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Feira de Santana / 19 de agosto de 2020 - 01h 11m

Cães com suspeita de calazar preocupam moradores do bairro Mangabeira

Cães com suspeita de calazar preocupam moradores do bairro Mangabeira
Compartilhamento Social

Por Dandara Barreto

Moradores do condomínio Alto do Rosário, no bairro Mangabeira estão fazendo diversos apelos à imprensa para chamar a atenção das autoridades sobre a quantidade de cães com leishmaniose, doença também conhecida como calazar.
De acordo com a moradora do residencial, Elisangela Ferreira, são cerca de 50 cachorros em situação de abandono e muito doentes. Ela conta que os cães exalam mau cheiro e muitos deles mal conseguem andar, inclusive, seu filho de 1 ano adquiriu uma bactéria que, segundo o médico, foi adquirida por contato com cães.
“Os cachorros se deitam na porta da nossa casa e a gente não tem controle. Eu cuido da higiene da minha casa e do meu filho, mas há cerca de um mês ele apresentou uma feridinha que espalhou no corpo todo. O médico que me atendeu na UPA constatou que foi bactéria de cachorro”.
Elisangela relatou que há muita dificuldade para conseguir falar com o centro de zoonoses.
Após a nossa produção fazer contato, uma equipe do centro de zoonoses esteve no local e a coordenadora do centro, Mirza Cordeiro informou que o residencial Alto do Rosário é muito visitado por sua equipe devido a quantidade de cachorros e cavalos soltos no local.
De acordo com ela, falta comprometimento dos moradores com os seus animais.
“A maior parte destes animais tem donos e é necessário cuidado. Nós fizemos uma ação no local e os moradores não apareceram para vacinação ou exame de leishmaniose. Mais uma vez nós nos comprometemos a fazer uma nova ação, mas é realmente imprescindível a colaboração da comunidade”.
Mirza afirmou também que para confirmar se os cães têm a doença, é necessário fazer os exames e que os tutores dos cães assumam a responsabilidade do tratamento.
Transmissão
Apesar de muita gente pensar que o cachorro é o transmissor da doença, o mosquito palha é quem a transmite através da picada em animais e em humanos. De acordo com Mirza Cordeiro, a doença ataca as células do sistema imunológico do animal, se propagando posteriormente até atingir órgãos como pele, figado, rins, medula óssea e baço.

Anualmente, o Calazar infecta aproximadamente mais de três mil pessoas no Brasil, e uma quantidade incontável de cães. Para cada pessoa infectada, estima-se que 200 animais são infectados.
Feira de Santana registrou de janeiro a julho deste ano 8 casos confirmados da doença em humanos, mesmo número que no ano passado, mas em 2019, 3 pessoas morreram com a doença na cidade. Estes dados são do departamento de endemias, órgão vinculado à Secretaria Municipal de Saúde.
De acordo com Thais Peixoto, enfermeira responsável todas as unidades de saúde municipais são notificam a doença. O diagnóstico é feito através do teste rápido.
Os bairros com maior número de registros são Tomba, Calumbi, Campo Limpo, Gabriela, Conceição e Queimadinha. Os distritos com maior número de notificações foram Bonfim de Feira e Humildes.
Atualmente, os métodos mais eficazes para combater o avanço do Calazar nos cães são: Uso de repelentes tópicos e vacinação.

Sintomas em animais:
O cachorro com Calazar pode apresentar sintomas diferentes, tais como:
Alopecia – perda de pelos;
Descamação da pele – sobretudo no focinho;
Úlceras na pele – mais comum na orelha, na cauda e no focinho;
Emagrecimento;
Desânimo;
Alto crescimento das unhas.

Sintomas em humanos

Os principais sintomas da leishmaniose visceral em humanos são febre intermitente por semanas, fraqueza, perda de apetite, emagrecimento, anemia, palidez, aumento do baço e do fígado, comprometimento da medula óssea, problemas respiratórios, diarreia, sangramento na boca e nos intestinos.

 


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