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Feira de Santana / 28 de outubro de 2023 - 02h 53m

Durante assembleia para discutir a greve estudantil, UEFS registra cenas de confusão, com agressões físicas e verbais

Durante assembleia para discutir a greve estudantil, UEFS registra cenas de confusão, com agressões físicas e verbais
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Com objetivo de buscar uma resolução diante da greve dos estudantes da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), o movimento contrário à greve, intitulado “Pela democracia na UEFS”, convocou uma Assembleia Geral Extraordinária (AGE) para esta semana. Mas o que era para ser um momento de diálogo e votação se transformou em episódio de violência e agressões.

Para a realização da AGE é necessária a assinatura de 5% dos alunos ou a partir da convocação dos Conselhos e Entidades de Base (CEBs). Segundo o grupo informa, foi feito um formulário online, que contou com a participação de 400 estudantes.

Do outro lado, a convocação foi considerada ilegítima, uma vez que o Estatuto não previa o uso de formulários, embora este seja datado de 2002. No dia da realização da AGE, as portas do prédio da Reitoria foram fechadas e os alunos instruídos a não assinar a lista, ainda de acordo com relatos.

Conforme aumentava a adesão dos alunos contrários à greve, o clima se tornava ainda mais tenso, com gritos e muitas vaias proferidos entre os grupos. Alguns universitários teriam sido barrados no portão lateral do Feira VI, enquanto outros foram orientados a retornar, sob a alegação de que a votação já havia sido encerrada. Apesar disso, foram obtidos quase 500 votos.

Estudantes favoráveis à continuidade da greve, contudo, alegando ilegitimidade da AGE, teriam usurpado e danificado a urna, rasgando os votos. Esse momento de maior tensão teria sido a precedido por agressão física e verbal sofrida por Catarina Paraguaçu, Vice Regional dos Estudantes da Bahia e estudante do curso de Filosofia da UEFS, e Giselle Araújo, Diretora da União Nacional dos Estudantes, que pleiteavam o fim da greve e estavam acompanhando as reivindicações estudantis.

A aluna Catarina Paraguaçu chegou a buscar atendimento em uma policlínica, realizando exame de corpo de delito e prestando boletim de ocorrência logo em seguida. Em tom de deboche, o sapato da estudante chegou a ser exibido, como uma espécie de “troféu”.

Por meio de nota, o Diretório Acadêmico de Odontologia, o Diretório Acadêmico de Engenharia Civil, o grupo “Pela Democracia” e a União dos Estudantes da Bahia (UEB) repudiaram os episódios de violência no espaço universitário.

“Nos solidarizamos com todas as mulheres agredidas em um espaço atribuído à luta de melhorias das universidades estaduais, bem como o avanço de uma sociedade mais igualitária, que dialoguem com os valores que queremos para um novo projeto de nação. A universidade e principalmente o Movimento estudantil deve ser um espaço democrático, onde os estudantes possam ter suas vozes escutadas e respeitadas”, escreveu a UEB.


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