Exclusivo: Nota superfaturada de lavanderia sergipana é um dos motivos da investigação no Hospital de Campanha de Feira
O prefeito Colbert Filho (MDB) pegou muita gente de surpresa ao anunciar, nesta quinta-feira (15), uma investigação sobre possíveis irregularidades no Hospital de Campanha de Feira de Santana. A unidade que cuida exclusivamente de pacientes com covid-19, é administrada pela empresa S3 Saúde, que tem como razão social Associação de Proteção a Maternidade e a Infância de Ubaíra, e funciona na antiga maternidade Mater Dei, desde julho de 2020. Apesar do prefeito não ter divulgado detalhes, o Blog do Velame apurou que, em uma auditoria interna, a Prefeitura de Feira identificou possíveis irregularidades em notas fiscais dos serviços de lavanderia, laboratório, alimentação e aluguel de equipamentos. A suspeita é de superfaturamento e cobrança de serviços não prestados.
Em uma das notas fiscais que o blog teve acesso com exclusividade, o valor de R$ 57 mil por serviços de lavandeira chama atenção por serem equivalentes ao curto período de 1 a 21 de junho de 2020. O Hospital começou a receber pacientes apenas no dia 4 de junho. Na época, a unidade tinha apenas 8 leitos de UTI e 30 leitos clínicos com lotação interior a 60%. Nesse período, a empresa JML Lavanderias, que fica localizada em Aracaju, distante 350 quilômetros de Feira de Santana, era a responsável pelo serviço do Hospital e teria supostamente lavado mais de 11 mil quilos de roupa.
Uma fonte revelou ao Blog do Velame que documentos, notas fiscais e nomes de supostos envolvidos nas irregularidades já foram entregues ao Ministério Público Estadual. Atualmente, o Hospital de Campanha feirense possui 50 leitos clínicos, 18 leitos de UTI e tem contrato com a S3 Saúde com valores que superam os R$ 20 milhões. Procurada, a S3 Saúde, até o momento não enviou explicações sobre as suspeitas levantadas pela Prefeitura de Feira.