Pacientes com anemia falciforme reclamam de falta de atendimento na rede pública
Dandara Barreto
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Os pacientes com anemia falciforme precisam redobrar os cuidados em meio à pandemia da Covid-19 para evitar o contágio, já que eles pertencem ao grupo de risco por serem imunodeficientes.
Em Feira de Santana, cerca de 400 pessoas estão cadastradas no serviço de referência à anemia falciforme que é vinculado à Secretaria de Saúde do município. A doença é causada por uma mutação genética e além de um quadro anêmico crônico, os pacientes sofrem com dores intensas. O hospital Dom Pedro de Alcântara era a unidade de atendimento emergencial para os pacientes em crise, mas por causa da pandemia do novo coronavírus, o atendimento aos falcêmicos foi suspenso.
O médico Rodrigo Matos que é coordenador da emergência do Hospital Dom Pedro de Alcântara, explicou que por conta da pandemia, algumas mudanças foram necessárias na unidade hospitalar. Segundo ele, a unidade precisou destinar os leitos que serviam para atender estes pacientes, para separar os pacientes oncológicos com suspeita de Covid-19.
Segundo a coordenadora do Núcleo Municipal de Anemia Falciforme, Luciana Brito, contou que apenas um paciente falcêmico teve Covid-19 em Feira de Santana. Ela nega que os pacientes estejam desassistidos. De acordo com Luciana, as unidades de pronto atendimento (UPAS) estão aptas para atendê-los. O presidente da Associação das Pessoas com Anemia Falciforme, Fabrício Cabral, contesta a informação. Ele disse que nas UPAS não há suporte, nem medicamentos ideais para tratar o paciente falcêmico em crise.
Veronica Santos tem a doença e precisa de uma medicação específica para controlar as dores, no entanto não tem conseguido a prescrição do remédio desde o mês de junho. Ela conta que em uma das crises, recorreu ao atendimento numa UPA do município, mas não conseguiu ser devidamente medicada.
A médica hematologista Ana Paloma explicou que os pacientes com doença falciforme precisam de uma assistência especial por causa da deficiência imunidade que eles têm. Ela recomenda que eles redobrem os cuidados que valem para todas as demais pessoas; uso de máscaras, higiene das mãos e distanciamento social. A médica ressalta que o ideal é que não haja nenhum tipo de exposição para evitar que eles precisem ir na emergência e aumentar o risco de contágio com a Covid-19.