‘Golpe do aeroporto’: usuários solicitam corrida via aplicativo, sequestram motorista e realizam extorsão mediante tortura
Mais uma prática criminosa vem colocando vidas em risco, assustando motoristas por aplicativo e deixando consideráveis prejuízos financeiros. É o novo “golpe do aeroporto”, que se instalou na Bahia.
O que era para ser um dia de “sorte” terminou de forma cruel para um motorista por aplicativo. O motorista, aqui não identificado, recebeu uma corrida pela plataforma, saindo do Aeroporto de Salvador com destino a Humildes, no distrito de Feira de Santana.
O suspeito portava uma mala e estava bem vestido, visando inibir qualquer suspeita e simular que estava retornando de viagem. Durante todo o percurso, o completamente foi tranquilo. Ao iniciar o desembarque, se iniciou toda a ação.
O então ‘passageiro’ indicou que o endereço era após o posto da Polícia Federal, nas imediações do centro “Boticário”. Ao desembarcar, foi pedido que os vidros fossem abaixados. Imediatamente surgiram quatro indivíduos, anunciando o assalto.
Feito refém, o motorista teve uma arma apontada na cabeça, enquanto o grupo passou a exigir dinheiro, sob ameaça de mortes aos familiares. Sob gritos e tortura, solicitavam um “pix” de R$ 20 mil. A todo instante, os autores da ação desferiam socos, pauladas e coronhadas, afirmando que a vítima iria morrer e ter o corpo fatiado.
Ao afirmar que era hipertenso e que fazia uso de medicação, um dos integrantes do bando afirmou, com as seguintes palavras: “Não estou nem aí. Aqui é o crime”. Depois de ser amordaçado e amarrado, o motorista teve o celular subtraído, com diversas ligações realizadas, solicitando transferências aos familiares e amigos. Foram feitos vários “pix”.
Depois da extorsão, a vítima, ainda amarrada, foi jogado ao mato, próximo a Humildes. Ao conseguir se desvencilhar, andando com dificuldade, procurou ajuda a um segurança da fábrica do Boticário, mas esta lhe foi negada. O socorro veio através de uma viatura da Polícia Militar que passava no local.
Os suspeitos foram presos e o declarante conduzido à delegacia para relatar todo drama vivenciado. Foram homologadas as prisões em flagrante dos cinco indivíduos, convertidas em prisão preventiva, diante do grau de crueldade.
O magistrado Antonio Henrique da Silva determinou que uma cópia da decisão judicial fosse oficiada à imprensa, para conhecimento da nova modalidade criminosa.
“Por fim, como também já fiz referência anterior, encaminhe-se cópia da presente decisão a todos os órgãos de imprensa escrita ou falada, local e da capital, tudo como forma de noticiar para todo conjunto social essa espécie de nova modalidade criminosa, uma tentativa de tentar ajudar o conjunto social a buscar se proteger dessa suposta conduta marginal”, descreve o Juiz de Direito.