Mulher procura tia que pode ter sido sequestrada por médicos no Hospital Dom Pedro, em Feira de Santana

Um caso que aconteceu há mais de 50 anos, em Feira de Santana, continua cercado de mistério, trazendo angústia e aflição para toda uma família, que busca, sem sucesso, respostas para um possível crime ocorrido aqui na cidade.
O enredo dessa história se inicia no dia 23 de abril de 1971, com o nascimento de gêmeas univitelinas, na zona rural de Iaçu. Aos quatro anos de idade, Luizene Galvão Arruda, uma das crianças, precisou ser trazida para o Hospital Dom Pedro de Alcântara em decorrência de problemas de saúde.
Ao chegar ao hospital, o pai das gêmeas, João Damião Arruda de Oliveira, foi abordado por um casal de médicos que atuava na unidade, com diversos questionamentos de cunho pessoal. A situação ganha contornos inusitados quando este mesmo casal pergunta ao genitor da criança se não haveria o interesse em “doar” a menina, uma vez que marido e esposa não conseguiam ter filhos.
Imediatamente veio a negativa.
A mesma dupla de profissionais informou, então, que a pequena Luizene precisaria ficar internada por cinco dias no hospital. De forma astuciosa, sugeriram ao pai que retornasse à sua residência, em função da distância entre Feira e Iaçu.
Transcorridos os cinco dias, o pai voltou ao Dom Pedro de Alcântara para buscar a sua filha. Para sua surpresa e revolta, foi informado, de maneira completamente superficial, que a criança teria falecido. Sem corpo. Sem atestado de óbito. Sem prontuário médico. Sem as roupas. Sem qualquer esclarecimento a respeito.
Ao se rebelar com a situação, o genitor foi ameaçado pela equipe que informou que acionaram a polícia caso ele não se contivesse. Diante da sua pouca instrução, se viu de mão atadas e obrigado a aceitar a história que lhe foi apresentada, retornando para casa sem a filha e sem qualquer notícia do seu paradeiro.
Com o passar dos anos, a família se mudou para o interior de São Paulo, onde mora até hoje. Um fato intrigante, no entanto, pode se apresentar como uma possível reviravolta no caso. Apesar de residir em Diadema, do outro lado do país, a outra irmã gêmea começa a receber relatos de pessoas próximas, que afirmam terem lhe visto em Feira de Santana, mesmo sem que estivesse lá. Os relatos passaram, então, a reforçar a esperança de que Luizene possa estar viva.
Procurando qualquer pista que pudesse levar ao paradeiro da tia, Luciana Galvão resolveu vir para a Princesa do Sertão para tentar encontrar essa pessoa que, frequentemente, é confundida com a sua mãe. Sem êxito.
“Em junho de 2018 uma antiga vizinha nossa estava no Hospital da Mulher e disse ter visto mainha, mas achou estranho porque estava com uma criança (menininho), e por não ter conversado, pois mainha é sempre simpática e cumprimenta as pessoas que conhece. Então ela achou estranho. Uma semana depois eu fiz um post parecido com esse que fiz, aí ela ligou os pontos e me avisou. Nisso fui para Feira passar 10 dias, fui duas vezes no quadro desaparecidos do BATV, depois acabei ficando lá por três anos, aí passei no vestibular aqui e m São Paulo e vim pra cá de volta”, contou com exclusividade ao Blog do Velame.
Retornando para a capital paulista, a jovem resolveu divulgar o caso novamente nas redes sociais, através de um vídeo, na esperança que alguém possa ter qualquer informação em Feira de Santana. O registro já passa de 150 mil visualizações.
Para tornar o caso ainda mais misterioso, diversas pessoas, nos comentários da publicação, afirmaram ter familiaridade com a feição de Luizene. “Atendo vários pacientes e tenho certeza que já vi esse rosto”, escreveu um cirurgião dentista. “Minha família é de laçu e moro em feira de Santana. Já vi essa mulher em algum lugar na Getúlio Vargas”, afirmou uma outra pessoa.
Cinco décadas depois, a família não consegue mais identificar quais eram os médicos que atuavam no hospital naquele período. Afinal, diante das ameaças ao seu avô, não foi possível, na ocasião, obter maiores informações. “Meu avô não tinha escolaridade, o pessoal que estava no hospital na época ficou ameaçando ele. Ele ficou com medo. Quando meu pai e eu tomamos a frente na procura, já não tínhamos como achar essas informações de quem eram os médicos para efetuar uma denúncia”, conta a sobrinha.
Para a família, o que resta é a esperança e o apelo de que, quem tiver qualquer informação a respeito de Luziane que, naturalmente, deve ter outro nome hoje, caso esteja viva, que possa colaborar na elucidação do caso. As mensagens podem ser encaminhadas para o perfil @luluhciana, no Instagram, de forma anônima.