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08 de agosto de 2022 - 18H 10m

PERSONAGENS DE FEIRA: conheça a história da feirense que roda o Brasil cantando o hino nacional vestida de Maria Quitéria

Por João Guilherme Dias

Se tem algum evento importante em Feira de Santana, ela está sempre lá. Vestida de Maria Quitéria. Pronta para interpretar o Hino Nacional Brasileiro e o Hino à Feira. Trata-se de Juscelia Figueiredo da Silva, graduada em Música pela Universidade Federal da Bahia. Mas, você deve conhecê-la por um outro nome: Celiah Zaiin.

Ela é filha de Feira, mas os pais são de Serrinha e Biritinga. O pai, seu Olegário, foi um famoso professor de português e inglês. A mãe era diretora do educandário 2 de Julho. Aos 12 anos, sob forte influência da família, Celiah fez um seminário de música no Cuca. Tempos depois, já graduada pela UFBA, ela se tornou professora de teoria e percepção do Centro Universitário de Cultura e Arte.

PALESTRAS EM ESCOLAS

Celiah já passou por inúmeras escolas de Feira cantando e contando a história do Hino da nossa cidade. Foram mais de 20 mil estudantes. Depois de uma década levando cultura pelas escolas, uma professora questionou o motivo da cantora não se vestir de Maria Quitéria para interpretar o Hino. No primeiro momento, a reação de Celiah foi se assustar, mas foi aí que tudo começou. “Me lembro como hoje, fui sozinha na costureira, levei a foto dela [Maria Quitéria], estudei tudo sobre ela”, contou Zaiin.

A partir daí, Celiah começou a levar para os estudantes também a história de Maria Quitéria. A primeira escola que ela foi vestida da heroína feirense, foi o Municipal, contou ao Blog que jamais foi tão bem recebida, quanto naquele dia. “A maior mensagem que Maria Quitéria deixou pra mim, foi o fato de ela ser uma pessoa pronta. Conhecia plantas, sabia se virar no mato, sabia direção. Ela, hoje, é tudo que a gente precisa saber”, disse.

FALTA DE APOIO EM FEIRA

No início da sua jornada, cantando os Hinos vestida de Maria Quitéria, Celiah sofreu alguns ataques de pessoas da cidade, criticando a sua escolha. Então, ela passou a visitar outros municípios contando a história da heroína baiana. A cantora de Feira assumiu a imagem de Maria Quitéria no desfile do 2 de julho, em Salvador. Só que para ser confirmada, a feirense precisou ser sabatinada por alguns estudiosos. “Um deles falou pra mim, que eu, de fato, conhecia a história de Maria Quitéria e que eu amava o meu chão, você respeita muito a sua cidade”, revelou a cantora.

A RELAÇÃO COM MARIA QUITÉRIA

Celliah Zaiin já recebeu mais de 20 titulações de Academias do país. Ela recebe convites de diversos estados para cantar os Hinos e contar a história de Maria Quitéria. Na próxima semana, estará na quarta cidade mais antiga do Brasil, São Cristóvão, em Sergipe, para interpretar o Hino Nacional no I Simpósio de Confrarias e Academias de Letras. Em novembro, viaja para palestrar na Câmara de São Paulo. Inclusive, Celiah foi citada no livro ‘JN no ar’, pelo jornalista Ernesto Paglia, há alguns anos, como “a arara do sertão”. “É uma maneira de agradecer àquela geração [de Maria Quitéria] por ter feito o que eles fizeram por causa da gente”, finalizou Celiah Zaiin.

 

PERSONAGENS DE FEIRA / 23 de julho de 2022 - 19H 19m

PERSONAGENS DE FEIRA: Conheça a história do filme feirense que teve mais de 100 mil cópias distribuídas

Texto: João Guilherme Dias

Vida Louca – a vingança do motoboy. Se você é de Feira de Santana, é muito difícil que não tenha assistido ou ouvido falar nesse filme genuinamente feirense. Dez anos depois da estreia desse clássico de Feira, o Blog do Velame conversou com Alvenir Mamona, um dos diretores da obra que foi vista em países como Bolívia e Itália.

“Muitos não acreditavam, muitos me chamavam de doido”. Com essas palavras Alvenir Mamona resumiu a sua relação com o cinema. Ele tinha 50 anos quando deu vida a Pablo nas telonas, um homem pacato que teve a rotina completamente modificada depois de reagir a um assalto enquanto trabalhava como mototaxista nas ruas de Feira.

O primeiro filme da trilogia foi lançado em dezembro de 2011, e contou com a participação especial de ilustres moradores de Feira, como Zé Coió e Dionorina. Três anos depois, em 2014, o segundo filme da “franquia” foi divulgado. E, para alegria dos feirenses,em breve, o ‘Vida Louca 3’ deve estrear. Além de Mamona, o cineasta Chico Oliveira também faz a direção do longa.

O personagem principal dos filmes é um mototaxista, ou como os feirenses chamam, motoboy. “O motoboy ‘tá’ sempre levando uma pessoa, então ele se envolve em várias situações”, explicou Mamona, ressaltando que o objetivo do ‘Vida Louca’ é gerar discussões sobre o uso de drogas.

O filme fez tanto sucesso, que logo depois de seu lançamento, era possível encontrá-lo com facilidade em qualquer lugar do Centro de Feira. Segundo o diretor, cerca de 100 mil cópias do primeiro filme foram distribuídas.

Acontece que, diferente do que muita gente acha, as atuações cinematográficas de Alvenir, não começaram com ‘Vida Louca’. Há 14 anos, ele foi convidado para protagonizar um filme chamado ‘Doce Fel’, contudo, alguns problemas fizeram com o que o longa jamais fosse lançado.

PRODUÇÃO INDEPENDENTE

É sabido o quão desafiador é colocar no mercado uma produção cinematográfica. E Alvenir com os seus parceiros conseguiu estrear, até agora, dois filmes. “Mesmo sem recurso, sem condição financeira, sem ser um empresário, podemos sim, buscar e realizar projetos. O primeiro filme que ‘teve’ mais de 100 mil cópias em Feira, foi o nosso. E isso foi com muita luta”, contou.

Alvenir até tentou entrar na política, mas não teve êxito. Agora, ele disse que quer se dedicar somente à arte, não quer mais saber de política. “Vou me dedicar aos meus projetos, aos meus filmes. ‘Tô’ com três histórias [de novos filmes] aí. Vamos fazer oficinas de teatro, treinando novos atores”, finalizou.

COMO ASSISTIR?

Se você ainda não viu nenhum dos dois ‘Vida Louca’, ambos estão disponíveis no YouTube. Alvenir Mamona prometeu ainda criar um canal para disponibilizar entrevistas, cenas exclusivas e novos conteúdos

Personagens de Feira / 10 de fevereiro de 2021 - 07H 00m

PERSONAGENS DE FEIRA: O escritor feirense que descobriu o talento no WhatsApp

Por Rafael Velame

As crônicas dele deveriam ser leitura obrigatória para quem quer entender Feira de Santana de verdade. Alan de Sá, feirense formado em jornalismo, é uma promessa da literatura. Criado no Parque Lagoa Subaé, bairro pobre onde a realidade bateu na porta logo cedo, viu conhecidos morrendo por causa do tráfico. Uma realidade que moldou a sua visão de mundo. Talvez por isso, seus textos sejam marcados por excessos – de palavrão, de sarcasmo e de duras verdades. Do primeiro livro lido, somente aos 15 anos, até se descobrir escritor, por conta de um grupo de WhatsApp, aos 18, Alan sabe que seu destino poderia ter sido diferente. Viveu as dificuldades de ajudar a mãe que foi ambulante na Salles Barbosa e lá passou a conhecer pessoas, perceber trejeitos e ver como era o que ele chama de “feirense médio”. Vivências que virariam crônicas publicadas e muito compartilhadas no Facebook. Atualmente Alan trabalha em uma grande agência de publicidade em São Paulo e, apesar das dificuldades, já publicou “Marani”, seu primeiro romance e a obra de suspense e terror “Lago Aruá“. Paralelamente ele defende o movimento literário Sertão Punk, que você vai conhecer melhor na entrevista abaixo onde assuntos como racismo no meio literário e afrofuturismo também são abordados. 

Quando surgiu o desejo de ser escritor? Como você se descobriu escritor?

Foi um processo meio estranho e demorado. Eu comecei lendo tarde, li meu primeiro livro na vida aos 15 anos, ainda no ECASSA. Me apaixonei pela leitura nessa época, mas a escrita em si veio anos depois, já com 19 pra 20 anos. Nessa época eu já tinha terminado o ensino médio e não estava arrumando emprego, então passava muito tempo em casa. Acabei entrando em um grupo de Whatsapp junto com uma galera de vários estados do Brasil e todo mundo curtia as mesmas coisas que eu: filmes, séries, animes, livros, etc. Resolvemos fazer uma brincadeira de criar personagens pra cada um do grupo. A galera curtiu e decidimos criar uma história com todos. Eu era um dos responsáveis por juntar todas as histórias em uma só. Acho que foi mais ou menos por aí.

Onde foi criado em Feira, como foi a infância?

Eu nasci em Feira de Santana, mas passei uma parte da minha infância em São Paulo, até os oito anos. Meus pais já tinham uma vida estabelecida na cidade. Minha mãe era costureira e meu pai, pintor. Eles usavam as economias, dinheiro de FGTS, férias, essas coisas, pra construir a casa em Feira. Quando voltamos, em 2003, já tava tudo mais ou menos pronto. Daí em diante vivi a maior parte da minha vida no Parque Lagoa Subaé. 

A gente sempre foi pobre. Um pouco menos do que a grande maioria das pessoas pobres do Brasil, porque tínhamos nossa própria casa, minha mãe trabalhava com carteira assinada, meu pai tinha o emprego dele, mas nada nunca foi realmente fácil. Já passamos por vários apertos na vida, mas sempre estávamos ali um pelo outro, todo mundo se ajudava como podia e até hoje é assim. Por um tempo, o Parque Lagoa foi um bairro mais perigoso do que é hoje. Vi muitos pivetes morrerem cedo demais por causa de droga, facção, crime. Gente de 12, 15 anos, que nem tiveram tempo de mudar de caminho e ter alguma oportunidade, como eu tive. Isso moldou muito da minha visão de mundo, porque o pensamento coletivo ficou ainda mais forte na minha mente. 

Eu sempre curti desenhar e isso era um passatempo massa pra mim. Depois de um tempo trabalhando como costureira, minha mãe comprou uma barraca na Salles Barbosa em 2007, que existia até o dito cujo do prefeito resolveu derrubar pra favorecer empresário mineiro e acabar com o sustento e a história de milhares de pessoas na cidade. Lá foi que comecei a aprender os caminhos do centro, conhecer pessoas, perceber trejeitos das pessoas e ver como era o “feirense médio”. Sempre que ficava com a coroa, e quando a gente conseguia vender alguma coisa, pegava uma parte da grana e juntava pra comprar materiais de desenho na Maskat e na banquinha de jornal em frente a Prefeitura. Isso me fez querer trabalhar com design por muitos anos. Acabei fazendo Jornalismo na FAT. Coisas da vida, né. Mas não me arrependo de maneira alguma. 

Fiz o final do fundamental 1 no Luciano Ribeiro Santos, uma escola municipal lá no Parque Lagoa mesmo. Depois, fui pro ECASSA, onde fiquei até o fim do ensino médio. Quando entrei, Artemízia ainda era a diretora, botava medo até na galera do terceirão. Foi lá também que fiz meus melhores amigos, que estão comigo há anos e já são parte da família, verdadeiros irmãos que ganhei com a vida, mesmo tendo, também, meus irmãos de família. Bati muito de frente com Lúcia Branco, diretora da escola, por conta de várias e várias situações de descaso da gestão da escola com o próprio patrimônio e a educação. Já fiz abaixo assinado pra tirar ela de lá, brigamos muito e, até a última vez que fui lá (em 2018, não lembro), ela sequer olhava na minha cara direito. Ainda bem. 

Por que foi pra São Paulo?

Eu trabalhava com publicidade numa agência de Feira, tinha acabado de terminar a faculdade. Não tinha muitas pretensões de sair, porque, bem ou mal, eu gosto de Feira. Mas aí uma vizinha viu uma publicação de um processo seletivo pra jovens criativos de uma agência de São Paulo, a Wieden+Kennedy. Até então, não conhecia nada da agência, mas depois descobri que se tratava de uma das maiores e mais relevantes do mundo, responsável por várias campanhas icônicas pra Nike. Resolvi tentar. Depois de um mês de processo seletivo, fui um dos selecionados pro programa. Além de mim, mais duas pessoas da Bahia entraram: Caíque, fotógrafo de Madre de Deus; e Larissa, estudante de jornalismo da UFBA, mas que é natural de Uruçuca. No total foram seis: tinham mais duas pessoas de Brasília (Lara, publicitária; Luiz, fotógrafo e diretor de arte) e Taís, ilustradora de São Luiz, no Maranhão. 

A gente passou nove meses trabalhando na Wieden+Kennedy, aprendendo sobre publicidade e fazendo projetos internos, enquanto morávamos num hostel. Foi um período bem intenso, com vários altos e baixos pelo caminho. Foi durante esse período que vi o quanto o mercado aqui era mais organizado que Feira, além das oportunidades de crescimento serem maiores. Resolvi ficar pra ter uma grana a mais e poder ajudar meus pais. Hoje, trabalho em outra agência, FCB Brasil, que também é uma empresa global e bem grande na área. No fim das contas, deu tudo certo. 

O que é o Sertãopunk?

O sertãopunk é uma ideia. É mais fácil começar por aí. Uma ideia de como o Nordeste pode ser no futuro a partir de um ponto de vista nordestino. O sertãopunk começou depois de mim e mais dois amigos, Alec Silva e Gabriele Diniz, que também são escritores negros e nordestinos, levantarmos alguns questionamentos sobre como o a cultura da região era representada nas produções de ficção, fossem elas livros, filmes, séries, artes visuais, etc. Porque sempre o nordestino como, ou cangaceiro, ou matuto? Por que a estética da seca sempre atrelada ao Nordeste? Foi a partir de questionamentos assim que a gente começou a pensar no sertãopunk. 

A gente tem uma região rica em biodiversidade, produção de energia limpa, com polos de tecnologia e geração de renda bem estabelecidos, a única baía inteiramente navegável do mundo (a Baía de Todos os Santos), alguns dos maiores portos do Brasil, fora toda a diversidade cultural, mais de 1900 territórios quilombolas, centenas de tribos indígenas e presença constante nas maiores e mais relevantes revoltas populares da história do Brasil. O Nordeste não é só o carnaval de Salvador, seca e Lampião. 

Foi pra isso que pensamos o sertãopunk, pra ser uma ideia pra todo mundo que quer se expressar contra esses estereótipos e xenofobia construídos historicamente. Através de qualquer tipo de arte: música, grafite, literatura, o que for. A partir daí, dar uma nova cara pras possibilidades de Nordeste no futuro. 

Quais livros já publicou?

Publiquei Marani, meu primeiro e único romance, até então, em 2017. Em 2019 lancei O Lago Aruá via financiamento coletivo pelo Catarse, mas esse é menor, entre um conto e uma novela. Entre esses dois eu participei de alguns projetos coletivos com autores de vários estados do Brasil, além de colocar coisas avulsas na Amazon, no total. No total, são umas 10, 12 publicações. Meu último lançamento foi Abrakadabra, em 2020, direto na Amazon e já dentro da estética do sertãopunk. Além, é claro, da coletânea Sertãopunk: histórias de um Nordeste do amanhã, que traz o manifesto do movimento, além de artigos sobre pontos relevantes sobre o que a gente pensou e dois contos, um meu (Schinzophrenia) e o outro de Gabriele Diniz (Os olhos dos cajueiros), co-criadora do sertãopunk. 

É difícil chegar até uma editora e publicar seu primeiro livro?

Existem diversos formatos de editoras por aí. Muitas usam um sistema de “pague pra publicar”, em que o autor paga por todo o processo editorial mais uma quantidade de livros, os caras fazem um trabalho meia-boca e depois somem, colocam o livro no site deles, nunca trabalham publicitariamente a obra, te fazem assinar um contrato criminoso e tu nunca vê a cor do dinheiro pelo teu trampo. 

E tem as editoras tradicionais. Essas, sim, são difíceis de acessar, porque elas possuem um processo editorial mais sério e não costumam apostar em autores iniciantes de cara, justamente por ser dela todos os custos de produção e divulgação da obra, além de bancarem um adiantamento dos direitos autorais pro autor. Pra chegar nessas, das duas uma: ou tu é branco (se for do Sul ou de São Paulo, melhor ainda); ou é muito, muito bom. 

Como foi o processo de criação do Lago Aruá?

O Lago veio depois de uma viagem que fiz com minha ex-namorada. Ela é de Salvador e a gente nunca tinha feito uma viagem junto. Uns amigos dela resolveram passar um final de semana numa casa na Lagoa do Aruá, na Reserva de Sapiranga, em Mata de São João. Resolvi ir com eles. Durante uns dois dias, algumas coisas meio bizarras aconteceram. Vi alí uma oportunidade de fazer uma história de terror a partir de um ponto de vista mais cru, que era o meu. Daí nasceu O Lago Aruá. 

Você se define um escritor de que tipo?

Eu gosto de escrever tipos diferentes de literatura. Tem minhas crônicas, que geralmente tem um formato mais engraçado e que eu falo mais da cidade e das pessoas. E meus contos, que quase sempre são de terror e suspense. 

Pro primeiro tipo de texto, eu sempre tento pensar “o que as pessoas fazem que ninguém percebe, mas que pode ser bom o suficiente pra virar um texto?” antes de escrever. Feira tem gente de todo tipo e isso é ótimo. Quanto mais diferente são as pessoas, mais fácil é de dar uma exagerada nas coisas e criar uma veia bem-humorada. Eu já fiz crônicas sobre o BRT, o velho do licuri e por aí vai. 

Com os contos eu já tenho outra pegada. Acho que a literatura de terror tem um poder de sintetizar coisas muito relevantes e gerar um outro tipo de impacto sobre as pessoas. Por exemplo: O Lago Aruá fala de uma viagem de fim de semana, mas também fala sobre preconceito religioso, racismo, relacionamentos conturbados, descaso com o meio ambiente e por aí vai. Abrakadabra é sobre uma experiência em realidade virtual, mas também fala sobre as dores que corpos negros carregam, a criação do estereótipo de incapacidade sobre pessoas com deficiências e outras coisas. Então eu tento pegar todas as porcarias que rodeiam a gente e mostrar isso de uma forma que vai impactar a galera, nem que seja pelo susto ou pelo medo. 

Feira de Santana te inspira de alguma forma em suas obras? Seja positiva ou negativa….

Sim, com certeza. Pra ambas. Eu gosto de Feira de Santana, por ser uma cidade com gente de todo o canto, em que a cultura popular tem uma força enorme na fundação do tipo feirense e por aí vai. O que eu não gosto é de quem gere a cidade, desses coronéis de meia-tigela que tratam Feira como se fossem a casa deles. Você sabe de quem eu tô falando. A experiência negativa vem daí: da violência que desgraça a cidade, a falta de estrutura social, saúde e educação públicas de qualidade, entre outros vários problemas. Isso também me inspira porque não posso deixar os problemas da cidade alheios ao que eu faço. 

Quando a gente, que produz algum tipo de arte, seja literatura, música, artes visuais, o que for, não aponta as doenças sociais, estamos negando que elas existem. Não tem essa de “arte sem politicagem”, a arte é política e o ser humano é um ser político. Política não é só partidária. Se não contextualizamos as coisas e mostramos os erros da sociedade, somos coniventes. Isso legitima que isso continue acontecendo. 

Existe racismo na literatura brasileira? Você já sentiu isso na pele?

O racismo brasileiro é estrutural. Ele sempre vai estar presente em qualquer lugar porque a nossa sociedade foi fundamentada assim, com racismo. O meio literário não é diferente. No meu caso, principalmente depois que começamos a trabalhar no sertãopunk, houveram situações que não só minhas falas, quanto as de Alec e Gabriele, que são também negros, foram desvalorizadas e apagadas por pessoas brancas. De forma intencional. 

Uma das bases pro sertãopunk é o afrofuturismo, justamente porque a gente entende o peso que a cultura africana teve na história do Nordeste, não só por sermos negros, também. O fato de três negros e nordestinos questionarem várias atitudes do próprio mercado editorial, como nós fizemos – mercado esse que é inundado de pessoas brancas, bem de vida e, na grande maioria, do Sul e do Sudeste – gerou um incômodo no mercado e algumas inimizades que nos perseguem até hoje. 

Mas é aquela coisa, né: se gente ruim não gosta do que eu falo ou faço, eu fico feliz. 

É mais difícil ser reconhecido como escritor de sucesso sendo nordestino, de Feira de Santana?

É difícil ser escritor num todo, porque o mercado é uma bagunça daquelas. Quando a gente vai colocando as camadas minoritárias e sociais no jogo, vai ficando pior. Ser escritor, do interior do nordeste, pobre e negro é complicado. Mas se for uma mina nas mesmas condições, é ainda mais. Se for indígena, quilombola, ribeirinho, também. Por aí vai. Pra quem tá de fora pode até pensar que é “lacração” desnecessária ou exagero. Obviamente que existem, sim, grandes escritores nordestinos, negros e mulheres, também. Mas nessas horas, a gente tem que pensar no todo: qual a cor das pessoas que comandam as editoras, que editam as histórias, que trabalham com a divulgação delas e que fazem resenhas, reviews e por aí vai? Como funciona esses processos até chegar em uma editora ou no mercado? 

Quando tu tá no jogo, vê que muita gente (muita gente mesmo) entra no mercado sem qualquer mérito. Escrevendo mal, com posicionamentos questionáveis, mas que tá ali porque é amigo de não sei quem, parente de fulano, estudou na mesma faculdade que sicrano, etc. A a paleta de cores dessa brincadeira aí é branca. Hoje, não sinto tanto isso porque já tô mais estabelecido (e, curiosamente, a maior parte dos meus leitores são de fora do Nordeste). Mas, pra quem tá começando, é, sim, complicado. 

Acho que Feira de Santana tem um potencial de contação de histórias enorme. A gente tem história e tradição na literatura de cordel. Uma das primeiras coisas que li, antes do meu primeiro livro, foi um cordel, sobre Lucas da Feira, escrito por Franklin Machado, que tá em minha casa em Feira até hoje. O que falta é a própria cidade começar a olhar com mais atenção pra quem produz cultura em casa.

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11 de setembro de 2020 - 12H 25m

PERSONAGENS DE FEIRA: Conheça a história de Virna Jandiroba

PERSONAGENS DE FEIRA: Conheça a história de Virna Jandiroba
Foto: Getty Images

Por João Guilherme Dias

Tenho certeza que você já ouviu esse nome: Virna Jandiroba. Pois é, a história dela que a gente vai conhecer nessa semana na série de reportagens do Blog do Velame sobre personagens de Feira de Santana. Virna nasceu em Serrinha, mas, disse que é uma feirense do coração, que nasceu em 1988.

A sua infância foi tranquila, marcada por timidez, Virna contou que na escola até chegaram a pensar que ela tinha dificuldade para falar, mas, a explicação era outra, “eu vivia no meu mundo”. Contudo, ao chegar na adolescência isso mudou um pouco, a lutadora brinca que, “aprontei um bocadinho”.

Virna explica que foi criada dentro das artes marciais, a primeira experiência foi aos 12 anos, no Kung Fu, mas, ela não demorou muito por lá, a turma era toda formada por meninos e o machismo, fez com que a jovem atleta saísse do Kung Fu. Foi para o Judô, também não ficou muito tempo, logo foi convencida por um professor de Jiu Jitsu que ela tinha jeito pra coisa. Aceitou, o professor foi certeiro, a adolescente exclamou que o novo desafio, “foi amor à primeira vista”.

Já na fase adulta, mais uma migração, a serrinhense foi pra o MMA, com só dois meses já estava competindo. A partir daí, as dificuldades que a maioria das mulheres, nordestinas e atletas, enfrentam: desvalorização. Virna não encontrava adversárias no Norte e Nordeste, e a grana era pouca para competir no eixo Sul-Sudeste.

Entre os anos de 2014 e 2015, Jandiroba se mudou definitivamente para Feira de Santana – antes ela ia e voltava todos os dias de Serrinha, para treinar e para fazer a graduação na UEFS – a mudança era pra aumentar ainda mais a sua performance profissional.

Em março de 2018, lutando nos Estados Unidos, a serrinhense venceu o cinturão peso-palha do Invicta FC, “a passagem pelo Invicta foi determinante para o meu amadurecimento”. Mal sabia Virna que pouco mais que um ano depois de ganhar o cinturão, ela iria estrear no Ultimate Fight Championship.

Foto: Reprodução

Falando em UFC, o convite veio só com 20 dias de antecedência para a luta, Virna não titubeou e aceitou o desafio. Infelizmente, a estreia veio com derrota, “fiz uma boa luta, mas, foi definida no detalhe”, conta a lutadora. No final daquele ano, mais um combate no UFC, esse, Virna venceu.

Já durante a pandemia do novo coronavírus, mais uma luta, desta vez, a feirense do coração estava realizando um sonho: lutar em Las Vegas, nos Estados Unidos. Mas, não foi só isso, Virna deu show e finalizou com tranquilidade a americana, Felice Herrig, e mais, ganhou o bônus como a performance da noite.

E ainda tem mais, Jandiroba entrou para o ranking do UFC, ela disse que “entrei pro jogo, nos mostramos para o mundo”. Só que Virna quer mais, muito mais, “nunca escondi a minha ambição de estar entre as melhores e disputar o cinturão”, afirmou.

Você deve ter reparado que não citei uma vez sequer o famoso apelido de Virna, ‘carcará’, pois é, a história desse apelido merecia um parágrafo específico. Ela explica que pensou muito em qual apelido utilizar, “eu queria algo que representasse o sertão”, um amigo sugeriu: ‘carcará’. Caiu como uma luva, “a ave tem características muito fortes, imponente, usa a adversidade para o desenvolvimento”, disse Virna ‘Carcará’ Jandiroba.

https://www.instagram.com/p/CEJ34C4gPjA/?igshid=hk5fnzdqoi4e

A Virna dos octógonos, a gente já conhece, mas e a Virna fora deles? “Gosto de estar com os meus amigos, de ler, assistir filmes, eu gosto de fazer coisas que me desafiem, tô sempre buscando coisas novas, agora mesmo, estou aprendendo a tocar teclado”. Nessa pandemia, a ‘carcará’ disse que está sentindo falta de jogar boliche com os amigos.

Ao ser questionada sobre o que mudaria em Feira, Virna respondeu que não só aqui, mas, em todo o Brasil, “o incentivo ao esporte, sobretudo, na base, as pessoas têm direito de praticar o esporte”, finalizou. Valeu, Virna! Como você disse em Las Vegas, “deixem o carcará voar!”.

Personagens de Feira / 07 de agosto de 2020 - 17H 00m

PERSONAGENS DE FEIRA: Conheça a história do maior incentivador da astronomia em Feira

PERSONAGENS DE FEIRA: Conheça a história do maior incentivador da astronomia em Feira
(Foto: Arquivo Pessoal)

Por João Guilherme Dias
e-mail: [email protected]

Você sabe como o Observatório Antares foi criado? Sabia que o seu idealizador também ajudou a fundar o Museu Parque do Saber? E que essa mesma pessoa já foi à NASA e até à Antártida? E que ele é um feirense? Pois é, a história que a gente vai conhecer nessa semana na série de reportagens do Blog do Velame sobre personagens de Feira de Santana, é de Augusto Cezar Pinheiro Orrico, nascido em 1952. Falando em história, esse feirense tem é história pra contar.

A sua infância e adolescência foi tranquila, estudou no Colégio Santanópolis, se formou em Matemática na Universidade Estadual de Feira de Santana, mas queria mesmo era estudar Física, para depois, conseguir eliminar algumas disciplinas no tão sonhado curso de Astronomia. “Mas, a UEFS ainda não ofertava esse curso. Física só veio aparecer uns 20 anos após matemática, então, foi o curso mais ligado a minha área”, conta.

Mesmo com as dificuldades naturais de quem vive em uma cidade do interior, o sonho de Cezar de trabalhar com Astronomia jamais foi deixado de lado. O sonho começou a virar realidade quando ele criou uma Fundação para arrecadar recursos para a construção do Observatório Astronômico Antares. Deu tudo certo e em setembro de 1971, o equipamento foi inaugurado. O feirense explica que contou com doações de muitas pessoas – durante a entrevista  Cezar não se arriscou a citar nominalmente cada colaborador, pra não esquecer de ninguém, mas ressaltou que “as pessoas deram muito de si”.

Observatório Astronômico Antares (Foto: Arquivo Pessoal)

A jornada para a construção do Observatório Antares não foi nada fácil, Orrico e outros entusiastas bateram em diversas portas de empresários de Feira de Santana pra tentar algum apoio na construção. “Nós passamos 22, 23 anos pra chegar ao ponto que ele chegou, foi um processo muito lento”. Em março de 1992, o Observatório foi doado para a Universidade Estadual de Feira de Santana. Esse era o desejo de Cezar, construir o equipamento e cedê-lo à UEFS. “O interesse era observar as estrelas muito mais próximas, através do telescópio e compreender o universo”, revela.

Entretanto, Orrico ainda não estava satisfeito. Ele foi além e idealizou o Museu Parque do Saber. Construído pela Prefeitura de Feira de Santana e inaugurado em 2008,  o equipamento conta com um dos planetários mais avançados do mundo e o primeiro a ser instalado na América do Sul.

Para um apaixonado por astronomia, a NASA é o paraíso. E ele já perdeu as contas de quantas vezes esteve por lá. “Quatro ou cinco vezes”, diz.  Na primeira vez, foi convidado por um funcionário brasileiro para visitar o local. A visita rendeu tanto, que o feirense chegou a ver Neil Armstrong – o primeiro homem a pisar na Lua. “Não cheguei a cumprimentá-lo porque estava com capacete e em treinamento, mas o vi sim, conheci muitos astronautas e funcionários de alto escalão”, revela Cezar.

(Foto: Arquivo Pessoal)

O feirense já morou nos Estados Unidos, passou pela Europa, foi na China e até em Dubai. “Andei meio mundo para me inteirar, descobrir como tudo funcionava”.

Por duas vezes, o feirense foi à Antártida, em uma dessas viagens ao continente gelado, foi convidado por um cosmonauta russo para visitar as instalações do país. “Eu aceitei, e fui, na primeira vez pela Marinha e na segunda com a FAB”.

O feirense na Antártida (Foto: Arquivo Pessoal)

Orrico além de diretor do Observatório, fundou a antiga rádio Antares FM, foi presidente da Fundação Egberto Costa e trabalhou na Superintendência de Estudos Econômicos. Ao ser questionado sobre o seu sentimento ao ver o que o Observatório Antares representa hoje para a astronomia baiana, Cezar se emocionou. “A minha passagem pela terra não foi inútil, eu plantei uma semente”. Obrigado pelo seu entusiamo com a Astronomia, Cezar. Feira agradece!

 

Personagens de Feira / 31 de julho de 2020 - 16H 04m

PERSONAGENS DE FEIRA: O feirense da seleção brasileira que virou a voz do Joia da Princesa

PERSONAGENS DE FEIRA: O feirense da seleção brasileira que virou a voz do Joia da Princesa
(Facebook/Arquivo Pessoal)

Por João Guilherme Dias
e-mail: [email protected]

O nome dele é Kleber Costa Vitória, mas, ele é bem mais conhecido como Klebão. Nascido no ano de 1961, esse feirense tem muita história pra contar. Viajou o mundo jogando basquete, virou a voz do estádio Joia da Princesa, deu aula de recreação, foi treinador e DJ. Nesta semana, na série de reportagens do Blog do Velame sobre personagens de Feira de Santana vamos conhecer mais sobre a história desse craque da vida.

A sua infância foi tranquila, sempre muito ligado em esportes. Aos 13 anos ostentava seus 1m81cm de altura pelas ruas de Feira quando chamou a atenção de um treinador de basquete. “Menino, você quer jogar basquete?”.  Assim começou sua história jogando pelo Feira Tênis Clube.

https://www.facebook.com/djklebao.vitoria/videos/959748877457386/?sfnsn=wiwspwa&extid=vONbHxQIWLqoZRsf&d=w&vh=i

Um ano depois, e já com mais de dois metros de altura, o promissor jogador feirense estava em São Paulo, jogando na equipe do Corinthians. Ao longo da carreira, Klebão jogou em clubes da Bahia, São Paulo e Pará. Além disso, disputou partidas em países como, Estados Unidos, Argentina, Kuwait, Equador e orgulhou Feira ao ser convocado para as seleções brasileira juvenil, adulta e master. Foi vice-campeão mundial juvenil representando o Brasil.

Mundial Master, Orlando/EUA (Arquivo Pessoal)

Depois de longos anos fora de sua cidade natal, Klebão voltou para Feira. Parou com o basquete profissional, mas não abandonou os estádios. Quem frequenta o Joia da Princesa certamente já teve ter escutado o famoso bordão, ‘segura galera’. Klebão é o novo da voz do serviço de auto-falante do estádio. “A Voz da Princesa foi fundada pelo meu pai, Antônio Alves Vitória. Com o falecimento dele assumi o lugar, o ‘segura galera’ é para entre uma publicidade e outra chamar atenção do torcedor. Costumo falar também ‘segura que quero ver’ e ‘tem gol’, tudo isso surgiu naturalmente”, conta.

Há alguns anos, o eclético Klebão virou o cobiçado DJ Klebão. “Sempre joguei basquete, depois comecei a fazer eventos completos não só com DJ, mas também fazendo a festa completa”, revela. Sobre o período de paralisação nas suas atividades profissionais por conta da pandemia, o DJ afirma que tem tentado se reinventar e ressalta que o segmento deve ser um dos últimos a retornar.

(Arquivo Pessoal/Facebook)

Klebão é um personagem de Feira. Atleta, artista, apaixonado pela Princesa do Sertão. Conheceu o mundo, mas Feira é o seu lugar. “Sentia muita saudade nos anos que passei fora da cidade. O que mais gosto em Feira é o centro, porque se encontra tudo por lá”.  O que mudaria em Feira? “A valorização do esporte em todas as categorias com competições promovidas pelos poderes públicos”. Obrigado, Klebão.

Personagens de Feira / 24 de julho de 2020 - 09H 57m

PERSONAGENS DE FEIRA: A digital influencer que tem conquistado os jovens feirenses

Por João Guilherme Dias
e-mail: [email protected]

Para ela, lembrar do passado – que nem é tão distante assim – é ver que tudo valeu a pena. Ela? Júlia Mel Sena Lopes de Santana ou simplesmente Júlia Mel, uma digital influencer feirense de 18 anos, que já conta com quase 13 mil seguidores no Instagram.

Julia estreia uma série de reportagens do Blog do Velame com o tema “personagens de Feira”,  onde a cada semana, um convidado será entrevistado  esclarecendo dúvidas, dando dicas, contribuindo com o seu conhecimento acerca dos temas propostos.

Os influenciadores são um fenômeno na internet porque tem capacidade de lançar tendências, mudar opiniões e comportamentos. A influenciadora feirense faz parte de um grupo chamado de microinfluenciadores, que são os influenciadores digitais que têm entre 10 mil e 100 mil seguidores em seus canais ou redes sociais.

A feirense começou nas redes sociais bem cedo, aos 13 anos já tinha um blog com algumas amigas, era só uma brincadeira, mas hoje, as redes sociais de Júlia viraram coisa séria, e Instagram ela já conta com muitos fãs. No perfil, Júlia produz conteúdo sobre moda, maquiagem, beleza e dá dicas de séries e filmes. Ela conta que tenta diversificar ao máximo as coisas que diariamente posta. “Eu tento manter uma plataforma bem diversa pra agradar vários públicos e de diferentes idades”.

Estudante de direito da UEFS, ela ainda não vive exclusivamente do que posta. “Eu moro com meus pais ainda, porém as minhas despesas pessoais sou eu que arco. Estou deixando as coisas acontecerem.  Vou para faculdade de direito, estou aguardando a Uefs voltar, pretendo no futuro conciliar as duas áreas”, contou.

Julia acredita que o caminho para se tornar uma influencer com sucesso financeiro é lento. “E é aquela coisa não é da noite por dia que você vai conseguir uma renda “perfeita”, é uma caminhada bem lenta pra isso”. Para ela, os amigos e seguidores são parte importante desse processo.  “É uma rede de apoio muito significante, eles são simplesmente incríveis”, explica a ruiva.

Durante a entrevista, Júlia se mostrou muito agradecida a quem separa um tempo pra consumir o conteúdo que ela produz. “A maioria do meu público está entre os jovens, eles são bem fiéis, uma galera que dá muita opinião, eu faço conteúdo pensado no que eles querem ver, não tenho o que reclamar dos meus seguidores”, comemora.

Reinventar. Com essa palavra, é possível descrever o perfil de Júlia Mel no Instagram durante a pandemia do novo coronavírus, a feirense conta que com mais tempo livre, ela conseguiu colocar em prática algumas mudanças que ela pretendia realizar em suas redes sociais. Júlia ressalta que tem estudado bastante para apresentar um conteúdo de qualidade, passou a produzir vídeos e, claro, deu aquela organizada no feed.

https://www.instagram.com/p/CC1ziijhVlV/?utm_source=ig_web_copy_link

Como o seu público é na maioria jovem, a digital influencer destaca que tem ciência da responsabilidade nos conteúdos compartilhados. “Sei que eu tenho um papel social com 5, 10 ou 100 mil seguidores, eu sei da minha responsabilidade, por isso, tento produzir conteúdo que as pessoas possam levar para a vida toda”, disse.

Sobre o cenário para as “influencers de Feira”, Julia acredita que muitas não são valorizadas como deveriam. “É um cenário bacana, tem muita gente boa que cria conteúdo, mas, eu acho que as pessoas daqui mesmo não dão tanta relevância, sabe? Tem muitas pessoas produzindo conteúdos muito, muito bons. Feira tem muita gente boa, só falta as pessoas conhecerem, buscarem mais, valorizarem mais”.

Apesar de gostar do que faz, ela reconhece desafios. “Por trás dos rostos bonitos e felizes nos stories tem um bastidor bem cansativo, não é só colocar e tirar roupa, tem que ser criativo pra ter ideias diferentes, roteirizar, gravar, editar, na hora de postar tem a preocupação com a estética… são muitas coisas que depois do resultado passa batidos”, revela.

O que Julia mais gosta de em Feira? “Acho que a melhor coisa de Feira é o aconchego, de se juntar com os amigos na casa de um deles, tomar um açaí na São Domingos, sair à noite pra jantar. Feira tem aquele aconchego de interior, mas com um boa infraestrutura. Pra feira ser perfeita só faltou uma praia, seria meu sonho”.

Se você ainda não seguiu, pode acompanhá-la através do seu perfil no Instagram, @julia.mel

Feira de Santana / 05 de novembro de 2024 - 11H 18m

“Nelson em Jogo” encerra temporada 2024 do Feira Tem Teatro

O espetáculo “Nelson em Jogo” retorna aos palcos para encerrar a temporada 2024 do projeto Feira Tem Teatro. Com apresentações marcadas para os dias 8 e 9 de novembro, às 20h, no Teatro do Cuca, a peça se baseia na obra de Nelson Rodrigues, explorando temas profundos e complexos da década de 1950. A montagem do Grupo Conto em Cena, já foi indicada à maior premiação do norte/nordeste na categoria Espetáculo do Interior. Os ingressos já estão disponíveis na plataforma Sympla.

O espetáculo “Nelson em Jogo” expõe o jogo psicológico característico de Nelson Rodrigues, convidando o público a refletir sobre a sociedade da época e suas hipocrisias. A estética do espetáculo, como sugerido pelo título, coloca as histórias e os personagens em destaque, estimulando uma análise crítica sobre as questões sociais retratadas.

O primeiro conto, “Noiva da Morte”, trata da questão de gênero através da história de Alipinho, um menino de classe média criado com delicadeza por sua mãe, em contraste com as expectativas rígidas de seu pai doente. O médico da família, empenhado em cumprir a promessa feita ao pai, manipula situações para forçar Alipinho a casar, refletindo os valores sociais da época.

O segundo conto, “O Justo”, aborda o abuso sexual dentro da família. Isaurinha, uma moça acolhida pela família, aparece grávida, desencadeando uma série de desconfianças e conflitos dentro da tradicional casa do Sr. Clementino. Em meio às suspeitas, ela aponta Jucá, filho solteiro, como o responsável, e o pai, autoritário e defensor dos valores familiares, obriga os dois a se casarem para preservar a honra da família.

O projeto “Feira tem Teatro” é realizado com o apoio da Prefeitura de Feira de Santana, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, Esporte e Lazer, e da Lei Paulo Gustavo do Ministério da Cultura do Governo Federal.

Serviço:
Espetáculo: Nelson em Jogo
Local: Teatro do Cuca
Data: 08 e 09 de Novembro
Horário: 20h00
Classificação: 16 anos
Ingressos: R$40,00 inteira e R$20,00 meia – para estudantes e professores com comprovação, Idosos e PCD’s.
Link Sympla: https://www.sympla.com.br/nelson-em-jogo__2711566
Obs: Na compra antecipada pela Sympla, o ingresso é promocional: Meia para todos.

Feira de Santana / 17 de julho de 2024 - 11H 31m

IPAC firma parceria com empresa para restauro do painel do artista Lênio Braga na Rodoviária de Feira

IPAC firma parceria com empresa para restauro do painel do artista Lênio Braga na Rodoviária de Feira
Foto: Divulgação

O painel do artista plástico Lênio Braga, instalado na Rodoviária de Feira de Santana, no interior da Bahia, será restaurado através de uma parceria entre o Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC) e a Pauma, empresa que administra a rodoviária de Feira de Santana. A obra é um patrimônio tombado pelo IPAC.

Na última sexta-feira (12), técnicos do IPAC fizeram uma vistoria no local. Por se tratar de um Patrimônio da Bahia, é necessário que o órgão acompanhe e fiscalize as intervenções para garantir a sua preservação, impedir sua descaracterização.

“Após cinco anos da última recuperação, voltamos a nossa atenção para acompanhar e fornecer todas as informações necessárias para a recuperação dessa obra”, afirmou Marcelo Lemos, diretor geral do IPAC.

O trabalho de restauro atende aos pedidos da população para a preservação do painel que representa histórias, lendas e personagens populares de Feira de Santana.

Nascido no Paraná, Lênio Braga morou na Bahia durante os anos 50 e 60. Durante o período que residiu no estado, realizou uma grande quantidade de obras utilizando diversas linguagens, como pintura, mural desenho, escultura e fotografia. O primeiro mural do artista foi para a rodoviária de Jequié e, no ano seguinte, dois outros grandes murais foram confeccionados para as rodoviárias de Feira de Santana, com a colaboração do ceramista Udo Knoff, e de Itabuna. Salvador, Vitória da Conquista e Itabuna também abrigam algumas das principais obras do artista.

Feira de Santana / 09 de julho de 2024 - 06H 37m

Histórias inusitadas e convidados especiais: conheça o Podcast de Danillo Freitas em Feira de Santana

Já imaginou um casamento narrado e transmitido pelo rádio? Ou mesmo a história de uma eleição que foi decidida com uma pergunta sobre o ovo da ema? E que tal o dia em que Feira de Santana se tornou destaque nacional por um sequestro? Essas são algumas das histórias reais da Princesa do Sertão que o jornalista Danillo Freitas destaca de modo criativo e objetivo através de seu Instagram.

Além de suas narrativas cativantes nas redes sociais, Danillo Freitas (@oDanilloFreitas) também é conhecido por sua série de podcasts envolventes com personalidades e influenciadores de Feira de Santana. Sua condução singular e carismática capta e transmite a essência e o cotidiano da cidade, conquistando não só a atenção, mas também o respeito e a simpatia dos feirenses. “Nosso objetivo é sempre trazer à tona histórias que muitas vezes passam despercebidas no dia a dia, mas que têm um valor imenso para a identidade de Feira de Santana” comenta Danillo Freitas.

Danillo, filho de um dos radialistas mais queridos de Feira de Santana, Paulo José, da Sociedade News, traz em seu trabalho a influência e o legado do pai, permeando suas entrevistas com um toque pessoal e profundamente humano. “Aprendi com meu pai, Paulo José, que o rádio é uma ferramenta poderosa para conectar as pessoas. No podcast, tento seguir esse legado, trazendo não só informação, mas também um toque pessoal em cada entrevista,” acrescenta Danillo.

Os episódios, lançados semanalmente, já receberam convidados como a empresária Daniela Lacerda, o cantor Roberto Kuelho e a apresentadora Madalena Braga, cada um trazendo suas próprias experiências e visões sobre a vida na cidade. Com uma abordagem que mistura jornalismo, entretenimento e um profundo senso de comunidade, o podcast de Danillo Freitas se tornou um verdadeiro sucesso entre os moradores de Feira de Santana, proporcionando um espaço para histórias que refletem a alma da cidade.“O sucesso do podcast mostra que as pessoas têm sede de ouvir histórias reais de Feira de Santana, que é rica em personagens e acontecimentos que merecem ser contados,”, finaliza.

Feira de Santana / 03 de julho de 2024 - 11H 29m

Exposição Disney 100 leva magia e diversão ao Boulevard Shopping de Feira de Santana

A magia e o universo encantador da Disney chegaram ao Boulevard Shopping. A exposição celebra os 100 anos do estúdio com cenários interativos inspirados nos personagens mais adorados pelos fãs, promovendo atividades e diversão para toda a família.
A atração inédita estará disponível no shopping no período de 2 a 21 de julho na Praça de Eventos. A exposição Disney100 reúne diversas atividades em espaços temáticos proporcionando que o público viva um momento especial e uma experiência imersiva.

O público poderá se divertir com um escorregador temático no formato da torre da Rapunzel, os mais aventureiros, podem aproveitar uma parede de escalada com o Homem-Aranha. Os fãs de Star Wars poderão entrar no Universo Jedi através da realidade virtual, assim como se divertir com os cenários interativos de Toy Story e da família Madrigal, do filme Encanto.

“Estamos muito felizes em receber essa atração em homenagem aos 100 anos da Disney e no ano em que celebramos os 25 anos do shopping. A exposição promove uma experiência única e familiar, com atividades exclusivas e atmosfera mágica da Disney, promovendo momentos incríveis e lembranças que vão durar para sempre”, ressalta André Serra, Gerente de Marketing do Boulevard Shopping.  A exposição Disney 100 é gratuita ao público e destinada para toda a família.  O evento estará aberto para o público a partir de 2 de julho.
Cultura / 29 de maio de 2024 - 16H 12m

‘Mulheres Malês’: espetáculo já visto por mais de 4 mil pessoas, encerra turnê com apresentação em Feira neste fim de semana

‘Mulheres Malês’: espetáculo já visto por mais de 4 mil pessoas, encerra turnê com apresentação em Feira neste fim de semana
Foto: Divulgação

Indicado ao prêmio Braskem e depois de ter realizado diversas apresentações em Salvador e região metropolitana, o espetáculo ‘Mulheres Malês’ tem agenda marcada na cidade de Feira de Santana.

A atração conta uma história real, que marcou a participação das mulheres na luta por liberdade. O público conhecerá personagens ainda desconhecidos, mas que tiveram atuação importante para a construção da história da Bahia.

A peça estará em cartaz nos 01 e 02 de Junho, no Centro de Cultura Amélio Amorim, no sábado a atração está marcada para às 19h com tradução em Libras, já no domingo o espetáculo começa às 16h. Os ingressos estão à venda no Sympla e custam R$30 (inteira) e R$15 (meia).

O projeto já passou por Jequié e encerra a turnê em Feira de Santana, através do Edital Paulo Gustavo Bahia, com apoio financeiro do Governo do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura via Lei Paulo Gustavo, direcionada pelo Ministério da Cultura, Governo Federal. Paulo Gustavo Bahia (PGBA) foi criada para a efetivação das ações emergenciais de apoio ao setor cultural, visando cumprir a Lei Complementar no 195, de 8 de julho de 2022.

Cultura / 26 de janeiro de 2024 - 17H 51m

Carlinhos Brown comandará ‘Sarau Kids’ em shopping de Feira de Santana

Carlinhos Brown comandará ‘Sarau Kids’ em shopping de Feira de Santana
Foto: Reprodução

O Boulevard Shopping receberá, pela primeira vez, a edição do ‘Sarau Kids’, baile infantil comandando pelo ‘cacique’ Carlinhos Brown. A festa acontece no dia 24 de fevereiro, a partir das 16h, no Estacionamento E1, com uma estrutura toda pensada para que a criançada e suas famílias se sintam na folia.

Após 10 anos da sua última apresentação em Feira de Santana, Brown promete matar a saudade dos fãs que terão a oportunidade de criar boas memórias com a criançada, em uma experiência inédita na cidade.

No evento, Brown apresenta um espetáculo cênico-musical repleto de fantasia e diversão, voltado para o público infantil e ainda recebe convidados especiais, dividindo o palco com a dupla Paxuá e Paramim, personagens indígenas criados pelo próprio artista para sensibilizar o público sobre a necessidade de preservar o meio ambiente.

A programação inclui, ainda, bandas de marchinha e recreação com monitores, além de brinquedos infláveis, para garantir o lazer e bem-estar de toda a família.

“O nosso objetivo é realizar mais um evento idealizado para toda a família, promovendo o clima de festa com muita música, proporcionando uma experiência inédita e superexclusiva”, afirma André Serra, Gerente de Marketing do Boulevard Shopping.

Os ingressos podem ser adquiridos através do link (https://vendas.ticketmaker.com.br/?ct=2998&cl=436). A partir do dia 30/01 vendas físicas no balcão do shopping em frente a Schutz. Crianças até 02 anos não pagam ingresso.

Feira de Santana / 13 de janeiro de 2024 - 07H 09m

Férias escolares: Shopping de Feira de Santana promove diversão para toda a família 

Neste verão, o Boulevard Shopping preparou uma programação com muita diversão e entretenimento para toda a família. A partir de 9 de janeiro, a Praça de Eventos do centro de compras vai receber um cenário infantil exclusivo e inédito, com espaços para jogos e brincadeiras.

A atração PLAY FUN tem como protagonistas os personagens Peppa Pig, My Little Pony e Transformers. Cada espaço oferece atividades lúdicas diferentes, para diversas faixas etárias. Tobogã, escorregador, oficina de pulseiras da amizade, cama de gato, trampolim, muro de escalada, entre outros jogos, fazem o cenário ser incrível para as crianças, estimulando os sentidos dos clientes mirins, em um ambiente completamente instagramável.

O espaço vai seguir o horário de funcionamento do shopping, de segunda a sábado das 9h às 22h e aos domingos, das 12h às 21h, e ficará disponível até o dia 25 de fevereiro. Os ingressos custam a partir de R$ 40 e estarão disponíveis para compra no local. Não será permitido o acesso de crianças desacompanhadas de um responsável. Os acompanhantes de crianças menores de 4 anos terão direito a entrada gratuita na atração.

 “No Boulevard, a diversão das férias escolares é garantida! Queremos que as crianças se divirtam em um espaço inédito e super criativo. O nosso objetivo é fortalecer laços e criar memórias inesquecíveis para toda a família”, afirma André Serra, Gerente de Marketing do Boulevard Shopping.

Feira de Santana / 14 de novembro de 2023 - 08H 00m

Espetáculo “Theatro da Independência” será apresentado gratuitamente em Feira de Santana

Dar vida e vozes aos personagens da História da Independência do Brasil na Bahia, este é um dos objetivos do Espetáculo “O Theatro da Independência – Se as personagens falassem” que de forma bem-humorada apresenta a visão de alguns protagonistas da independência, como o Corneteiro Lopes, Tambor Soledade, Maria Quitéria e Maria Filipa. A apresentação acontece no Centro de Cultura Amélio Amorim, neste sábado (18) a partir das 19h e aberto ao público.

A peça escrita por Adriano Pereira e Chico Nascimento (Tata Mangolegi), foi preparada especialmente para as comemorações do Bicentenário da Independência na Bahia. Montada em tempo recorde, teve sua estreia em Valença, na Praça da República, em julho deste ano, assistida e recepcionada sob aplausos e bons comentários do público. Após, foi selecionada no Edital Diálogos Artísticos – Bicentenário da Independência da Bahia, da FUNCEB- Secretaria de Cultura, e apresentou-se em Outubro, dentro da programação do Festival da Ostra, na comunidade quilombola do Kaonge, em Cachoeira – Bahia.

Ator e coautor do projeto, Adriano Pereira explica que a escolha de apresentar no Quilombo do Kaonge, em Cachoeira e em Feira de Santana foi estratégica: “Como estamos revisitando personagens pouco conhecidos, queríamos colocá-los em contato próximo com o público da localidade onde eles viveram e percebermos como os conhecem e quais as percepções que têm deles. Em Cachoeira, tínhamos a figura do tambor Soledade. Em Feira, temos a Maria Quitéria. Uma mulher que desafiou o machismo e tornou-se uma reconhecida heroína. O objetivo é compreender qual a percepção que as pessoas têm dela na sua cidade de origem.”

A peça destaca a participação feminina e coloca como protagonista a recém reconhecida heroína negra, Maria Felipa, enfrentando o machismo existente e a tentativa de anular a existência da vida da personagem que lutou bravamente no Território da Ilha de Itaparica. Após o espetáculo, o público participa de um bate papo com elenco e direção, trocando impressões sobre o espetáculo e sua visão das personagens. O elenco é composto pelos atores Adriano Pereira, Everton Bacélla, e Matheus Zumborí e pela atriz Flávia Fonseca. Na produção local, o mobilizador cultural feirense, Lucas Santana.

Às 15 horas, também no Centro de Cultura, acontece ainda uma espécie de ensaio e bate-papo aberto à estudantes do curso técnico de teatro do Colégio Estadual Luís Eduardo Magalhães. Aberto também aos trabalhadores da cultura e interessados em trocar experiências sobre produção cultural no interior da Bahia. Maiores informações e contatos podem ser feitos pelo instagram do espetáculo @otheatrodaindependencia Contemplado pelo Edital Diálogos Artísticos – Bicentenário da Independência da Bahia, da FUNCEB- Secretaria de Cultura, o projeto tem apoio financeiro da Fundação Cultural do Estado da Bahia, unidade vinculada à Secretaria de Cultura (Funceb/SecultBa).

Feira de Santana / 13 de novembro de 2023 - 07H 41m

FestCine Feira de Santana anuncia seleção de documentários para Mostra Competitiva

Com mais de 250 documentários inscritos de todo o país, o Festival Nacional de Cinema – FestCine – edição Feira de Santana, divulgou a lista dos selecionados para a Mostra Competitiva. Sob curadoria de César Maurício Alberto, 27 produções foram escolhidas para concorrer aos prêmios destinados aos primeiros colocados. A listagem completa está disponível no site www.festcine.com.br.

César Maurício, com vasta experiência na área do documentário, expressou surpresa pela qualidade e quantidade considerável de filmes que exploram novas formas de linguagem. “Alguns documentários adotam abordagens pessoais, enquanto outros são construídos a partir de pesquisa de acervos e arquivos”. Ele observou também documentários protagonizados pelos próprios sujeitos, evidenciando claramente o lugar de fala dos envolvidos. Sobre os filmes feirenses, destacou o olhar sensível para os personagens da cidade, algo que considera fundamental para a construção da memória e identidade local.

Para o realizador e idealizador do FestCine, Bruno Benetti, ver o FestCine ganhar vida em Feira de Santana é um privilégio. “Eu e minha equipe estamos honrados de conhecer as produções cinematográficas locais e empolgados com a possibilidade de realização do Festival em outro estado, uma vez que as edições anteriores aconteceram na cidade de Poços de Caldas, em Minas Gerais”, comemora.

Os 27 filmes documentários selecionados serão exibidos em sessões de cinema abertas ao público, como parte da programação do Balaio de Feira – edição especial da Mostra da Diversidade Cultural, promovida pelo Favela é Isso Aí, de 16 a 19 de novembro, no MAC. As iniciativas fazem parte do programa Forma e Transforma, da Fundação ArcelorMittal.

Durante a exibição dos filmes, um júri composto por personalidades do cenário cultural de Feira de Santana e da Bahia, Cely Rodrigues, Madalena Braga, Emanoel Freitas e João França, vai selecionar os documentários que serão premiados.  Estão previstas cinco sessões de cinema, cada uma com uma média de cinco filmes, culminando em uma cerimônia de premiação e exibição especial dos filmes premiados.

A edição FestCine 2023 selecionou exclusivamente documentários em três categorias: “Balaio de Feira”, destinada a produções de diretores residentes em Feira de Santana ou que retratem a identidade feirense, suas manifestações, história e diversidade cultural; “Cinema Negro” para Melhor Documentário com Temática Negra, que aborda questões relacionadas à cultura negra ou é produzido/dirigido por profissionais negros e “Diversidade Cultural” para Melhor Documentário Nacional produzido em qualquer parte do território nacional, com temática livre.

O FestCine Feira de Santana concederá prêmios em dinheiro, totalizando R$ 10.500,00, distribuídos nas três categorias mencionadas. Além disso, serão atribuídos troféus exclusivos do Festival, confeccionados pela Cristais Cá d’Oro, nas categorias de Melhor Direção, Melhor Roteiro e Melhor Fotografia. Outras premiações poderão ser anunciadas durante o evento, a critério da organização.

Balaio de Feira

O Balaio de Feira conta com uma extensa programação gratuita, que inclui oficinas na área de cinema, encontros com educadores com temas ligados ao patrimônio cultural, Feira dos Afroempreendedores Moviafro, além de show com a cantora Maryzelia e grupos e bandas locais.

A Mostra da Diversidade Cultural e o FestCine são patrocinados pela Belgo Arames, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Contam com a produção do Instituto Benetti e do Favela é Isso Aí, gestão da Lavanda Cultural, apoio da Fundação ArcelorMittal, da Prefeitura de Feira de Santana e da Fundação Cultural Municipal Egberto Costa e realização do Governo Federal.

Conheça os curadores e jurados da Edição em Feira de Santana

Curador

César Maurício Alberto é graduado em Cinema de Animação (Escola de Belas Artes, UFMG, 1992). Cursou Master em Cinema Documentário (Escuela de Cine de Barcelona, 2012). É Doutor em Arte Contemporânea (Universidade de Coimbra, Portugal, 2021). Sócio-diretor da Habitus Consultoria e Pesquisa Ltda. Diretor e coordenador artístico da ONG Favela é Isso Aí. Compositor, letrista e cantor. Autor de mais de 50 curtas, entre documentários e animação. Curador do festival Imagens da Cultura Popular e da Mostra da Diversidade Cultural do Favela é Isso Aí, além do Festival Bang Awards, Torres Vedras, Portugal.

Jurados 

Cely Rodrigues é atriz, graduada em Filosofia pela UEFS, gestora cultural, iluminadora, mulher negra com trabalhos no teatro, seja atuando ou dirigindo e entusiasta da cultura feirense.

Madalena Braga é jornalista, repórter da Tv Subaé (Afliada Rede Globo) há 30 anos, figura altamente respeitada e querida pela sociedade feirense.

Emanoel Freitas é jornalista, ativista cultural, fotógrafo, advogado, diretor do site Viva Feira exclusivamente dedicado à divulgação da cultura local e preservação da história da cidade. É também presidente da academia feirense de letras.

João França é jornalista, professor de radiojornalismo e jornalismo comunitário na Faculdade Anísio Teixeira (FAT), mestrando em Comunicação pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia. Possui experiência em roteirização e apresentação de podcast. Foi produtor da TV Subaé e atualmente é produtor e apresentador do programa Altos Papos da rádio Princesa FM.

Serviço:

Lista dos documentários selecionados e programação das sessões – www.festcine.com.br

Balaio de Feira, Mostra da Diversidade Cultural e FestCine

Dias: 16, 17, 18 e 19 de novembro

No MAC – Museu de Arte Contemporânea Raimundo de Oliveira (Rua Prof. Geminiano Costa, 255 – Centro)

Feira de Santana / 08 de novembro de 2023 - 16H 46m

Papai Noel chegará a bordo de um balão nesta sexta em Shopping de Feira

A época mais mágica do ano já chegou no Boulevard Shopping, que celebra em grande estilo mais um Natal Encantado. Na sexta-feira (10), a partir das 17h, o empreendimento recebe o Papai Noel e inaugura a sua grande decoração com tons clássicos do vermelho e dourado, que permanece até o dia 2 de janeiro de 2024, além do trenzinho encantado.

Na ocasião, o Papai Noel vai desembarcar no Estacionamento E3 a bordo de um balão. Um grande e colorido balão será o transporte oficial do Papai Noel neste ano e promete mexer com a imaginação de crianças e adultos. Logo em seguida, o Papai Noel será acompanhado por um grupo musical e personagens mágicos, promovendo uma parada natalina no shopping até a sua chegada no trono, onde fará a inauguração da decoração e trenzinho na Praça de Eventos.

A criançada poderá passear de trenzinho, admirar os brilhos cintilantes do Natal e viver uma viagem encantadora pelo mundo mágico do Noel.

Além disso, toda a família vai poder aproveitar e se encantar com a grandiosa decoração de Natal, que vem repleta de novidades e toda inspiradas nas cores clássicas que contemplam os temas natalinos. Elementos em tons de vermelho e dourado transformam a atmosfera do Shopping e trazem o tradicional clima festivo, alegria e renovação desta época, com um castelo com luzes douradas, e uma espaço com mais de 7.000 bolas de Natal e 8.000 metros pisca-pisca.

O gerente de marketing do Boulevard Shopping, André Serra, destaca que o Natal Boulevard 2023 carrega um significado especial, pois reforça o espírito de festa, confraternização e experiências únicas que o empreendimento vem proporcionando aos clientes durante todo o ano.

“Esta é uma época do ano mágica. Estamos trazendo um mix de atrações para marcar e principalmente encantar crianças e adultos. Tudo foi pensado para que o nosso público possa aproveitar a melhor experiência e marcar a memória de todos, na data mais especial do ano”, completa.

Cultura / 03 de novembro de 2023 - 10H 11m

Livro sobre motoclube será lançado em Feira de Santana neste sábado

Livro sobre motoclube será lançado em Feira de Santana neste sábado
Foto: Divulgação

A Matilha. Este é o título do livro que será lançado pelo escritor feirense Carlos Henrique Kruschewsky, neste sábado (04), no Taberna Beer Pub, no Shopping Garden Artêmia, às 18h. A obra traz a paixão pelo motociclismo e moto clube como pano de fundo e, no entrelaçar da vida de sete amigos, explora temas cruciais da existência humana: perda, segredos mantidos, o impacto das escolhas individuais na vida de muitos, traumas e ressentimentos.

Se imagine sobre duas rodas, em plena juventude, experimentando a adrenalina da pista e do vento no rosto. Acrescente a isso um grupo de amigos, a sua melhor playlist e um percurso de 1500 km, de Feira de Santana a Minas Gerais. É nessa aventura que Bento, Lucas, Gabriela, Ricardo, Simas, Walter e Roger querem te levar. Mas prepare-se para ela como você deve se preparar para a vida, disposto às dores e às delícias que ela propõe.

“A Matilha é profundamente pessoal. Uma espécie de analogia com o que denomino ‘exílio’. Representa o ano mais sombrio da minha vida e a minha conexão com alguns dos sentimentos mais inerentes à alma humana. É o que conecta minha história às dos personagens e, de diversas maneiras possíveis, às dos leitores”, afirma Kruschewsky.

Na essência, a narrativa gira em torno do grupo de amigos que fundam o moto clube chamado “A Matilha”. Com o passar do tempo e as reviravoltas da vida, eles se dispersam e quase uma década depois se veem obrigados a se reunirem novamente para uma jornada inadiável em direção a Lucas, o único que se mudou da Bahia para outro estado.

O enredo é permeado pela atmosfera do Rock n’ Roll, sobretudo o suntuoso Hard Rock da década de 80, proporcionando a trilha sonora perfeita para essa jornada emocional.

O livro, físico e e-book, também está disponível na Amazon (https://www.amazon.com.br/dp/6581306096?ref=myi_title_dp) e no site da editora Palavra e Verso (https://palavraeverso.lojaintegrada.com.br/a-matilha-carlos-h-kruschewsky). A versão para Kindle tem suporte para leitura assistiva na Alexa, como recurso de acessibilidade.

Feira de Santana / 28 de outubro de 2023 - 20H 24m

Espetáculo ‘Chico Buarque – Um Novo Olhar’ chega a Feira de Santana em novembro

Chega a Feira de Santana, no próximo dia 16 de novembro, às 20h, o espetáculo Chico Buarque — Um Outro Olhar, releitura mais pop e teatralizada da obra do cantor e compositor. Após nova passagem por Salvador no dia 15, a apresentação será realizada no Centro de Cultura Amélio Amorim, localizado na avenida Presidente Dutra. Os ingressos, à venda na plataforma Sympla, custam 70 reais (meia-entrada) e 140 reais (inteira).

Chico Buarque — Um Outro Olhar é estrelado pelo NU’ZS Duo, dueto composto da atriz e cantora mineira Marcê Porena e do arranjador e guitarrista paulista Max Silva. No show cênico-musical, ela interpreta o repertório, enquanto ele faz intervenções teatrais a seu lado. Segundo Marcê, como sugere o próprio nome do espetáculo, “a decisão de criar um Chico mais pop e, ao mesmo tempo, teatral tem como objetivo conectar a obra do artista a um público que talvez não esteja tão familiarizado com suas canções”.

Responsável pela direção musical, Max optou por gravar os sons de todos os instrumentos que compõem a apresentação, desde bateria até sintetizadores — o que dispensa a necessidade de haver uma banda ao vivo e lhe dá um caráter mais intimista. “A obra de Chico é necessária, vital e, como disse Ruy Guerra [cineasta moçambicano], sem ela, o Brasil seria mais pobre”, ressalta Max. “Além disso, quando interpretada com uma nova roupagem e atualizada sob outro olhar, estabelece um elo com a atemporalidade.”

Repertório vasto — Dividido em dois atos — um, mais pop, e o outro, mais intimista —, o espetáculo possui repertório vasto, com clássicos como “Tatuagem”, do álbum “Calabar”; “Sem Açúcar”, do aclamado disco ao vivo “Chico e Bethânia”; “Sob Medida” e “Olhos nos Olhos”, com um tom de rock dado por riffs de guitarra e sintetizadores; e “O Meu Amor”, o mais pop dos regravados pela dupla.

Na apresentação, que já passou por diversas cidades no país, há espaço ainda para mais de 20 músicas com novas roupagens, entre as quais se destaca “Geni E O Zepelim”, lançada na última sexta-feira (13). Na releitura da canção, transportada para uma paisagem urbana e tecnológica, Geni é uma das quatro personagens apresentadas e a única que não possui voz própria dentro do enredo.

Ela é marginalizada pela sociedade num jogo que também tem como participantes o narrador, o comandante e a cidade. As nuances entre as personagens se sobressaem na interpretação singular de Marcê Porena, e os arranjos criam uma atmosfera densa com o auxílio de elementos eletrônicos, guitarras e variações de compassos.

Cultura / 23 de outubro de 2023 - 15H 41m

Espetáculo ‘A Cidade da Rua Direita’ traz encanto e reflexão sobre a história de Feira

Um mergulho no passado, transportando o público para a década de 1930 na movimentada cidade de Feira de Santana, é o que oferece ‘A Cidade da Rua Direita’. O espetáculo, produzido pelo Grupo Cordel, traz uma oportunidade do público reviver a história e a cultura da Princesa do Sertão, enquanto se diverte e reflete sobre temas relevantes da atualidade.

“A Cidade da Rua Direita” faz parte da programação do Feira Tem Teatro e estará em cartaz nos dias 27 e 28 de outubro, às 20h, no teatro do CUCA. Os ingressos já estão disponíveis pela Sympla e também podem ser adquiridos nos dias da apresentação na bilheteria do teatro.

SINOPSE

“A Cidade da Rua Direita” é um espetáculo que transcende o tempo e o espaço, levando o público a uma jornada envolvente por Feira de Santana nos anos 1930. Nessa narrativa, um homem misterioso chega à cidade, desencadeando uma busca por sua herança. À medida que a trama se desenrola, histórias reais e fictícias se entrelaçam, com a participação de personagens históricos e figuras populares da época.

Música, comédia e drama se unem para criar uma experiência teatral única, culminando em um desfecho surpreendente. O espetáculo consegue abordar questões como a falta de memória cultural, a ganância e o abuso de autoridade, tudo isso de uma maneira divertida e cativante.

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