Feira de Santana se despede de Bel da Bonita, um dos principais expoentes da cultura local

Idealizador e fundador do grupo Africania, o artista Bel da Bonita faleceu na manhã desta sexta-feira (18), em Feira de Santana, em decorrência de um infarto. Ele estava em tratamento no Hospital Dom Pedro de Alcântara, mas não resistiu.
Com um grande legado à cultura feirense, sua música tem a marca da força da ancestralidade, carregada em toques respirados, inspirados e originais das falas certeiras de nossa gente.
Percussionista poético, também navegou pela arte como compositor, arranjador e “inventador” — quebrador de muros, foi ponte entre os mundos da música, entre tempos, entre culturas e irrupções. Um mestre autodidata que aprendeu a bater seu pandeiro observando os ritmos do coração e das festas de santo e lavrado, em Queimada Bonita. Assim o descreveu o deputado federal Zé Neto (PT) ao prestar a última homenagem ao artista.
“Sua trajetória em Feira e no planeta é memorável e bem tatuada na história de nossa cultura — com a Banda da Paz, e ao lado de grandes nomes da música feirense, baiana e brasileira. Sua atuação no grupo Africania é um marco impactante, suculento e original, misturando samba rural com legados e legendas rítmicas do Recôncavo, raízes africanas e uma sinergia própria de quem sabia onde estava, de onde veio e para onde estava indo… Seu legado vai seguir. Sua escrita está feita — e vai preenchendo as almas e olhos que empurram sonhos, corpos em dança e pulsação”, escreveu o parlamentar.
Quem também se solidarizou com a notícia foi o ex-vereador Jhonatas Monteiro, manifestando pesar diante do falecimento e se referindo a Bel da Bonita como o “mestre da encarnação popular”.
“A partida de Bel é uma tristeza imensa, ainda difícil de aceitar. A perda para Feira de Santana é absolutamente insubstituível: o mestre era encarnação da cultura popular, resistência genuína através da música. Salve Bel da Bonita! Continuará presente”, expressou o psolista.