ser substituída com extrema urgência pelas pautas inclusivas em estreita caminhada com a transmodernidade. É necessário rejeitar irracionalidades, desmontar as estruturas coloniais e, sem dúvidas, alinhar-se à Constituição.

Não ouçam Edvaldo Lima. Tammy Miranda representa a concepção plural de famílias que nasce mundo afora. Representatividade importa SIM.

*Daniele Britto
Advogada e Jornalista
Mãe, feminista, antirracista e aliada na luta contra a homotransfobia
Pesquisadora no grupo Corpo-território Decolonial
Mestranda PPGE/Uefs

Bahia / 04 de agosto de 2020 - 05H 42m

Governador decreta luto pelo falecimento de Jorge Portugal

O governador Rui Costa lamentou a perda e decretou luto no estado nesta terça-feira (4). “Imensamente entristecidos, lamentamos a morte do ex-secretário de Cultura do Estado Jorge Portugal. Educador, poeta, compositor, Jorge era um homem de múltiplos talentos, exercidos com a energia e a simpatia que inspirava todos à sua volta. Era, antes de tudo, um homem apaixonado pela Bahia e pelo seu povo, que estiveram sempre no centro do seu trabalho, fosse como administrador público, professor e artista. Como diz um dos seus versos: ‘Uma nação diferente, toda prosa e poesia, tudo isso finalmente, só se vê, só se vê na Bahia’. Nossos sentimentos para seus amigos e familiares por essa grande perda”.

Feira de Santana / 25 de julho de 2020 - 23H 03m

No dia da Mulher Negra, conheça a origem e as reflexões que a data traz

No dia da Mulher Negra, conheça a origem e as reflexões que a data traz
Tereza de Benguela - Foto reprodução

Dandara Barreto
e-mail: [email protected]

No dia 25 de julho, é comemorado o dia da Mulher Negra. A data foi  instituída no Brasil em 2014 e foi inspirada no dia da mulher afro-latina-americana e caribenha (dia 31 de julho) e é também o dia nacional de Tereza de Benguela, uma líder quilombola que ficou conhecida como “Rainha Tereza”. Viveu no Vale do Guaporé, no Mato Grosso e liderou o Quilombo de Quariterê após a morte de seu companheiro, José Piolho, morto por soldados. Segundo documentos da época, o lugar abrigava mais de 100 pessoas, com aproximadamente 79 negros e 30 índios. O quilombo resistiu da década de 1730 ao final do século. Tereza foi morta após ser capturada por soldados em 1770.
A figura de Tereza ilustra a resistência da mulher negra no Brasil, que desde sempre foi marcada pela opressão.

Apesar de vivermos em um país com uma maioria de negros e mulheres, as mulheres negras permanecem sendo as mais exploradas e negligenciadas socialmente e para constatar esta realidade, basta olhar ao redor. Os números oficializam as estatísticas. No país, elas são 55,6 milhões, chefiam 41,1% das famílias negras e recebem, em média, 58,2% da renda das mulheres brancas. Quando o assunto é violência, os dados não são nada animadores. De acordo com o atlas da violência 2019, foram registrados 4.936 assassinatos de mulheres em 2017, sendo que 66% das vítimas são negras, mortas por armas de fogo e em boa parte das vezes, dentro de casa.
Na política, a representatividade é muito pequena. No Congresso Nacional, apenas 2% são mulheres negras e de acordo com uma pesquisa divulgada pelo Brasil de Fato, um quarto dos municípios brasileiros nunca elegeu uma mulher negra como vereadora.

Para a professora, mestre em diversidade cultural e ativista do movimento negro, Andreia Araújo, a data não é apenas celebrativa, ela relembra um histórico de luta para ocupar determinados espaços na sociedade e por sobrevivência.
“A necessidade de promover reflexões e ações para retirar a mulher negra deste lugar de subalternidade e de sub-cidadania, de negação de direitos básicos. A gente tem conseguido avanços importantes através dessa luta, mas ainda não alteramos estas estruturas e não conseguimos tirar as mulheres destes espaços”.
Andreia pontua que a invisibilidade da mulher negra é histórica e determinada por um projeto de poder, a partir do momento em que não há políticas publicas para assistir a este contingente tão grande da população.
“A nossa luta enquanto mulheres, ativistas e articuladoras é para que a mulher negra não seja lembrada apenas em datas como estas ou para falar apenas sobre os problemas das condições de mulher negra, mas que sejamos reconhecidas em todos os nossos espaços e em todas as nossas áreas de atuação. Que não estejamos restritas às portas dos fundos e aos elevadores de serviço”.
Andreia lembra que para que haja mudança efetiva com relação a este grave problema social, é preciso que ele seja encarado como algo coletivo e não apenas um problema pontual da mulher negra.
“É importante o reconhecimento da sociedade como um todo, no reconhecimento dos seus privilégios. Não basta a mulher negra lutar sozinha, é preciso que todos reconheçam que vivemos numa sociedade desigual e que desigualdade não é bom para ninguém. Não existe lado de fora, estamos todos implicados  na mesma sociedade, na mesma comunidade, na mesma necessidade de direitos e deveres, então, a gente luta por igualdade”. Conclui.

Feira de Santana / 23 de julho de 2020 - 22H 26m

ENTREVISTA: Ativista espera rapidez da Prefeitura na implantação da Lei Aldir Blanc

Elsimar Pondé
E-mail: [email protected]

Um dos fundadores do Fórum Permanente da Cultura, há quase 10 anos, Joilson Santos tem intensa atuação no segmento cultural em Feira de Santana e em toda Bahia.

Produtor do Feira Noise Festival, um dos mais importantes festivais independentes do Nordeste, ele também é músico e um dos responsáveis pela produtora cultural Banana Atômica.

Na condição de agente com longa experiência na cidade, Joilson enfatiza o papel que a articulação do segmento cultural tem alcançado ao longo dos últimos anos e diz esperar que haja rapidez por parte do poder público para implementar a Lei Aldir Blanc. Nesta sexta tem Audiência Pública para tratar do assunto

Sobre a postura que o novo secretário de Cultura, Joilson observou ao Blog do Velame que ainda é muito cedo para fazer uma avaliação, mas diz que Jair Carneiro Filho pelo menos tem demonstrado disposição para dialogar. 

1 – Quais são suas expectativas e do Fórum com relação a Audiência Pública desta sexta? 

As expectativas são que as coisas comecem a andar com mais celeridade a partir de hoje. O cadastro municipal tem vários problemas que precisam ser corrigidos e por isso foi proposto este encontro. É preciso corrigir esse gargalo que tem sido o cadastro, mas é preciso maior velocidade na execução dessas mudanças e também de outras demandas que a lei exige do governo municipal para o repasse dos recursos. 

2 – Qual é a medida mais urgente hoje, no que diz respeito a implantação da Lei Aldir Blanc na cidade? 

A lei Aldir Blanc veio neste contexto de pandemia, é uma lei de emergência que tem intuito de socorrer os agentes culturais sem trabalho desde março. Então vários aspectos são urgentes, precisamos implementar o comitê gestor que vai acompanhar e construir junto com a Secel todo esse planejamento de ações para garantir que os recursos da lei cheguem para as pessoas. Mas também é necessário que se divulgue com mais força o cadastramento, também se inicie as discussões sobre editais e todas as outras formas previstas na lei para repasse destes recursos. 

3 – Na sua compreensão qual é o nível de articulação que o segmento cultural tem hoje em Feira e de que forma ele pode colaborar no enfrentamento a essa crise imensa? 

Feira tem diversas dificuldades históricas no que diz respeito a política cultural na cidade, várias ações, demandas do Sistema Municipal de Cultura estão paradas ou foram deixadas de lado pela Prefeitura, mas nenhuma dessas demandas foram abandonadas por falta de articulação da sociedade civil, na verdade foram justamente essas articulações que a quase uma década tem partido inclusive deste Fórum Permanente de Cultura que diversas dessas demandas foram tocadas, ganharam corpo e sinalizaram que era possível ter em nossa cidade políticas públicas importantes para desenvolvimento do setor. 

Por falta de vontade política diversas delas estão paradas, mas o que foi conquistado foi fruto dessa articulação que em um momento de crise como este não se furtou de agir, mesmo com toda essa questão da pandemia, o setor buscou solução, se articulou e estamos tocando o Fórum com muita força e com envolvimento de representantes de diversos setores da cultura.

Essa articulação segue mobilizando as pessoas e também buscando diálogo com o poder público para que a Lei consiga em Feira de Santana ser este alento e auxílio para as trabalhadoras e trabalhadores da cultura de nossa cidade. 

4 – Como você tem avaliado os primeiros passos no novo secretário de Cultura? Vocês esperam muitas mudanças na estrutura da pasta? 

Ainda é cedo para fazer alguma avaliação do novo secretário, estamos com uma semana da posse dele, mas ele tem se mostrado aberto ao diálogo e isso é fundamental, mas também é preciso que ele entenda a urgência do momento e que a Secel já perdeu muito tempo inclusive com essa mudança de gestão. Precisamos agir rápido para que Feira não fique entre as últimas cidades a receber os recursos e principalmente para que essa ajuda não demore a chegar a quem mais precisa. 

É sempre importante lembrar que o setor cultural foi o primeiro a parar deixando sem atividade e fonte de renda milhares de trabalhadores da cadeia produtiva da cultura, técnicos, produtores, artistas, espaços culturais diversos, enfim, é um setor econômico importante e que está parado e sem perspectiva de retorno. É preciso entender isso e partir para ação. Quanto a mudanças estruturais, existem muitas que são necessárias na pasta, mas só o tempo vai dizer se serão realizadas ou não.

5 – Mesmo diante de tantas incertezas, como você vislumbra o que virá adiante. As ações culturais, como o Feira Noise, por exemplo, deverão ser construídos de que forma?

Existe muita incerteza principalmente para nós que atuamos em espaços que tem aglomeração como fator primordial para desenvolvimento de ações. Existem vários debates e discussões e alguns caminhos estão sendo apontados, no caso dos festivais por enquanto a saída é fazer ações online e acredito que por enquanto não há outro caminho, mas estamos buscando soluções para que a experiência do festival também seja compartilhada de forma mais ampla nesse formato online.

Alguns festivais tem realizado ações bem interessantes e estamos atentos e pensando também em como fazer uma edição neste formato em 2020 e torcendo para que 2021 ou 2022 a gente consiga fazer com segurança uma edição incrível e presencial.

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