Mau cheiro do aterro sanitário municipal incomoda moradores de bairros de Feira de Santana
Os moradores do bairro Gabriela e regiões próximas ao aterro sanitário de Feira de Santana estão vivendo um verdadeiro calvário. Nos últimos meses, as máscaras servem como proteção não apenas da covid-19, mas também do mau cheiro. Segundo o morador Sérgio Fernando, o odor incomoda muito e a situação piorou nos últimos meses.
“Nos últimos meses a gente vem sofrendo bastante com este chorume e o odor que ele causa, que não deixa a gente nem dormir”, afirma. Ele reclama do descaso das autoridades municipais com os bairros distantes do centro. “A gente precisa de políticas públicas que pensem na população e não apenas na estética da cidade. As autoridades falam tanto do projeto Novo Centro e esquecem dos bairros que estão além do anel de contorno, como Gabriela, Campo Limpo, Campo do Gado e Pampalona. Estes lugares estão sendo afetados demais com o mau cheiro do lixão”, diz Sérgio.
O secretário de Serviços Públicos, Osvaldo Torres Neto, informou que o período chuvoso contribui com a quantidade de chorume, além de que a incidência dos ventos podem estar levando o mau cheiro aos bairros. Segundo Torres, a empresa Sustentare Saneamento S/A, responsável pelo aterro, informou que é uma situação pontual e momentânea. Ainda de acordo com o secretário, é a primeira vez que moradores relatam este problema.
Torres acrescentou que está sendo implantado em torno do aterro um “cinturão verde”. São pés de eucaliptos que vão neutralizar o odor, já que exalam um perfume acentuado. O processo de tratamento do chorume é feito de acordo com as normas ambientais vigentes, diz o secretário. Parte do chorume é tratado no município e outra parte é tratada na Central de Tratamento de Efluentes Líquidos (Cetrel).
A empresa Sustentare Saneamento S/A informou que cerca de 380 metros cúbicos de chorume são produzidos em Feira de Santana por dia. Este volume é equivalente a 380 mil litros. Destes, 50 mil litros são tratados em Feira de Santana e a quantidade restante segue para tratamento na Cetrel. O tratamento se dá por determinação do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) e transforma o chorume em água de reuso, que é utilizada para lavagem de ruas e de veículos da empresa.
A empresa disse ainda que parte dos resíduos sólidos que são colocados no aterro sanitário é transformada em gás e é acondicionado de maneira adequada e o manuseio acontece de forma a evitar a contaminação do solo e do meio ambiente.
Nova Licitação da limpeza pública
Uma licitação para a limpeza pública do município, no valor de R$ 123,5 milhões está marcada para o próximo dia 21 de agosto. A licitação deveria ter sido realizada no ano passado, mas foi suspensa depois que uma empresa que pretende participar do certame conseguiu um liminar na justiça.
A 2ª Vara da Fazenda Pública de Feira de Santana concedeu liminar suspendendo a licitação, o que levou o município a fazer uma contratação emergencial. O Município recorreu da decisão no Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA), que suspendeu a liminar por unanimidade.