Mulher agredida por PMs na Micareta expõe marcas e critica: “Foi um abuso”
No último final de semana, milhares de pessoas foram às ruas de Feira de Santana para celebrar o retorno da Micareta depois de três anos sem a realização da festa. Mas, o que deveria ser um dia de alegria e descontração, acabou sendo o oposto para a vendedora ambulante, Natália Caroline, de 33 anos.
Ela é a mulher que aparece sendo agredida por três policiais militares em um vídeo que viralizou nas redes sociais. Nas imagens, é possível perceber que ela estava dançando perto de um trio, quando uma guarnição da PM se aproxima. O primeiro militar bate o cassetete no braço de Natália e ela se afasta. O segundo também. E uma terceira militar para e, novamente, agride a foliã.
“O que aconteceu na verdade foi abuso como todos viram, um abuso de autoridade. Não tinha necessidade daquilo. Eles simplesmente poderiam me tocar que eu iria sair da frente, porque a gente tem esse respeito. Mas, infelizmente, o toque deles foi uma porrada no meu braço e nas costas. Foi quando eu virei pra questionar, o outro [policial] deu outra já no meu braço e a outra que quando eu falei: vocês estão loucos? O que foi que eu fiz. Ela me agrediu novamente”, relatou Natália.
A situação aconteceu na noite de sábado (22), o terceiro dia oficial da Micareta. A ambulante relatou estar deprimida e chateada com tudo que aconteceu. Porém, Natália resolveu abrir boletim de ocorrência para que uma investigação sobre o ocorrido seja realizada. Natália exibiu à nossa reportagem marcas arroxeadas nos braços, lombar e perna.
“Eu ‘tô’ preocupada até com eles, porque eu não sei a repercussão que isso vai dar para eles. Eu sei que ali tem um pai de família, uma mãe de família, mas, infelizmente, eu tenho os meus direitos e eu tenho que procurar. Porque se eles erraram, têm que pagar pelo erro”, contou a mulher.
OAB EMITE NOTA
A OAB e a Comissão em Defesa dos Direitos da Mulher e da Advogada da OAB Subseção Feira de Santana emitiram nota para repudiar toda e qualquer prática de violência contra a mulher e de gênero. “O saldo que resta de mais uma festa pública é: em que pese os crimes sejam reduzidos em geral, a violência contra a mulher ainda assusta por ser latente e presente em todos os espaços, cometido em sua maioria por homens e até mesmo por agentes que deveriam exercer o papel de proteção e defesa”, diz a Ordem em um trecho da nota.
OUTRO LADO
Nós procuramos a assessoria de comunicação do Comando de Policiamento da Região Leste e, até a publicação desta matéria, não obtivemos retorno. Quando a resposta for enviada, a reportagem será atualizada.