Justiça condena motorista por aplicativo acusado de roubo a mais de 10 anos de prisão; defesa questiona decisão
10 anos e quatro meses. Esse é o período da condenação de Jefferson Bento Santana, morador de Feira de Santana que ficou preso quase nove meses por supostamente ter participado de assaltos na cidade. Jefferson teve o pedido de liberdade provisória negado diversas vezes pela Justiça baiana, até que conseguiu um habeas corpus no Superior Tribunal de Justiça no mês de junho de 2022.
Contudo, na quarta (08), a sentença condenatória foi divulgada. “Deixou todo mundo, inclusive eu, perplexo. Porque realmente não esperávamos que Jefferson fosse condenado. Fizemos uma força-tarefa para protocolar um recurso de apelação e vamos sim lutar agora no TJBA”, explicou o advogado de defesa Marcos Silva.
Jefferson teve a mesma condenação da dupla de assaltantes.
MINISTÉRIO PÚBLICO DEFENDE ABSOLVIÇÃO
Em entrevista, o advogado Marcos Silva detalhou que durante o processo, o Ministério Público, responsável pela acusação, chegou a denunciar Jefferson, porém, no decorrer mudou de opinião. “Depois de colhida as provas, [o MP] entendeu que Jefferson não teve qualquer participação. Tanto que em suas alegações finais, pugnou pela absolvição”, disse o advogado.
ENTENDA O CASO
Jeferson trabalhava como técnico em refrigeração em um hospital e fazia corridas nas horas vagas, para complementar a renda. No dia do crime, já havia encerrado o expediente e aceitou uma corrida na Unidade de Pronto Atendimento da Queimadinha com destino a UPA de Mangabeira.
Em depoimento à polícia, o feirense contou que os passageiros anunciaram o assalto ao entrarem no veículo e o obrigaram a seguir o trajeto da corrida. No caminho, algumas pessoas teriam sido assaltadas pela dupla e o carro do trabalhador foi filmado por câmeras na cidade.
Após um dos assaltos, Jefferson se jogou do carro em movimento e o veículo seguiu desgovernado até bater em um poste. Ele e os outros dois suspeitos foram presos em flagrante após as vítimas dos assaltos prestarem queixa à polícia. Uma perícia que comprovou que o motorista por aplicativo não teve nenhum tipo de contato anterior com os outros suspeitos foi juntada nos autos.