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Feira de Santana / 05 de maio de 2021 - 07h 38m

Aumento de insumos na produção de ovos ameaça pequenos criadores da região de Feira de Santana

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A produção de ovos caipira na região de Feira de Santana pode estar ameaçada. Os donos de granjas reclamam que o lucro esbarra no aumento dos preços dos insumos. O Blog do Velame conversou com alguns produtores, e segundo eles, a caixa de ovos é vendida a preço de custo. “Em fevereiro de 2020 o milho estava em R$40,00 a saca; em maio de 2021 a mais de R$100,00, um preço altíssimo”, explica Márcio Maltez, pequeno criador da granja Santa Bárbara.

Para ele, existe um grande risco dos pequenos criadores deixarem de existir caso nada seja feito.  “Quando contabilizamos embalagem, logística de entrega e outros custos não sobra nada”. O criador explica que todos insumos que usados são dolarizados e o dólar está num patamar muito alto, assim como o milho e o farelo de soja. O milho e a soja compõem 85% de todas as fórmulas de ração.

“Muito se falou sobre o  aumento na procura por ovos durante a pandemia, só que isso não significa que os nossos ganhos tenham crescido, já que a procura maior pelo ovo aconteceu num momento em que os custos de produção estão muito altos”, relata Márcio.

Segundo ele, criadores que tinham 2 mil aves, hoje tem apenas 400 porque o custo ficou inviável. “Muitos produtores haviam planejado ampliar os planteis antes da pandemia,  mas fizeram descartes de aves um pouco acima do normal neste começo de ano devido ao aumento expressivo dos insumos”, revela.

Márcio Maltez: insumos aumentaram bastante durante a pandemia

Rogério Alves, proprietário da Granja Ovos & Aves, que cria galinhas de postura no sistema caipira também reclama. “Hoje nossa maior dificuldade está na alimentação das aves, pois os preços do insumos para produção da ração vem tendo aumentos quase que diário. Pra ser ter ideia, o milho em janeiro de 2020, comprávamos a saca de 60 quilos por R$ 40,00, a soja em torno de R$ 85,00. Hoje milho já passou de R$ 100,00 e a soja R$ 170,00.

Mesma reclamação de Mariza, da granja Ninho de Ouro. A produtora de ovo caipira confirma que a dificuldade são os altos custos. “Principalmente o milho que representa em média 65 a 70% da ração que triplicou de preço do ano passado até hoje, e com tendência de aumentar mais ainda, sendo que não conseguimos repassar na mesma proporção o preço do ovo para o consumidor final”, explica.

O Blog do Velame procurou a Associação Baiana de Avicultura, que reconheceu que o aumento excessivo dos preços do milho e da soja é um problema que atinge a todos, dos grandes aos pequenos. “O milho e a soja estão caríssimos. Mas entre nossos associados não há ninguém desistindo da atividade. Pelo contrario, muitos estão ampliando.Temos associados de diversos tamanhos e nos preocupamos com todos”,  disse Patricia Nascimento, diretoria Executiva.

Segundo ela, as ações da associação atingem a todos os produtores e em especial aos associados. “Pois estas estão relacionadas a ações conjunturais junto a secretaria de estado – Seagri, Conab e produtores do Oeste do estado. Inclusive tivemos reunião no final de janeiro com os produtores do Oeste e a Seagri para avaliar a produção e consumo de milho e sua cadeia”, explicou a representante da Associação fundada em 1976 que diz ter entre os diversos objetivos, a defesa dos interesses da cadeia produtiva da avicultura no Estado da Bahia.

Atualmente, na Secretaria Municipal de Agricultura de Feira de Santana não existe nenhum programa de incentivo ao pequeno avicultor. Questionado sobre o assunto, o titular da pasta, Pablo Roberto informou que uma reunião foi marcada para tentar buscar alternativas para o setor.

 


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