Em quatro dias, mutirão da Santa Casa de Feira atendeu mais de 1.400 pessoas e diagnosticou doenças do coração
Diagnóstico de miocardiopatias e problemas congênitos, além de encaminhamentos diversos para tratamento cardiológico como prioridade. Em resumo, estes foram alguns dos destaques do mutirão de ecocardiograma e eletrocardiograma, realizado pela Santa Casa de Feira de Santana em parceria com Edwards Lifescience Foundation e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). O mutirão foi encerrado nesta terça-feira, após quatros dias de intensa atividade para garantir atendimento gratuito a mais de 1.400 crianças e adultos.
Os exames foram realizados no Centro Médico HCardio, unidade de atendimento privado da Santa Casa.
“Centenas de pacientes enfrentam dificuldades para realizar estes exames por conta da baixa oferta pelo Sistema Único de Saúde, então, o nosso objetivo é propiciar a estas pessoas o acesso ao eco e também ao eletrocardiograma”, observa o provedor da Santa Casa, Rodrigo Matos.
“Atendemos a pessoas que já estavam aguardando por este exame há mais de um ano; o ecocardiograma, em muitos casos, é imprescindível para avaliação do risco cirúrgico”, ressalta a cardiologista Maria do Carmo Pereira Nunes, que também é professora titular do departamento de clínica médica da UFMG.
Como esperado, o mutirão permitiu o diagnóstico de muitas doenças cardíacas.
“Detectamos o comprometimento do coração (miocardiopatia) de uma criança de apenas oito anos, embora fosse desconhecido da família, ela já apresentava este problema cardíaco congênito. E graças ao exame foi devidamente encaminhada para o tratamento cirúrgico”, comemora a cardiologista pediátrica Renata Mendoza, do Hospital Estadual da Criança e uma das organizadoras do mutirão.
Para que a criança tenha mais qualidade de vida, é fundamental que a cirurgia seja realizada no tempo adequado. “Estamos falando de um exame que permite aos médicos tomarem decisões extremamente importantes para a condução do tratamento do paciente. Por isso, investimos na parceria com estas instituições e empreendemos esforços para garantir à nossa comunidade um atendimento de qualidade”, destaca Rodrigo Matos.
DIAGNÓSTICO PRECOCE
A cardiologista Maria do Carmo lembra a importância do diagnóstico precoce para que os cuidados necessários sejam tomados na fase correta – “o momento adequado é aquele em que não houve ainda grandes repercussões para a circulação pulmonar”, completou.
Além do trabalho de diagnóstico, o mutirão de ecocardiograma da Santa Casa integra um projeto ainda maior, junto com as instituições parceiras para mapeamento do perfil cardíaco da população de Feira de Santana, tendo como base o índice de casos já registrados no mutirão.
O atendimento oferecido de forma intensiva contou com a participação de dezenas de médicos, entre os quais, o norteamericano Craig Sable, da Edwards Lifescience Foundation, que atuou todos os dias do mutirão. Para ele, a ação permite oferecer aos pacientes feirenses recursos potenciais para salvar a vida deles, uma vez que diagnostica doenças cardíacas graves. Craig afirmou o comprometimento da instituição nessa parceria significativa em prol do mutirão.
Além da parceria, o mutirão contou com o apoio das empresas Philips e GE Healthcare que disponibilizaram equipamentos e apoio para a realização dos exames.
O eletrocardiograma é a ultrassom do coração que permite avaliar se o paciente sofre de cardiopatias, lesões de válvula e do músculo cardíaco e dilatação dos átrios, entre outras doenças.
