Caso de homofobia em Feira: paciente se recusa a ser atendida por médico gay
Feira de Santana registrou mais um caso de homofobia, neste domingo (4). Uma paciente, que buscou atendimento no Hospital da Mulher, desacatou o médico plantonista, afirmando que não gostava de ser atendida por homossexuais.
Pacificamente, o profissional pediu que a paciente se retratasse, mas as ofensas se repetiram. Diante do crime, a vítima deixou a unidade, se dirigindo até uma delegacia para prestar queixar por homofobia.
Restou ao médico Carlos Lino dar continuidade ao atendimento. Em solidariedade ao colega, o plantonista, que também é gay, colocou uma peruca, passou batom e foi receber o caso.
O retorno não pôde ser gravado, mas, segundo ele, a consulta foi realizada, tratando de conscientizar a paciente: “Pode parecer uma coisa muito simples, mas quando uma pessoa tem um comportamento desse, imprime a outras pessoas a questão de que também podem exercer assim”, relatou.
Ao tomar conhecimento da prática criminosa, a Fundação Hospitalar de Feira de Santana emitiu uma nota de repúdio, através das redes sociais.
“Nós da Fundação Hospitalar gostaríamos de, publicamente, prestar nosso apoio e solidariedade ao colaborador do Hospital da Mulher que trabalha como plantonista, e durante o exercício de seu trabalho, foi vítima de um crime de ódio. O nosso profissional já foi orientado a prestar queixa na ouvidoria da unidade e na delegacia. Homofobia é crime, e nós não vamos tolerar nenhum preconceito”, diz o documento.
O caso também recebeu a indignação do secretário de Justiça e Direitos Humanos do Estado, o feirense Felipe Freitas: “Manifestamos ao profissional vítima de homofobia nossa total e irrestrita solidariedade e, além disso, todo o apoio através da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos do Estado e do Centro de Proteção e Defesa dos Direitos LGBT! Homofobia não pode ser tolerada entre nós”, enfatizou o gestor.