Feira de Santana /
24 de novembro de 2024 - 08h 29m
FibroDay alerta para importância do cuidado psicológico no tratamento da dor crônica
A dor crônica impacta a vida do paciente em aspectos físicos, emocionais e sociais. E o cuidado psicológico é parte fundamental do tratamento. A afirmação foi feita por especialistas durante o FibroDay, realizado nesta sexta-feira (22), na Casa Felicitá, em Feira de Santana. Em segunda edição, o evento que teve como propósito dar visibilidade e promover a consciência sobre a fibromialgia, ampliando o debate também para outras dores crônicas, como enxaqueca e cefaleia.
Entre os palestrantes, reumatologistas, psiquiatra, psicólogas, nutricionista, fisioterapeuta e terapeuta, que chamaram à atenção dos pacientes sobre a importância do tratamento multidisciplinar no manejo da dor. “Esse tratamento não funciona apenas com o médico prescrevendo remédio. A psicoeducação, com acompanhamento psicológico, psiquiátrico, nutricional e prática de atividade física são fundamentais”, afirma André Nakagaki, reumatologista da Fibroclin, responsável pela ação.
Segundo o médico, diversos estudos, além da prática clínica, mostram que quando o paciente está mais estressado, ansioso, depressivo ou com qualquer desordem psiquiátrica, tende a sentir mais dor. “E a dor da fibromialgia é um dos grandes termômetros que aumenta ou diminui de acordo com estado emocional do paciente”, acrescenta.
Como base para manter a saúde mental e evitar o surgimento ou potencialização das dores crônicas, a psicóloga Silvia Daltro ressalta que é fundamental respeitar necessidades básicas e essenciais do ser humano, como sono. “Se a gente entende as nossas necessidades e consegue atender pelo menos o mínimo dela, a gente vai ter uma saúde mental melhor”, afirma.
Com diagnóstico de fibromialgia desde 2016, que desencadeou também ansiedade e depressão, a professora Rosileide Sales relata que o acompanhamento psicológico fez toda diferença na forma como lida com a doença atualmente. “Hoje tenho controle emocional e peço a todo paciente que tem dor crônica como eu que não deixe de fazer a terapia”, frisa.
Com o sucesso de mais uma edição, a perspectiva segundo André Nakagaki, é que o FibroDay continue sendo realizado anualmente. A notícia é animadora para pessoas como a psicóloga Fábia Cerqueira, que além de ter fibromialgia, faz parte do grupo Mulheres de Fibra de Irará, voltado para a promoção da qualidade de vida de pacientes com a doença.
De acordo com Fábia, iniciativas como esta dão visibilidade ao tema e contribuem, inclusive, para superar preconceitos. “O fato de não existir um diagnóstico comprovado em exames de imagem, apenas clínico, prejudica entendimento das pessoas. E eventos assim garantem uma boa visibilidade do tema e ajudam as pessoas a entenderem o que os pacientes passam”, pontua.
