Reitor da UEFS rebate bolsonaristas e defende autonomia das universidades
Um vídeo polêmico está dando o que falar nas redes sociais, aqui em Feira de Santana. Duas mulheres, consideradas de movimentos ligadas à direita, contestam, de maneira efusiva, uma faixa que se encontra em frente à Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), com as palavras “Fora, Bolsonaro”, assinado pela ADUFS.
A gravação foi realizada na última sexta-feira (7), mas segue repercutindo. “Grupos de direita de Feira de Santana, nós estamos aqui em frente à UEFS porque vimos essa faixa vergonhosa ‘fora, Bolsonaro’, em um prédio público. Eu acredito que os prédios públicos não são feitos para isso aqui não, ainda mais em tempo de campanha. Somos pagadores de impostos e trabalhamos para pagar salário de reitor, de professor, para sermos afrontados com isso aqui. Como é que ficam os alunos e professores que são de direita?”, indagou a bolsonarista em um trecho do vídeo.
Reações ocorreram de todas as partes. Enquanto alguns internautas elogiaram, outros zombaram da postura, recordando a forma com que o atual governo tem conduzido a educação no país. Separamos alguns tweets a respeito do assunto.
Tem dias que a pessoa acorda decidida a passar vergonha, né? Nada é capaz de impedir.
— Paciente Oncológica (@PactOncologica) October 8, 2022
Amei, nota 13
— Manu Macêdo (@macedomanuh) October 8, 2022
https://twitter.com/fernandoclebe12/status/1578758379928834048?s=46&t=rWNKO-NnFWGWKBL9dlVEwQ
Parabéns a essas mulheres, as universidades estão completamente politizadas com a parte imunda da esquerda
— Amorim (@alves_anaias) October 8, 2022
Em entrevista exclusiva ao jornalista Rafael Velame, durante o Jornal BAND FM, o reitor da universidade, Evandro do Nascimento Silva, rebateu as críticas e explicou que o manifesto tem caráter meramente sindical, o que é lícito.
“O que temos em questão é a manifestação de um sindicato que representa a categoria dos professores da universidade, a ADUFS. Se trata de uma manifestação de natureza sindical, e que não tem nada a ver com propaganda eleitoral, o que é vedado. A universidade procura evitar de todas as formas, seguindo a legislação eleitoral. Há um entendimento, inclusive, do STF de que esse tipo de manifestação está dentro do livre exercício da liberdade de pensamento, tendo manifestado neste mesmo sentido, em 2018, quando algumas universidades tentaram realizar atos antifascistas. Isto foi interpelado por agentes da sociedade como ferindo a legislação, e o STF se manifestou dizendo que não se tratava disso. O Supremo defendeu a prerrogativa da autonomia das universidades enquanto espaços da livre manifestação, não devendo, portanto serem tolhidas. Então, não vemos nada de estranho na manifestação que está sendo contestada. Não fomos procurados por autoridades com questionamento a este fato”, esclareceu o reitor”, completando a sua fala acerca da importância da luta pelo Estado Democrático de Direito.
“O que enfatizamos, Velame, neste momento, é que estamos com ameaças sérias à democracia, com pessoas que dizem defender a liberdade, mas somente para aquilo que elas acreditam, sufocando outras opiniões em detrimento das suas. É isto que está acontecendo e não vamos tolerar este tipo de ataque à universidade e vamos tratar com todo cuidado desta questão. É necessário, neste momento crítico da vida pública do nosso país, defender de todos os modos a democracia”, concluiu Evandro.
Confira o vídeo do protesto:
mim si diverte pic.twitter.com/PBN08wnKHU
— Uendō 🍄 (@nnndI_smp) October 8, 2022