O prefeito Colbert Filho (MDB) parece decidido a deixar uma herança amarga para seu sucessor, Zé Ronaldo (UB), com gestos e promessas que, na prática, podem se revelar mais problemas do que conquistas. Essa semana, Colbert declarou que “Zé Ronaldo é Colbert”, em alusão à famosa música de campanha de Zé Neto, mas a relação entre os dois vai além do refrão: Colbert está literalmente “passando a bola”, mas sem os recursos necessários para que Ronaldo cumpra o jogo.
Entre os maiores desafios, destaca-se o programa “Jovem Aprendiz Feirense”. Recentemente, Colbert anunciou a expansão do programa de 100 para 1.000 vagas — um aumento expressivo que poderia fortalecer as oportunidades para jovens entre 15 e 21 anos. No entanto, apenas 100 contratos serão firmados ainda na atual gestão, deixando as outras 900 vagas para Zé Ronaldo preencher sem a receita correspondente. Colbert abre as vagas, mas não deixa recursos para sustentar o programa, deixando para o próximo gestor a difícil missão de encontrar os meios financeiros para viabilizá-lo.
Outro “presente” vem das promessas feitas em 2020, durante o segundo turno da campanha de Colbert. Na ocasião, ele prometeu a ambiciosa meta de reformar 50 mil casas na zona rural de Feira de Santana. Agora, quatro anos depois, o prefeito se prepara para entregar, no Distrito de Maria Quitéria, uma única casa reformada — uma em um total de 50 mil prometidas. Assim, deixa a Ronaldo o fardo de concluir as outras 49.999 reformas, uma missão que exige não apenas orçamento, mas também estrutura administrativa e suporte técnico, que Colbert tampouco garantiu.