Agosto Lilás: Conheça a história de Josailma Ferreira, ativista fundamental na direitos das mulheres em Feira
Estamos no Agosto Lilás, mês dedicado à celebração do aniversário da Lei Maria da Penha, que reafirma a importância da conscientização sobre a violência contra a mulher. Neste mês, o Blog do Velame iniciou uma série de entrevistas com pessoas fundamentais na luta em Feira de Santana.
Nesta semana, convidamos uma pessoa que atua muito nos bastidores da rede de apoio à mulher agredida na cidade e que tem uma enorme importância na causa feminista: Josailma Ferreira, atual gestora da divisão de Promoção dos Direitos da Mulher, da Secretaria Municipal de Políticas para as Mulheres.
Nascida em Ichu, território da região sisaleira baiana, Josailma tem outros quatro irmãos e as principais memórias de sua infância são as festas juninas com as músicas de Luiz Gonzaga na vitrola. Porém a labuta também foi parte da infância e adolescência da futura militante da causa feminista.
“Ao final da tarde, éramos nós as mulheres, eu, minha mãe e minha irmã que estendíamos o sisal para secar, que era uma fonte de renda do meu pai, apesar da lida, era um tempo bom”, lembrou.
O estudo era sempre defendido pela mãe de Josailma. Para ir à escola, por exemplo, levantava bem cedo e percorria 12km para chegar até o colégio. Aos 22 anos, mudou-se para Feira de Santana. No ano de 2011, durante a graduação de serviço social, atuou como estagiária do Centro de Referência à Mulher Maria Quitéria.
“Foi um desafio muito complexo fazer a escuta de mulheres que estavam em situação de vulnerabilidade e às vezes em risco iminente de morte. Histórias de vida sendo ressignificadas, dores expostas, o direito de fala e o processo autoconhecimento. Aprendi que era necessário me despir de qualquer preconceito e desconstruir paradigmas. E o mais importante, acolher com empatia”, destacou.
RECADO PARA A COMUNIDADE
Nesta série de entrevistas especiais, o Blog pediu que as personagens transmitissem um recado para toda a sociedade. Josailma resolveu cobrar empatia.
“Não existe mulher que gosta de apanhar, o que existe é uma mulher humilhada demais para denunciar, machucada demais para reagir, com medo demais para acusar, portanto, não julguem, acolham”, finalizou.
