Diretora do Clériston cobra responsabilidade do Município na atenção básica, diante de superlotação no hospital: ‘Isso é uma angústia’
A Câmara Municipal de Feira de Santana realizou, nesta segunda-feira (8), uma Audiência Pública para discutir a grave situação da saúde na cidade. Representantes de classes, gestores e a população foram convidados para contribuir com o debate.
São diversos os relatos de profissionais sem receber os seus vencimentos, suspensão dos serviços nas unidades, falta de insumos básicos e condições precárias de atendimento.
Toda esse quadro vem contribuindo para uma superlotação no Hospital Clériston Andrade. Uma vez que o paciente não dispõe de uma atenção básica eficiente, para o controle das doenças pré-existentes, há o agravamento e a necessidade de uma internação de alta complexidade.
Diretora do Hospital, Cristiana França revelou o sentimento de angústia em ver os corredores da unidade ainda lotados, chamando a atenção para a necessidade de uma assistência digna por parte do Município.
“O Clériston Andrade é hoje um dos hospitais mais bem servidos em termos de serviços, instrumentação, de equipamentos. Mas a gente vê os corredores do Clériston com tanta gente, e isso é uma angústia muito grande enquanto gestora. E a maioria dos pacientes internados vem da atenção básica, que é obrigação do Município”, disse França, completando em seguida.
“Se a gente precisa amputar um membro de um paciente é porque o diabetes dele não está controlado. Se o paciente fosse bem atendido pelo profissional da ponta, que é do Município, com certeza isso não iria acontecer. Temos um número grande de pacientes com AVC, infarto agudo do miocárdio, isso também é deficiência da atenção básica, que está falhando. A UPA do Clériston hoje é a mais cheia, porque as pessoas vão nas policlínica e não encontram atendimento. Isso é muito triste”, concluiu.