Debate sobre nova lei de cotas contou com advogado baiano no Senado Federal
O advogado Danilo Silva, baiano, natural de São Gonçalo dos Campos, esteve entre os convidados do projeto Educafro para participar no Senado Federal das discussões em torno da reformulação da lei do sistema de cotas no Brasil.
O projeto que reformula o sistema de cotas foi aprovado na Comissão de Constituição e Justiça do Senado Federal e agora segue para votação em plenário. A principal mudança prevê, entre outras, que o cotista que não conseguir nota para aprovação nas vagas gerais passará a concorrer às vagas reservadas.
Danilo Silva é advogado e professor. Formado há 15 anos, tem atuação preponderante na advocacia criminal. Natural de São Gonçalo dos Campos, foi o único da região, entre 30 convidados, a discursar na sessão do Senado. Ele também é ativista de causas sociais, com destaque para ações afirmativas de inclusão.
Em seu discurso na Comissão de Direitos Humanos do Senado Federal, Danilo Silva defendeu mais ações afirmativas voltadas, especialmente, para a população negra e carente da Bahia, em especial, do recôncavo baiano.
CATADOR DE CASTANHA
“Sou um ex-catador de castanha que em 2004 conseguiu ingressar na faculdade em uma cidade racista, que não permitia que pessoas pretas e da zona rural ingressasse no mundo da faculdade, quiçá cursar Direito”, lembrou o advogado baiano.
Danilo Silva também fez questão de ressaltar o Estatuto da Igualdade Racial e um alerta para um olhar mais atento às questões do povo negro. A sessão foi presidida pelo senador Paulo Paim (PT-RS).
“Aproveito a oportunidade e peço que transmita ao presidente Lula que existe um recôncavo da Bahia, que existe um Brasil, muitas vezes esquecido, mas que pulsa para pedir que não deixe que as questões do povo negro fiquem fora de discussões tão importantes”, ressaltou Danilo Silva.
O advogado baiano Danilo Silva também espera que a nova lei de cotas acabe com a desigualdade social no acesso ao ensino no país. “Digo isso em nome de minha família que conseguiu formar três filhos, em três semanas consecutivas, cada um filho de uma ação afirmativa, filho do Estatuto da Igualdade Racial”, acrescentou.