Foliões contam com postos para atender públicos vulnerabilizados no Carnaval
O folião que precisa registrar ocorrências relacionadas aos crimes de racismo, intolerância religiosa, LGBTfobia e pessoas com deficiência conta, durante o Carnaval 2023, com o Serviço Especializado de Respeito a Grupos Vulnerabilizados e Vítimas de Intolerância e Racismo (Servvir). Situados no estacionamento do Shopping Barra, Ladeira da Montanha e Passeio Público, os postos têm um efetivo formado pela equipe da Coordenação Especializada de Repressão aos Crimes de Intolerância e Discriminação (Coercid), além de outros servidores. As unidades atuam em rede, com órgãos como a Secretaria de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi).
O funcionamento do Servvir começou na noite de quinta-feira (17) e seguirá até a Quarta-Feira de Cinzas (22), conforme lembra a delegada Ana Cristina de Carvalho, coordenadora da Coercid: “até o momento, tivemos duas autuações em flagrante. Uma foi lavrada no posto do Passeio Público e outra numa Central de Flagrantes, que foi um caso de injúria racial praticado contra uma tenente da Polícia Militar que estava em serviço. O outro caso foi um caso de transfobia, que foi negado o acesso ao uso do banheiro feminino a uma mulher trans. Ambos foram encaminhados ao Judiciário”.
A delegada ressaltou a importância desse serviço no Carnaval. “A iniciativa de um posto para atender os públicos vulnerabilizados representa o engajamento da Polícia Civil com o combate à violência e a garantia de que todos possam desfrutar da folia tendo seus direitos respeitados”, disse.
Durante as capacitações voltadas para o Carnaval, outros servidores da Instituição também tiveram acesso aos conteúdos relacionados ao atendimento aos públicos vulnerabilizados. “A ideia é garantir uma escuta empática, com respeito às orientações sexuais, aos elementos sagrados de cada religião, dentre outras especificidades, e evitar situações de revitimização”, acrescentou a coordenadora.
Para o folião Felipe William, durante a folia, devido ao aumento do fluxo de pessoas na cidade, os casos de violência às minorias podem se tornar mais frequentes: “no dia a dia, já é complicado conviver com o racismo e com a intolerância religiosa. E aqui, dentro do circuito, a quantidade de pessoas é muito maior, pois também vem gente de fora. Tudo é mais intensificado. Então, é importante validar e reforçar sempre a questão de que todos têm direito de ir e vir. Na primeira oportunidade, denuncie. Racismo é crime”.