Mesmo com recurso em caixa, Prefeito diz que se viu obrigado a cancelar São João de São Gonçalo dos Campos
Mesmo com R$ 12 milhões em caixa, a Prefeitura Municipal de São Gonçalo se vê refém dos obstáculos postos pela Câmara de Vereadores. Isto porque o Município teve o orçamento da Cultura reduzido em mais da metade para o ano de 2023.
O corte atingiu a marca de R$ 5 milhões, retirados não só da Cultura, mas também do Esporte e do Lazer. O valor enviado pela Prefeitura correspondia ao exercício anual, contemplando, portanto, não só o São João, mas a Corrida de Jegue, o Dia do Evangélico, a Lavagem, e tantos outros eventos importantes do calendário municipal, assim como o pagamento dos próprios funcionários da Secretaria.
Para agravar a situação, São Gonçalo é a única cidade da Bahia com 0% de suplantação orçamentária. Na prática, a gestão municipal não pode realocar nenhum recurso de uma pasta para outra sem o aval do legislativo.
Vale ressaltar que a suplementação é prevista pela legislação orçamentária. Não se tratando de um cheque em branco à Prefeitura, apenas um remanejamento dos recursos já disponíveis em caixa. Um instrumento legal que garante que ações de um governo aconteçam, superando eventuais imprevistos.
Diante da drástica redução no orçamento da Cultura para 2023, que inviabilizou a realização do São João de São Gonçalo dos Campos, o sentimento é de tristeza em toda a cidade. Após o sucesso do Cidade Jardim Festival, o município não terá o seu tradicional festejo junino.
O impacto afeta diretamente muitos moradores que se organizavam para alugar as suas casas, os ambulantes que preparavam o licor há um ano, assim como os comerciantes e os artistas locais, que contavam com o período para fazer uma renda extra.
Apesar do cancelamento ter sido comunicado pela Prefeitura, este não era o desejo da gestão municipal, conforme relatou o prefeito Tarcísio Pedreira (Solidariedade) ao Blog do Velame.
“O orçamento da Cultura em São Gonçalo foi reduzido em mais da metade pela Câmara de Vereadores. Quero, inclusive, dizer, e deixar claro, que não é porque está faltando dinheiro. Nós, em nenhum momento tivemos dificuldades com dinheiro. O Município tem hoje cerca de R$ 12 milhões na conta, apesar de ter pego a Prefeitura destroçada, nós conseguimos todo mês juntar dinheiro. O que falta é a autorização da Câmara de Vereadores para que a gente possa investir na cidade”, declarou.