Neurocientista feirense desenvolve método para tratar sequelas da covid longa
O neurocientista feirense, Kleber Fialho, tem aplicado em pacientes que desenvolveram “covid longa” um método que trata os sintomas da doença que tem sido objeto de estudo do Ministério da Saúde em diversos municípios baianos, entre eles, Salvador e Feira de Santana.
A neuromodulação tratou a professora Josana Paula, que teve covid-19 duas vezes. Ela apresentou alguns déficits de memória, dores crônicas e desenvolveu crises de ansiedade e depressão, semanas após o diagnóstico.
A professora teve prejuízos no rendimento no trabalho, na vida social e familiar depois que os sintomas surgiram.
“A gente teve que ficar de quarentena, afastado das pessoas que a gente convive e isso é uma coisa muito séria. Com as crises de ansiedade que eu desenvolvi, veio também a perda de confiança, a motivação pela vida, porque eu ficava fadigada, sem conseguir fazer as coisas que eu fazia antes “, relembrou.
Fialho percebeu que a causa de todos estes sintomas poderia estar associada à covid-19 ainda em 2021. O cientista observou que a frequência cerebral da paciente havia mudado.
Com a possibilidade de medir a frequência cerebral do indivíduo através de eletrodos, é possível identificar quais áreas do cérebro estão sofrendo alterações. Kleber Fialho conta que não só Josana, mas inúmeros pacientes acometidos com as sequelas da Covid-19 foram reabilitados através da neuromodulação.
COMO A NEUROMODULAÇÃO FUNCIONA?
Imagine uma casa desarrumada. É assim que fica o cérebro depois da Covid-19 ou de um evento traumático. É preciso colocar as coisas no lugar e é assim que age a neuromodulação, como uma “organizadora da casa”.
“Você vai fortalecer as áreas que estão mais fracas e dessensibilizar as áreas hiperestimuladas, que provoca ansiedade. O sujeito ele fica com pensamentos recorrentes e dificulta sustentação da atenção”, explica Fialho.
O especialista alerta ainda para a necessidade de ampliar o atendimento para o serviço público. Segundo ele, é urgente e tardio, mas extremamente necessário que mais pessoas possam acessar o tratamento.