Núcleo Moviafro de Mulheres Negras, realiza campanha de prevenção ao câncer de mama
O Núcleo Moviafro de Mulheres Negras – NUMNEGRAS, em Feira de Santana na Bahia. Lançou no último dia 1º, a Campanha Outubro Rosa das Mulheres Pretas Moviafro. O objetivo desta campanha é de chamar a atenção da sociedade para a grande quantidade de mulheres negras que são vítimas do câncer de mama.
Diversos estudos comprovam que mulheres negras, jovens e da periferia estão encabeçando esta triste lista, como as mais vitimadas por esta doença que afeta também mulheres brancas, mas em um número bem menor.
Coordenadora do NUMNEGRAS, a psicóloga Suellen Cardoso, fala que o objetivo da criação do Núcleo Moviafro de Mulheres Negras é conscientizar, emancipar e acima de tudo, proteger nossas meninas e mulheres pretas, munindo-as de informações acerca de assuntos relacionados não só a saúde, mais também a politica, direitos e cultura, entre outros. Para Suellen, muitas das nossas irmãs pretas, tiveram as suas vidas ceifadas por causa do difícil acesso a informação em alguns casos, a negligência em outros e a falta de políticas públicas que facilitem os exames para detecção precoce do câncer. Isso tudo se dá, pelo descaso do poder público para a área da saúde.
As ações, devido a pandemia, serão realizadas de forma virtual. Publicações nas redes sociais de cards informativos e instrutivos sobre a importância do auto exame e a realização de rodas de diálogos online, fazem parte da mobilização. Amanda Flora, assistente social e idealizadora do NUMNEGRAS, salienta que o ideal seria que este evento fosse presencial e que ações pudessem acontecer em vias públicas pois sabemos que nem todas as irmãs pretas têm acesso a internet, entretanto diante das impossibilidades por causa do novo Coronavírus, estaremos intensificando a divulgação nas redes e grupos de aplicativos de mensagens e também estamos contando com o apoio dos nossos parceiros em todas as mídias na esperança de alcançar o maior número de pessoas possível.
Uma pesquisa realizada no Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública da Faculdade de Medicina da UFMG indica que a sobrevida de mulheres negras em casos de câncer de mama é até 10% menor do que entre mulheres brancas. Números são do Sistema Único de Saúde (SUS). As mulheres de cor de pele preta e parda têm menor acesso às ações do plano de controle do câncer de mama no país. No Brasil o tema referente a desigualdades raciais na sobrevida havia sido estudado em um centro, de acordo com Lívia, mas faltava uma análise nacional.