Estudante feirense é convidada para apresentar pesquisa em congresso mundial de pediatria nos Estados Unidos
“Responsabilidade absurda em representar o Comitê Científico do Brasil em um evento mundial”. É com essas palavras que a estudante do 6º ano de Medicina, Bianca Gabriella define o convite para apresentar o seu artigo sobre deformidade congênita em Orlando, nos Estados Unidos, durante o Congresso Mundial de Pediatria.
Medicina sempre foi o sonho da feirense. Aos nove anos, foi diagnosticada com TDAH – transtorno do déficit de atenção com hiperatividade. Ela contou ao Blog que colegas de uma antiga escola duvidaram da sua capacidade em ser aprovada para ser uma futura médica. A aprovação não veio de primeira, mas um ano depois, conseguiu.
A ideia, até para ajudar outras pessoas com TDAH, era se especializar em neurologia, contudo após experiência no setor de ortopedia do Hospital Geral Clériston Andrade, Bianca se encontrou e nunca mais largou a área.
Em 2020, começou a realizar pesquisas médicas e, desde então, diversos artigos dela já foram publicados. Ainda, auxilia e orienta outros estudantes e profissionais na pesquisa.
“Fiz uma pesquisa sobre deformidade congênita e foi publicada na ‘Revista Paulista de Ortopedia’ e, não sei como, de verdade, o comitê americano descobriu e eu fui convidada para palestrar no Congresso Mundial de Pediatria em Orlando. Pelo que entendi, sou a única brasileira palestrante. Também fui convidada para palestrar na Tailândia em 2024”, explicou.
Por representar a Bahia e o Brasil em eventos internacionais, Bianca Gabriella, cobra maior assistência dos governos à ciência.
“A gente vive num país que não dá prestígio nenhum a pesquisa. Todo mundo faz pesquisa com o próprio bolso e pesquisa muda a saúde pública, muda o sistema único de saúde. Meu objetivo não é confrontar o Estado, mas demonstrar que pesquisa é importante”.
A PESQUISA
Conforme o projeto elaborado pela moradora de Feira de Santana, a Bahia foi o terceiro estado do Brasil com maior número de internamentos de pacientes com deformidade congênita de quadril, registrando 1.481 casos.
“O elevado número de deformidades congênitas do quadril diagnosticadas tardiamente reflete um problema de saúde pública, necessitando de investimentos em políticas públicas”, finaliza Bianca.