Interventor do Shopping Popular faz balanço positivo dos dois meses de gestão
Em outubro deste ano, dois meses atrás, a Prefeitura de Feira de Santana realizou uma operação de intervenção no Shopping Popular Cidade das Compras devido ao não cumprimento das determinações contratuais pela Concessionária Feira Popular S/A, responsável pelo espaço. A ação foi deflagrada após a publicação do Decreto Normativo 13.075, em edição do Diário Oficial do Município.
“Primeiro a gente teve que ouvir as pessoas, os camelôs, lojistas, as pessoas que sobrevivem da sua luta aqui. A grande situação que chama a atenção é que cortaram a energia, cortaram a internet. E a gente teve que abrir uma conta bancária para poder começar essa questão de fazer fluir a receita da própria concessionária, uma vez que eles não forneceram senhas e as contas para que nós pudéssemos operar”, disse o interventor, Amon Pereira Gomes.
AUSÊNCIA DE CERTIFICAÇÃO DO CORPO DE BOMBEIROS
A administração interina identificou que o Shopping Popular não possui o certificado AVCB – emitido pelo Corpo de Bombeiros para atestar a segurança de uma edificação. Além disso, as caixas de incêndio estão irregulares.
“O AVCB daqui, emitido pelo Corpo de Bombeiros, nunca foi aprovado. O AVCB do Shopping recebeu diversas notificações desde 2017, e até hoje existem pendências que precisamos resolver para que o certificado seja aprovado. O Shopping não possui uma brigada de centro. Outra coisa que percebemos, é que as caixas de incêndio, todas elas estão sem mangueiras para combater um possível incêndio, e muitos extintores estão vencidos. Estamos com diversos problemas”, disse Amon.
MERCADORIAS APREENDIDAS E BOXES LACRADOS
Diversas denúncias chegaram a respeito de boxes que estavam sendo lacrados com mercadorias sendo apreendidas. Diante desta situação, a Prefeitura solicitou a reabertura dos espaços.
“Existem queixas de donos, que tiveram seus boxes lacrados porque deixou vencer os boletos, onde o pessoal da administração anterior chegava lá e lacrava o box, você não tinha como ter acesso ao seu box, porque você tem através da chave, o pessoal colocava um dispositivo, um pedaço de ferro na fechadura para você não conseguir colocar a chave, e aí você não tinha mais acesso ao seu box enquanto não fizesse os pagamentos”, disse Amon.
“Estamos fazendo a reabertura dos boxes para que as pessoas voltem a ter o seu pão de cada dia. As mercadorias foram apreendidas de forma irregular. Além disso, passava um tempo e eles tiravam a mercadoria, colocavam em um depósito e alugavam o box para outro. Encontramos um depósito cheio de mercadorias que foram apreendidas”, complementou.
DESAFIOS
A atual administração não teve acesso ao banco de dados criado pela administração passada, diante disso, foi necessário contratar uma empresa de software para criar um novo banco de dados e assim conseguir emitir os boletos.
“A gente nunca teve acesso ao banco de dados. O cadastro de todos os boxes aqui, dos clientes, estão dentro de uma plataforma que a gente não teve acesso. Então a parte administrativa está fazendo um recadastro para colocar tudo para funcionar. E para emitir os boletos, tivemos que contratar uma empresa de software para conseguir montar um novo banco de dados. Com isso, já estão sendo confeccionados os boletos de condomínio e de aluguel”, disse Amon.