Após 28 anos, pistoleiro que matou auditor fiscal José Aras é preso em Manaus
A Polícia Civil do Amazonas prendeu, nesta quarta-feira (03/04), o empresário Carlos Robério Vieira Pereira, 60 anos, acusado de ser o pistoleiro que matou o auditor fiscal José Raimundo Aras, em Petrolina, em 1996. O episódio ficou conhecido como “Caso Aras”. Ele estava foragido há 28 anos e teria recebido R$ 11 mil para cometer o crime.
Segundo a delegada da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), Débora Barreiros, Carlos se tornou dono de uma grande frota de caminhões e morava em Manaus havia mais de 20 anos, mesmo sabendo que tinha sido condenado em Pernambuco. De acordo com a polícia amazonense, Carlo Robério foi contratado por empresários para matar o auditor porque o mesmo se recusou a receber propina do grupo.
José Aras viveu boa parte da vida em Feira de Santana e combatia criminosos conhecidos como “A Máfia do Açúcar”, que sonegavam impostos em Pernambuco. Os suspeitos tentaram corromper a vítima, oferecendo grandes quantias em dinheiro para que ele interrompesse a investigação. No entanto, como José não aceitou, teve sua morte decretada pelos empresários e executada por Carlos. O empresário, condenado a 18 anos de prisão, como o pistoleiro do crime, disse a delegada, informando, ainda, que outras pessoas também foram presas pelo homicídio na época.
Carlos só foi preso após a polícia da Bahia, que faz divisa com Pernambuco, descobrir que ele estava morando em Manaus. José Raimundo Aras é pai do procurador federal Vladmir Aras e do empresário feirense Tiago Aras, que foi candidato a vereador pelo PSB em 2024. Ele nasceu em 11 de abril de 1942 em Queimadas. No entanto foi em Feira de Santana que viveu grande parte de sua vida. Sociólogo pela Universidade Federal da Bahia, fundou a Associação dos Sociólogos do Estado da Bahia (ASEB). Filho do escritor e poeta José Aras, importante figura da cultura sertaneja, José Raimundo Aras foi professor estadual em Feira, onde em sociedade com seu irmão, o ex-deputado e advogado Roque Aras, mantinha a Gráfica Subaé, na Av. Presidente Dutra.
