Exclusivo: Dayane Pimentel projeta futuro político, analisa derrota e alfineta Bolsonaro: ‘Derrota mais que merecida’
Eleita em 2018, pela primeira vez, como a “federal de Bolsonaro”, a Professora Dayane Pimentel foi uma das grandes revelações das urnas, somando mais de 130 mil votos na ocasião. Mas não demorou muito para a aliança com o atual presidente ser rompida. Mesma conduta adotada por outros diversos apoiadores.
Tentando a recondução do mandato em 2022, a candidatura da feirense gerava expectativa no meio político. Sem o apoio bolsonarista, como seria o desempenho de Dayane Pimentel que, apesar de caminhar em lado oposto ao Governo, conseguiu ser eleita a melhor parlamentar da Bahia da 56º Legislatura? Ao fim da apuração, o impacto da mudança de lado foi confirmado. Foram apenas 29.979 votos, insuficientes para confirmar a reeleição.
Apesar do resultado, em entrevista exclusiva ao Blog do Velame, nesta sexta-feira (4), a Professora Dayane Pimentel garante não se arrepender de ter se distanciado de Jair Bolsonaro (PL), tendo calculado previamente este possível efeito nas urnas.
“Em 2019, com minha decisão de romper com Bolsonaro, ponderei tudo isso e sabia que poderia não ser reeleita por abrir mão desse apoio. A partir do meu rompimento e das situações em que Bolsonaro submetia nosso povo e nosso país, meu foco foi vê-lo derrotado. Em 2020 eu dizia publicamente que Bolsonaro não se reelegeria e que eu, pessoalmente, contribuiria para isso, muitos não acreditavam e o resultado está aí. Minha derrota foi a consequência dessa minha escolha. Essa possibilidade estava em meu radar e aconteceu. Um mandato é uma ferramenta muito forte que nos possibilita gerar políticas públicas, mas não é a única. Hoje, conheço Brasília, no termo mais político da questão, tenho ótimas relações, tenho planos, projetos, ideias e, sobretudo, uma posição cativa na defesa de nossa democracia e isso é fundamental para uma carreira pública”, considerou.
Votando em branco neste segundo turno, a parlamentar respondeu como recebeu a derrota de Bolsonaro nas urnas, que disputava a presidência contra Lula (PT): “Com sensação de justiça feita. Bolsonaro mentiu; enganou; tentou assassinar reputações ilibadas; desrespeitou a política externa; desrespeitou as instituições; não teve nenhuma humanidade com nosso povo; aparelhou órgãos de fiscalização; criou caos; crise econômica, sanitária e social; sua derrota foi mais do que merecida”, disse.
Sem o mandato federal no próximo ano e com o seu candidato a governador, ACM Neto (União), também derrotado, questionamos como se daria o seu futuro político e se haveria a possibilidade de concorrer no pleito municipal de 2024.
“Estou nessa luta há oito anos. É um trabalho mental muito cansativo e que exige muito. Estou curtindo essa sensação de dever cumprindo e ciclo finalizado. Estou adiando um pouco as solicitações para diálogos e análise de convites que estão chegando. Não seria necessariamente um período sabático, porque gosto dessa especulação pós e pré-governo e sigo participativa nas redes e atuante nos bastidores, porém, posições mais definidas, ainda serão pensadas. Temos muito caminho até 2024”, concluiu ao Blog do Velame.
