E se todo mundo adotasse o “E daí?”?
Ao ser questionado por um jornalista sobre a morte de mais cinco mil brasileiros por coronavírus, o presidente respondeu: “E daí?”
Então, comecei a pensar se o meu pai ao chegasse em casa e minha mãe dissesse que faltava pão para mim e meus irmãos ele respondesse: E daí?
Fiquei pensando se ao chegar com dor ao hospital e perguntasse ao o médico o que fazer ele respondesse: E daí?
Pensei também se meu professor ao ouvir minhas dúvidas da faculdade me dissesse : E daí?
Se eu não recebesse meu salário para pagar meus compromissos o meu chefe dissesse: E daí?
Agora, pergunto a você: E daí?
Aí lembrei que nenhuma dessas pessoas fizeram tal indagação: Todas elas ao invés de fazer essa pergunta grotesca, mal educada e sem nenhuma empatia, agiram de outra forma. Todos tiveram consciência da responsabilidade a que eles eram imputadas. Todos eles sabiam que tinham de tentar resolver os problemas a eles apresentados. Todos tentaram, alguns conseguiram, mas nenhum deles, foram tão estupidos quanto o presidente.
Sabe em qual situação esse tipo de grosseria se encaixaria bem?
Quando o Centrão pedisse cargos.
Ai sim, seria oportuno a resposta:
“E daí?” Lamento, quer que eu faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagre”.
Mas esse “E daí?” a gente não vai ouvir.