“Escravizados do vinho” voltam para Feira de Santana nesta segunda-feira após resgate
Os trabalhadores “escravizados do vinho” chegam em Feira de Santana, nesta segunda-feira, 26. Eles foram encontrados em situação análoga à escravidão em vinícolas do Rio Grande do Sul nesta semana, segundo o Ministério Público do Trabalho. Dos 240 resgatados, 195 são baianos e parte deles são de Feira de Santana e cidades da região. O crime foi descoberto após três trabalhadores fugirem e relatarem o caso em um posto da Policia Rodoviária Federal (PRF) de Bento Gonçalves.
De acordo com os relatos, os trabalhadores foram colocados em um alojamento em condições precárias, recebiam alimentação estragada, salários era pagos com atraso, havia longas jornadas de serviço e também castigos físicos. Uma arma de choque e um spray de pimenta foram apreendidos no local. As três vinícolas para quem os trabalhadores prestavam serviços terceirizados de colheita são Aurora, Garibaldi e Salton, bastante conhecidas no mercado, mas em comunicados divulgados à imprensa culparam empresas terceirizadas pelo crime. Um suspeito foi preso no local e transferido para um presídio em Bento Gonçalves, mas acabou liberado após pagar fiança de R$ 40 mil. O nome dele não foi divulgado, mas foi divulgado que ele é baiano, de 45 anos, natural de Valente.
O Secretário Estadual de Direitos Humanos da Bahia, Felipe Freitas, conversou com o Blog do Velame sobre ações da pasta para acolher os trabalhadores. “Eles vão ser recebidos pela nossa equipe junto com a equipe da prefeitura de Feira. Assim ocorrerá também nas outras cidades em que chegarão os ônibus. Em todas as cidades as prefeituras tem nos apoiado e a defensoria também está conosco. As pessoas serão atendidas por nós e vamos mapear as demandas e depois encaminhar com as secretarias de estado. A secretaria de assistência e desenvolvimento sociais; de segurança pública e de saúde estão mobilizadas conosco”, disse.
Freitas contou ainda que, após os primeiros atendimentos a Secretaria vai iniciar junto com as prefeituras, os esforços para incluir essas pessoas no mercado de trabalho. O local onde os trabalhadores serão recebidos e a quantidade o número de pessoas resgatadas que são de Feira e região estão sendo mantidos em sigilo para proteção das mesmas, já que relevar detalhes das vítimas pode colocar elas em risco.