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(103) registro(s) encontrado(s) para a busca: POR RAFAEL VELAMERafael Velame, Danillo Freitas e Feira Pod lançam cobertura das Eleições Municipais 2024
Em uma parceria inédita, os jornalistas Rafael Velame, Danillo Freitas e o Feira Pod uniram forças para realizar um projeto inovador de cobertura das eleições municipais de 2024 em cidades do Portal do Sertão, na região de Feira de Santana. Este projeto promete ser um marco no jornalismo local, oferecendo uma visão ampla e aprofundada dos candidatos e suas propostas.
O projeto inclui a realização de debates entre os candidatos a prefeito, bem como entrevistas exclusivas. Esse formato permitirá aos eleitores conhecerem melhor as propostas e personalidades dos postulantes, promovendo uma escolha mais informada e consciente no dia da eleição.
Todas as atividades serão transmitidas ao vivo no YouTube, pelos canais Velame Para Quem Merece e Feira Pod, garantindo acesso fácil e gratuito a todos os interessados. A cobertura digital também será feita através do site blogdovelame.com e das páginas no Instagram do @blogdovelame, @feirapod e @odanillofreitas visando alcançar um público amplo, utilizando a tecnologia para aproximar a política da população.
O primeiro debate já tem data marcada e promete ser um evento de grande relevância. Ele ocorrerá no dia 16 de agosto às 20h e reunirá os candidatos à prefeitura de Feira de Santana. Esta será uma oportunidade única para os eleitores ouvirem diretamente dos candidatos sobre suas propostas e visões para o futuro da cidade. Santo Estevão, Santa Bárbara, Anguera, São Gonçalo dos Campos, Amelia Rodrigues, Tanquinho, Serra Preta e Conceição da Feira também serão contempladas.
Rafael Velame, conhecido por seu jornalismo crítico e investigativo, destaca a importância dessa iniciativa: “Nosso objetivo é proporcionar um espaço onde os candidatos possam expor suas ideias de forma clara e direta, permitindo que o eleitor de cidades onde existe um deserto de notícias faça uma escolha consciente.”
Danillo Freitas, um dos jornalistas mais promissores da região, acrescenta: “Queremos trazer a política para mais perto das pessoas, desmistificando o processo eleitoral e incentivando a participação ativa da comunidade.”
Com o apoio do Feira Pod, uma plataforma de podcasts que vem ganhando destaque pela qualidade de seus conteúdos, a cobertura das eleições de 2024 promete ser dinâmica, informativa e acessível, atendendo às expectativas de uma audiência cada vez mais exigente e conectada.
Esta parceria inovadora representa um passo importante para a democratização da informação e o fortalecimento da cidadania na região do Portal do Sertão. Fique atento aos canais Velame Para Quem Merece e Feira Pod para não perder nenhum detalhe desta cobertura histórica.
VPQM: ’O camelô não consegue sentar com o prefeito para conversar, mas o empresário consegue’, critica Rafael Velame
Apesar de o Shopping Popular ter se erguido, ao menos na teoria, como um espaço de promoção de renda e dignidade aos camelôs de Feira de Santana, o que se vê na prática é um verdadeiro descaso, em uma guerra de braços em que o setor empresarial costuma sair em vantagem.
Esta foi uma das críticas do jornalista Rafael Velame, durante o programa Velame Para Quem Merece, na edição desta quarta-feira (14). Segundo ele, a ideia de realocar os camelôs em um espaço digno é viável, mas não da forma como foi feita pela Prefeitura, sem a construção de um profundo diálogo.
“Tem o Shopping Popular, que veio para salvar o camelô de Feira de Santana, dizendo que (eles) iriam sair do sol, da chuva, dos perigos da rua, e ganhar, inteiramente grátis, uma loja em um shopping, e muita gente acreditou. Eu sou um defensor do shopping, ele até vai der certo um dia, mas a forma como estão tratando o camelô para que ele vá para lá e viabilize um negócio que, hoje, é melhor só para quem é o dono está totalmente errada. Acho que o camelô merece ter uma loja merece? Claro. Mas ele merece que toda a estrutura do shopping seja para que ele ganhe dinheiro lá, e não foi feito isso”, observou.
Diante desta ausência de diálogo com o Poder Público, a categoria precisa, cotidianamente, clamar pela imprensa e/ou realizar protestos, para que sejam ouvidos: “Os camelôs foram obrigado a ir. Não tinha uma segunda opção. Ou você vai ou você deixa de existir. Óbvio que todo mundo ia assinar e aceitar, e quem ficou está sendo vítima do ‘rapa’. Veio o shopping e não resolveu o problema. As pessoas que estão lá todos os dias procuram a imprensa, são coagidas, pagam taxas altas… O camelô não consegue sentar com o prefeito para conversar, mas o empresário consegue. Ele tem que fazer 10 protestos, fechar ruas, para poder ser ouvido”, concluiu o jornalista.
Blog do Velame celebra 15 anos de jornalismo online em Feira de Santana
No cenário dinâmico do jornalismo local, poucos veículos conseguem manter sua relevância ao longo dos anos, e o Blog do Velame, em Feira de Santana, é um desses exemplos raros. Este ano marca o décimo quinto aniversário do blog, uma jornada que não apenas testemunhou a evolução do jornalismo online, mas também desempenhou um papel crucial na exposição de casos de corrupção no âmbito municipal.
Desde a sua criação em 2008, o Blog do Velame tem se destacado como uma voz destemida e independente na cidade. Sob a liderança do jornalista Rafael Velame, o blog conseguiu estabelecer uma confiança sólida como uma fonte confiável de informações locais.
Um dos aspectos mais notáveis do Blog do Velame é o seu compromisso inabalável com a transparência e a verdade. Ao longo dos anos, uma equipe do blog se dedica a investigar e revelar casos de corrupção que afetam diretamente a comunidade feirense. Sua coragem em expor práticas questionáveis e sua habilidade em apresentar fatos de maneira clara e objetiva conquistaram a confiança dos leitores.
O Blog do Velame não é apenas uma testemunha passiva dos acontecimentos; é um agente de mudança na esfera local. Suas reportagens investigativas tiveram um impacto significativo nas políticas municipais, incentivando a prestação de contas e promovendo ações para corrigir as irregularidades identificadas. O blog se tornou uma ferramenta vital para os cidadãos preocupados em entender e participar ativamente na governança local.
Ao longo dos anos, o Blog do Velame não apenas abraçou as mudanças tecnológicas, mas também liderou inovações no jornalismo online local. Sob a visão de Rafael Velame, a equipe editorial está constantemente atualizando o site para garantir uma experiência de leitura envolvente e acessível, mantendo a qualidade jornalística que se tornou sua marca registrada.
Em comemoração ao décimo quinto aniversário, o Blog do Velame, liderado por Rafael Velame, expressa profunda gratidão aos leitores e à comunidade feirense. Uma jornada não teria sido possível sem o apoio contínuo àqueles que reforçam a importância do jornalismo local independente.
Nos próximos 15 anos continuaremos a ser uma força motriz no cenário jornalístico de Feira de Santana, destacando a importância do jornalismo ético e investigativo na construção de uma sociedade mais justa e informada. Que esta comemoração de 15 anos seja apenas o começo de uma longa e frutífera jornada em prol da verdade, da integridade e do serviço à comunidade.
Rafael Portugal apresenta espetáculo ‘Eu comigo mesmo’ em Feira de Santana
Chega em Feira de Santana o espetáculo inédito ‘Eu comigo mesmo’, com Rafael Portugal, ator da “Culpa é do Cabral” no Comedy Central, Porta dos Fundos e ex-apresentador do quadro de humor do Big Brother Brasil, CAT BBB. O evento de stand-up já tem data marcada, dia 19 de agosto, no Ária Hall, localizado na Av. Pres. Dutra, 1226, às 20h.
Rafael conta algumas das histórias mais hilárias de sua vida, como aquela em que decidiu se alistar no exército sem ter a menor ideia do que o esperava. Também compartilha lembranças de sua adolescência, quando costumava passar os dias na casa de praia. O show promete entreter, contagiar e fazer o público se divertir.
As entradas estão à venda, custando entre R$ 50 e R$ 120, em dois setores disponíveis (Plateia e Camarote). Os ingressos podem ser adquiridos no site: www.ingressodigital.com.
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Por cobertura especial da Micareta, Blog do Velame concorre ao Troféu Oscar Folia 2023
No retorno da Micareta de Feira, após três anos, o Blog do Velame contou com uma ampla cobertura, registrando os melhores momentos do Circuito Maneca Ferreira. O trabalho rendeu a indicação ao Troféu Oscar Folia 2023 como a “melhor divulgação em site/blog”.
Quatro profissionais estiveram à frente da cobertura, que durou seis dias. A largada foi dada com o tradicional Bloco Zero Hora, no dia 19 de abril, encerrando no dia 24, com o inédito Arrastão de Thiago Aquino.
Durante o período foram publicados, em média, 40 stories por dia, sendo ainda 75 matérias nas redes sociais e cerca de uma centena no site, entre entrevistas exclusivas com o governador Jerônimo Rodrigues (PT), o vice-governador Geraldo Júnior (MDB) e o prefeito Colbert Martins (MDB), além de secretários, deputados, vereadores e, claro, as grandes atrações da festa.
Os números atestam o sucesso da cobertura da Micareta 2023. Durante a semana, o Blog registrou um aumento de 169% em contas alcançadas, 70,4% em contas com engajamento e mais de dois mil novos leitores.
A cobertura do Blog do Velame recebeu o reconhecimento dos artistas, como: Solange Almeida, Pablo, Psirico e Thiago Aquino. Em entrevista, o secretário de Cultura do Município, Jairo Filho, também fez questão de parabenizar o trabalho jornalístico realizado.
Os profissionais do veículo se dividiram em pontos estratégicos do Circuito, entre o Pranchão, o trio, os camarotes e os palcos alternativos. Tudo isso para não perder nenhum furo de reportagem.
Fechando com chave de ouro, o canal de notícias (que é sinônimo de referência com o seu jornalismo independente na Princesa do Sertão) realizou uma live especial do inédito Arrastão com Thiago Aquino, direto do trio elétrico, com mais de uma hora de duração.
Para 2024, a expectativa é de ampliar a estrutura, realizando uma cobertura ainda mais completa. Fundador do Blog, Rafael Velame recebeu os números e a indicação com muito entusiasmo.
“Resolvemos apostar na cobertura da Micareta por entender que é a principal festa da cidade e precisa ser valorizada. Ano que vem pretendemos aprimorar a cobertura e conseguir mostrar ainda mais a grande festa que o feirense faz”, destacou o jornalista.
Velame anuncia cobertura especial no dia da eleição
No próximo domingo, 2 de outubro, o Brasil se torna palco da maior manifestação democrática: o processo eleitoral. O Blog do Velame e o programa Velame Para Quem Merece (VPQM) irão realizar uma grande cobertura jornalística das eleições, com foco em Feira de Santana.
Direto do estúdio do Hub Feira, onde o VPQM é apresentado semanalmente, uma equipe formada pelo jornalista Rafael Velame e mais sete profissionais irão informar em tempo real tudo sobre as eleições.
“Ao longo do dia estaremos com repórteres nas ruas da cidade cobrindo os acontecimentos durante a votação e após o encerramento das seções eleitorais, durante a apuração, vamos receber políticos, eleitos, não eleitos e autoridades da cidade no nosso estúdio para repercutir o resultado das urnas”, destacou Velame.
No estúdio, a partir das 15h30, Velame vai receber ainda, o jornalista e comentarista político Glauco Wanderley para análises sobre números apurados, composição partidária no Congresso Nacional e cenários políticos.
O diretor técnico do VPQM, Rodrigo Ruiz, falou sobre a logística operacional na transmissão.
“Serão 4 câmeras no estúdio com participações ao vivo de políticos convidados e repórteres através do google meet”, explicou.
A interatividade também vai marcar a transmissão. Comentários e participação dos internautas serão lidos durante toda live, quem comentar vai concorrer a um par de ingressos para o show de Pitty e Nando Reis, que vai acontecer no Aria no dia 11 de novembro. Para assistir, basta acessar o canal Velame Pra Quem Merece no YouTube.
O Blog do Velame voltou
O Blog do Velame, fundado há 14 anos, marcou época no jornalismo feirense com a era digital. Uma mídia corajosa, que nunca se intimidou com os velhos costumes da política local, que foca em tentar desconstruir isso e que desde sempre, quis escrever sua história sustentada sob a base da informação independente.
Denúncias de corrupção, desvio de verbas e fraudes foram publicadas com exclusividade ao longo desses anos. Todo esse trabalho investigativo fez com que o veículo se tornasse referência para o feirense, sites de notícias e jornais de todo estado da Bahia que, constantemente, reproduziam nosso conteúdo.
Em agosto de 2021, anunciamos uma pausa, o fim do Blog no tradicional endereço .com.br. Nesse tempo continuamos informando você através do Instagram e nasceu o programa Velame Programa Para Quem Merece, que vai ao ar toda quarta-feira 19h no Youtube.
Agora, após quase 1 ano fora do ar, voltamos com o forte e igual intuito de se manter um veículo independente e a melhor fonte de informação para os feirenses. Com nova equipe, mais diversidade de conteúdo e com a mesma paixão pela cidade e pela comunicação com seus cidadãos.
Vamos continuar contagiando cada vez mais pessoas com o jornalismo independente, para que através da informação com qualidade você possa ter as suas próprias conclusões para decidir sobre o que quiser que seja.
Conto com vocês!
Rafael Velame
Blog do Velame escolhe destaques de 2020 em Feira de Santana
Em 2014, o Blog do Velame divulgou uma lista dos 10 + influentes da internet de Feira (clique AQUI e veja). A lista foi produzida com base em uma pesquisa realizada pela empresa de tecnologia Tacitus Web. Em 2019, o Blog do Velame divulgou uma lista, formada por pessoas que se destacaram em suas respectivas áreas, baseada na opinião da equipe de curadoria do Blog formada por Rafael Velame, Dandara Barreto, Elsimar Pondé e João Guilherme Dias (clique AQUI e veja). Agora em 2020 essa mesma fórmula se repete e a lista com os seis nomes você conhece abaixo:
Na área da saúde, destaque para o médico Francisco Mota, diretor do Hospital de Campanha de Feira de Santana. Ele tem se destacado nas entrevistas pelo trato didático e disponibilidade com a imprensa quando o assunto é covid-19. O médico exerce papel importante na conscientização das pessoas sobre a importância das medidas preventivas anti covid, ao compartilhar relatos de sua experiência prática no combate à pandemia. (foto 1)
No jornalismo, close em um jovem talento do cenário feirense. A estudante de jornalismo, Bruna Evangelho, alçada à repórter titular da TV Subaé. Com o afastamento de profissionais renomados do trabalho, por conta da pandemia, Bruna foi às ruas e deu conta do recado. Tem mostrado desenvoltura nas participações ao vivo com nomes consagrados, a exemplo de Jéssica Senra. Bruna ainda integra a equipe da Notre Comunicação, renomada agência de ideias da cidade. (foto 2)
Na área da música, aplausos para o compositor, produtor e DJ feirense Lerry. Um dos mais criativos e articulados artistas da atualidade. Mesmo neste período de pandemia com suspensão das atividades artísticas presenciais, Lerry estreitou parcerias, produziu vários trabalhos com artistas de Feira e de outras cidades, escreveu projetos, teve participação em iniciativas como ativista cultural e ainda lançou o FêraBeat Remix, um compilado da cultura musical contemporânea da nossa cidade. No Spotify, ele foi ouvido por mais de 49 mil pessoas em 54 países. (Instagram @Lerryoficial) (foto 3)
Nas redes sociais, notoriedade para Carol Rego, mulher preta, mãe de dois filhos, publicitária e empreendedora. Ela é criadora de conteúdo há 10 anos, e através do Instagram fala ao seu público sobre as nuances da maternidade solo e da importância do autocuidado para mulheres mães ou não. Faz parte também do seu posicionamento a criação antirracista e sororidade. O propósito da influencer é fazer com que as mulheres se percebam como seres humanos que merecem ser felizes, desconstruindo toda uma configuração machista e racista imposta pela sociedade. (Instagram @EuCarolRego) (foto 4)
No marketing, o publicitário feirense Xiko Melo destacou como marqueteiro vitorioso mais uma vez. Pela sexta vez consecutiva ajudou a eleger o prefeito de Feira de Santana. Ele é o responsável pelo marketing eleitoral de todas as campanhas vitoriosas de José Ronaldo, do ex-prefeito Tarcízio Pimenta e agora, da reeleição de Colbert Filho. Em 2020, Xiko também atuou em campanhas vitoriosas de Alagoinhas e Conceição do Coité. Fora da Bahia, o publicitário já atuou em campanhas de Ronaldo Caiado (Goiás) e Eunício Oliveira (Ceará). (foto 5)
Na política, Feira viu um professor, negro, da Queimadinha se destacar como o vereador mais votado da história da cidade. Jhonatas Monteiro, “O Rasta” é a esperança dos feirenses de que dias melhores virão na Câmara de Feira. Filiado ao PSOL, ele havia sido candidato a prefeito e deputado em outras duas oportunidades e nunca havia sido eleito. (foto 6)
Blog do Velame amplia equipe e inova na produção de conteúdo
Apresentar um olhar diferente sobre um determinado assunto relevante para a cidade. Este tem sido o objetivo do trabalho desenvolvido pelo veículo de notícias Blog do Velame (BV). Essa finalidade ganha ainda mais força com a chegada de jornalistas para integrar a equipe. Dandara Barreto, Elsimar Pondé e João Guilherme Dias agora também fazem parte do time que pretende enriquecer o debate sobre Feira de Santana. “Mais do que informar, tenho buscado fazer um jornalismo que se propõe a cumprir um papel social, dando visibilidade a problemas políticos e econômicos que impactam na vida das pessoas. Poder fazer isso ao lado de profissionais qualificados, que corroboram das mesmas ideias é muito gratificante e animador”, destaca Rafael Velame, fundador do Blog, que existe desde 2008. Mas essa não é a única novidade. O BV, que já produz um tipo de conteúdo chamado “Hard News” – que designa o relato objetivo de fatos e acontecimentos relevantes para a vida política, econômica e cotidiano – também terá um financiamento colaborativo. A partir de agora, os leitores poderão contribuir financeiramente através da plataforma Catarse com o veículo, que abrirá mão da publicidade tradicional. “O financiamento colaborativo já é uma realidade no Brasil e temos vários cases de sucesso. Com esta iniciativa, os veículos tornam-se ainda mais independentes e imparciais em seus trabalhos”, explica Velame. Além da possibilidade de ampliar os temas de pautas, livre de empecilhos institucionais, o financiamento também permite um contato e uma interação maiores com o público leitor, que pode sugerir pautas, indicar fontes, colaborar com fotos, áudios e uma infinidade de possibilidades. “Os leitores contribuirão não somente com os custos das produções, mas também com a criatividade editorial, algo muito importante nos dias atuais”, explica Rafael Velame. As doações podem ser feitas pela plataforma de financiamento coletivo Catarse, em diferentes categorias de valores e são acompanhadas em tempo real pelos doadores e leitores. Clique AQUI para conhecer mais do projeto e colaborar.
Sobre a Equipe
A história do jornalista Rafael Velame sempre teve a internet como cenário. Após participar da fundação do primeiro portal de notícias de Feira de Santana, o FSonline, Velame atuou em redações de jornais, nos portais Blog da Feira e Bahiagora. Em 2008 fundou o Blog do Velame e hoje também apresenta o programa Café das 6 na Rádio Globo. O projeto agora conta com a perspicácia da jornalista feirense Dandara Barreto. Formada em 2014, foi produtora na Tv Subaé, afiliada da Rede Globo e atua como produtora e apresentadora do Jornal da Manhã da rádio Jovem Pan e do programa Transnotícias, da rádio Transbrasil. O radialista e jornalista Elsimar Pondé é mais um motivo de orgulho para o projeto. Hoje apresenta os programas Jornal da Manhã (Jovem Pan) e Transnoticias (Transbrasil) e tem um vasto currículo profissional na cidade. Foi chefe da Assessoria de Comunicação da Câmara Municipal, diretor da TV Olhos D’Água da Uefs e é também um ativista cultural, produtor e apoiador de movimentos da cidade. O time fica completo com o repórter João Guilherme Dias. O feirense de corpo e alma, é estudante de jornalismo no último ano de curso, curte contar boas (e curiosas) histórias e atualmente é repórter da rádio TransBrasil.
EXCLUSIVO: Depoimentos à PF detalham como secretários de Colbert desviavam dinheiro da saúde
POR RAFAEL VELAME
O depoimento de João Carlos de Oliveira, um ex-diretor administrativo da UPA da Queimadinha, descreveu à Polícia Federal como o Secretário de Governo, Denilton Brito e o Secretário de Saúde, Marcelo Britto, desviaram mais de R$ 200 mil da saúde de Feira de Santana.
O Blog do Velame teve acesso, com exclusividade, aos depoimentos que resultaram na Operação No Service, que investiga irregularidades na contratação dos serviços de consultoria não comprovados em unidades de saúde de Feira de Santana. No dia 4 de agosto, após a operação, os secretários foram afastados por 60 dias e depois exonerados pelo prefeito Colbert Filho (MDB).
Segundo João Carlos, que trabalhou como Diretor da UPA, contratado pela empresa INSAUDE, entre 16 de maio de 2018 e 2 de fevereiro de 2020, foi Denilton Brito que lhe fez o pedido para contratar a empresa do médico Marcelo Britto, que na época não era secretário de saúde. Ele também revelou à PF que Marcelo nunca prestou qualquer serviço médico na UPA, como mostra trecho do depoimento obtido pelo blog.
“Que Denilton Pereira de Brito, Chefe de Gabinete do atual Prefeito de Feira de Santana, em visita a UPA, lhe fez um pedido, para que fosse disponibilizado na sobra do orçamento da INSAUDE a quantia de R$ 44.000,00 para pagamento de uma consultoria realizada pela GSM, empresa de Marcelo Moncorvo Brito, atual Secretário de Saúde da Feira de Santana; que respondeu ao Denilton que não poderia contratar uma empresa de consultoria já que a INSAUDE era uma empresa que também prestava serviço de consultoria; que respondeu ao Denilton que a única solução seria incluir esses R$ 44.000,00 como serviços médicos, mas desta forma precisaria fazer um aditivo no contrato, o que foi feito através do Aditivo 04620201111 datado de 01/02/2020; que o referido aditivo aumentou o valor global do contrato de R$ l1.909.004,00 para R$ l2.616.827,84; que dividiu os R$ 44.000,00 na rubrica dos diversos serviços médicos prestados na unidade; que a GSM nunca realizou consultoria na INSAUDE e Marcelo Briro nunca prestou qualquer serviço médico na UPA Queimadinha; que também os sócios da GSM os médicos Raimundo Jose Magalhães Brito Neto e Ricardo Pereira Costa nunca prestaram serviços para a UPA da Queimadinha.”
Para comprovar as declarações, João Carlos concordou em autorizar o acesso ao teor de suas conversas mantidas através do aplicativo WhatsApp. Nas conversas obtidas pela Polícia Federal e Ministério Público, fica comprovado a simulação da contratação da GSM, de propriedade de Marcelo Brito pela INSAÚDE, prestadora de serviço da Prefeitura de Feira. Nas mensagens, um erro amador por parte dos envolvidos chama atenção. Apesar de já ter realizado pagamentos a empresa GSM e de já ter até reincidido o vínculo do no período entre fevereiro e maio de 2020, a assinatura do contrato só foi efetivada em 22 de julho, como comprovam mensagens trocadas entre Marcelo e João Carlos.
Outro detalhe importante sobre o contrato é a assinatura de uma testemunha. Ivete Borges, diretora geral da UPA, começou a trabalhar na unidade apenas em 29 de julho de 2020, mas consta como testemunha do documento que é datado em 30 de maio de 2020. Segundo relatório da PF, esse fato demonstra que as assinaturas no documento foram extemporâneas afim de simular um contrato para justificar os pagamentos efetuados a empresa de Marcelo Britto.
Vale ressaltar que Prefeitura de Feira de Santana contratou a INSAÚDE através de licitação em 2018 para efetuar a gestão compartilhada da Unidade de Pronto Atendimento do Bairro Queimadinha. Nos autos, consta que antes mesmo de exercer a função de Secretário de Saúde de Feira de Santana, Marcelo Britto celebrou o contrato simulado entre a sua empresa GSM e a INSAÚDE, com o qual, segundo as investigações desviou recursos públicos municipais e federais da ordem de R$ 206.470,00.
De acordo com as investigações, conduzidas pelo Delegado da Polícia Federal Fábio de Araújo Marques, tanto nas conversas de WhatsApp cedidas à PF entre João Carlos e Marcelo Britto, quanto nas com Denilton fica evidente o papel de preponderância do Secretário de Governo, homem de confiança do prefeito Colbert, como responsável por interceder para resolver as pendências em relação aos pagamentos a serem feitos à GSM, inclusive com a celebração de aditivo contratual da Prefeitura de Feira de Santana com a INSAUDE, de modo a abarcar os valores que seriam repassados à GSM.
O relatório obtido pelo Blog do Velame é composto por 566 páginas e nele constam também declarações da secretária de saúde na época das contratações, a enfermeira Denise Mascarenhas. Ela esclareceu o funcionamento do contrato de gestão compartilhada entre o município e a INSAÚDE, mas disse não se recordar se alguma vez foi apontada irregularidade no relatório de prestação de contas da empresa em relação do contrato com a GSM. Denize não está sendo investigada nessa operação.
A Operação No Service é oriunda de uma representação formulada pelo presidente da Câmara de Vereadores de Feira de Santana, o edil Fernando Torres, em ele relatava irregularidades na contratação de empresa de propriedade do atual Secretário de Saúde para realizar consultoria em UPA do município por valores superfaturados.
CPI DA SAÚDE
Em junho, a Câmara de Vereadores de Feira divulgou o relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que também investigou denúncias de irregularidades relacionadas a Secretaria de Saúde do município. O relatório sugere indiciamento do prefeito Colbert, da ex-secretária de saúde Denise Mascarenhas, do atual secretário Marcelo Britto, da coordenadora das policlínicas Vera Galindo e do procurador do município Moura Pinho.
DELAÇÃO
O Blog do Velame apurou ainda que o ex-secretário de Governo, Denilton Brito, negocia uma delação premiada. Aposentado pelo Banco do Brasil, o ex-bancário estaria sendo convencido pelos familiares a revelar tudo que sabe para o MP e PF em troca de redução de pena, em uma provável condenação.
Antes da operação da PF, questionado sobre a atuação de Denilton na prefeitura, o prefeito Colbert disse: “O secretário Denilton é de minha extrema confiança. As críticas endereçadas a ele são a mim também. Ele tem a consciência e o conhecimento do que faz“. Resta saber se, poucos meses depois, o prefeito mantém a declaração.
Foguetinhos eleitorais 2022 (parte 2)
NÃO CAIU O PIX
Muitos candidatos de Feira de Santana a deputado estadual estão sem ter como honrar os compromissos financeiros feitos na campanha. O motivo? Levaram o “golpe do fundão”, que é quando um líder partidário atrai um pré-candidato para se filiar na legenda com promessas de recebimento de boas quantias oriundas do fundo eleitoral. Acontece que, após o início da campanha, esses líderes – muitas vezes candidatos também- monopolizam a verba e esquecem dos colegas. Deles só querem mesmo os votos para atingir o coeficiente eleitoral.
CAIU O PIX
Se para uns, o Fundão ficou na promessa, para outros já é realidade. Entre os feirenses que buscam uma vaga na Assembleia Legislativa da Bahia, Vania de Irmão Lázaro é a candidata que mais recebeu verba. Até o momento foram R$ 400 mil do Progressistas. Já o vereador Jhonatas Monteiro, recebeu R$245.337,52 do diretório do PSOL. Angelo Almeida recebeu R$ 350 mil do diretório do PSB. Carlos Geilson foi agraciado com R$ 80 mil do Solidariedade e o Pastor Tom com R$ 40 mil do mesmo partido. O pix de Pablo Roberto foi no valor de R$ 150 mil e veio do diretório do PSDB. Os vereadores Luiz da Feira com R$ 50 mil do Avante e Lulinha com R$ 126 mil do União Brasil completam o levantamento parcial feito pelo Blog do Velame.
FUJONA
A candidata a vice-governadora da chapa de João Roma (PL), Leonidia Umbelina (PMB), foi a única que não compareceu à sabatina da TV Band. A médica feirense alegou que a agenda de campanha está apertada e por isso não compareceria. Justificativa, no mínimo, incoerente já que uma sabatina em tv aberta é das poucas oportunidades que um vice tem de aparecer para o grande público. Nos bastidores, a teoria é de que a diferença de oratória e conhecimento sobre problemas da Bahia, em comparação aos outros candidatos, pesaram na decisão de não comparecer. Medo de um vexame.
SE LIGA
No dia 2 de outubro, dia da eleição, o Programa Velame Pra Quem Merece estará ao vivo a partir das 15h no Youtube acompanhando a apuração das urnas. Ancorado por Rafael Velame, o programa vai receber jornalistas e políticos convidados ao longo da programação que se estenderá até as 20h.
FUTURO PRÓXIMO
O resultado da eleição de 2022 vai refletir na escolha do sucessor de Colbert Filho na Prefeitura de Feira de Santana em 2024. Pablo Roberto, Zé Chico, Zé Neto, Carlos Geilson, Jhonatas Monteiro, Angelo Almeida e Dayane Pimentel buscam vagas na Assembleia e na Câmara Federal, mas sem deixar de pensar na eleição municipal. 2024 é logo ali.
FUTURO PRÓXIMO II
Existe também a teoria do “lado bom da derrota de Jerônimo”. Trata-se de uma corrente da oposição de Feira que enxerga Jerônimo Rodrigues como o candidato ideal para disputar a prefeitura e derrotar o grupo de Zé Ronaldo na eleição de 2024. Para isso acontecer, claro, o ex-secretário de educação teria que perder a eleição para Governador, mas obter uma boa votação em Feira. O problema maior seria convencer o eterno candidato do PT, o deputado Zé Neto, a abrir mão da disputa em prol de uma maior chance de finalmente acabar com a hegemonia de 24 anos do grupo ronaldista.
VEROSSIMILHANÇA
Deus, pátria e família. O vereador-pastor Edvaldo Lima foi bastante cumprimentado durante a passagem dele na manifestação bolsonarista de 7 de setembro, em Feira de Santana. O vereador, que já foi acusado pelo Ministério Público de empregar boa parte da família na Prefeitura de Feira e de nomear laranjas no gabinete, parece ter muito em comum com o presidente Jair Bolsonaro. Por isso, a boa recepção entre os apoiadores.
Frase da semana:
“Em política, o que não é possível é falso”. (Antonio Cánovas del Castillo)
Os marruá de Feira de Santana
Por Rafael Velame
Na novela Pantanal, o peão Zé Leôncio, interpretado por Marcos Palmeira, é considerado um bom peão por conseguir domar os “Marruá”, que são os bois bravos que vivem soltos no Pantanal.
Apesar da distância e de realidades bem distintas, em Feira de Santana, também encontramos “marruás”. São rebanhos “sem dono” vistos diariamente nas principais avenidas da cidade, que oferecem riscos aos motoristas e pedestres. Mas, diferente de Zé Leôncio, os “Zés de Feira” não demonstram competência pra domar o problema ao longos dos anos. Nas avenidas Noide Cerqueira e Doutor Silvio Matos, cerca de 15 bovinos são vistos há tempos pastando no período da noite, sem que nenhuma providência seja tomada por parte da Prefeitura. Na avenida Ayrton Senna, recentemente um motociclista morreu ao atropelar um cavalo. Na Silvio Matos, bovinos são vistos com mais frequência do que o “Véio do Rio” na novela.
Um problema que, pelo visto, só se resolverá quando os “Leôncios” resolverem comprar uma fazenda em Feira. Ou, quando – infelizmente – mais uma tragédia acontecer. Afinal, a chance qualquer um de nós sermos vítimas da falta de habilidade dos nossos governantes, que não sabem lidar nem com animais, nem com gente, é tão grande e assustadora quanto as sucuris do Pantanal.
E assim como a novela, estamos assistindo a reprise mesmo sabendo o final.
Cidades Abertas: como conseguir informação?
Você sabia que você, cidadão, pode perguntar qualquer coisa para a administração pública? Vem saber como nesse episódio! Conversamos com Yasmin Garrido, editora de justiça do Bnews, e Bruno Morassuti, advogado e conselheiro da Fiquem Sabendo, sobre como conseguir informação através da Lei de Acesso à Informação (LAI).
Apresentado e produzido por Rafael Velame e Ana Paula Gomes.
Trilha sonora do Roça Round.
Edição de Anderson Cedraz
Foguetinhos Velamados
Feiroeste
Feira de Santana é a nona cidade mais violenta do mundo. A afirmação é baseada em um estudo do Conselho Cidadão para a Segurança Pública e a Justiça Penal do México. Com taxa de 67,46 homicídios por 100 mil habitantes, a Princesa do Sertão poderia facilmente mudar de apelido para a Rainha do Crime. Além de Feira, Vitória da Conquista, na 20ª posição, e Salvador, na 28ª também figuram na lista das 50 cidades mais violentas do planeta. Essa vai pra conta do governador Rui Costa, já que zelar pela segurança pública é atribuição principalmente do Estado. Clique AQUI pra ver o estudo na íntegra.
Buraco City
Falando em Feira, mais uma vez a chuva afundou o Novo Centro. Vendido como moderno e futurístico, a propagandeada obra vira uma buraqueira só, após qualquer chuva mais forte. A Prefeitura de Feira precisa cobrar da empresa responsável um trabalho digno da quantia paga. Foram investidos mais de 60 milhões.
Deu ruim
Um deputado sabidão usou a verba indenizatória pra comprar um valorizado imóvel. Pagava como se fosse aluguel, a prestação de compra de uma casa onde funcionava o escritório político. Negociação ilegal. Passaram-se alguns anos e o caso parecia que tinha passado despercebido pelas autoridades. Mas só parecia. A PF em breve deve bater na porta do sabidão para cobrar explicações. Será que foi em Feira?
Novidade
O podcast Cidades Abertas já está no ar. Apresentado por Rafael Velame e Ana Paula Gomes, o podcast faz parte do Tramas Democráticas, um programa de intercâmbio do Goethe-Institut que busca ampliar o diálogo sobre inovações cívicas e democracia digital na América do Sul. No primeiro episódio a discussão foi sobre cidades inteligentes e dados abertos. Ouça no Spotify clicando AQUI.
Professora arrependida
E pró Day? Já está dando aula de cinismo ao tentar se reaproximar do prefeito Colbert. Indícios de que a bolsonarista arrependida estaria buscando junto a ACM Neto, apoio para se tornar a principal candidata a deputada federal do grupo em Feira de Santana. Durante a eleição municipal, Dayane Pimentel fez duros ataques ao prefeito que tentava a reeleição. Após a acachapante derrota no 1º turno, buscou abrigo no 2º turno no grupo de Zé Neto e acabou derrotada novamente. Agora, busca o perdão eleitoral para tentar salvar o mandato.
Incompetência atípica?
O bairro Jardim Brasil é invenção da construtora feirense LMarquezzo. Essa semana, após as chuvas, algumas casas do “bairro planejado” ficaram comprometidas. Para a reportagem da TV Subaé, a construtora alegou que a drenagem do condomínio afetado está funcionando normalmente, mas que a quantidade de chuva foi atípica. Diante da afirmação da LMarquezzo, sugiro que o material publicitário de venda das casas siga acompanhado do seguinte alerta: As casas que construimos só suportam até x milímetros de chuva. Assim, a empresa seria mais sincera com os compradores. Afinal, qualquer construtora que se preze sabe que chuva é um fenômeno mais do que normal.
PANDEMIA: Um ano de trapalhadas: Colbert “desdecreta” decreto
POR RAFAEL VELAME
No simbólico dia em que se completa um ano do primeiro caso confirmado de covid-19 em Feira de Santana, a população feirense acordou com duas notícias. A primeira, publicada no Diário Oficial do Município deste sábado dia 06 de março, informa que apesar da superlotação das UTIs públicas e privadas e do crescente número de casos positivos na cidade, o prefeito Colbert Filho (MDB) liberou o funcionamento do comércio e bares a partir de segunda-feira (08). O mesmo prefeito que 24h antes convocou coletiva para alertar sobre o aparecimento e gravidade de quatro cepas do novo coronavírus em Feira. A segunda notícia foi divulgada por um site local informando justamente o contrário do decreto récem publicado. O site afirmava ter conversado com o próprio Colbert que informou que anularia, ainda neste sábado (06), o decreto liberando o funcionamento do comércio e bares. Ou seja, o decreto publicado na manhã de sábado seria anulado ainda no mesmo sábado, 6 de março de 2021. Um ano depois e ainda estamos reféns da repetitiva tática “pega casaco, bota casaco, tira casaco, pega casaco, bota casaco, tira casaco”. O atrapalhado episódio só confirma o desleixo, a precipitação e a forma perigosa que Colbert e sua trupe tratam a pandemia. Agora todos esperam a terceira notícia do dia: um pronunciamento oficial do prefeito pedindo desculpas por, um ano depois, ainda não ser o prefeito que Feira merece.
Ouça episódio do Podcast Para Quem Merece sobre um ano de pandemia em Feira clicando AQUI.
Pode ver BBB?
Por Rafael Velame
Já fui criticado por assistir o Big Brother Brasil algumas vezes. Amigos, leitores, ouvintes, seguidores e haters sempre dizem a mesma coisa: até você? Sim. Até eu. Há quem diga que eu deveria ficar feliz com essas abordagens, com o insosso argumento de que essas pessoas pensam assim porque me acham um cara inteligente (será?). Para eles, BBB emburrece. Discordo. A política feirense, essa sim, é um basculho. Eles, os políticos, são capazes de nos fazer sentirmos burros. De pensar: como colocamos esses sujeitos aí? Edvaldo Lima milita mais errado que Lumena. Colbert é tão inexpressivo quanto João. Ronaldo poderia ser conka e Zé Neto não passa de um “pocah ideia”. Talvez poucos entendam a piada, afinal não é só o Nego Di que faz piada ruim. Diferente do que muitos insistem em dizer, é possível acompanhar o noticiário, ler um livro e assistir o BBB. Ou optar por não adotar nenhuma das três opções. Cada um sabe – ou deveria saber – o que é bom pra si. Sou convicto de que o bom mesmo é saber que com ou sem BBB, meu papel na sociedade é ser a voz de quem assiste, de quem não assiste e daquele que, acredite, existe, e nem televisão tem pra assistir. Qual é o seu?
PERSONAGENS DE FEIRA: O escritor feirense que descobriu o talento no WhatsApp
Por Rafael Velame
As crônicas dele deveriam ser leitura obrigatória para quem quer entender Feira de Santana de verdade. Alan de Sá, feirense formado em jornalismo, é uma promessa da literatura. Criado no Parque Lagoa Subaé, bairro pobre onde a realidade bateu na porta logo cedo, viu conhecidos morrendo por causa do tráfico. Uma realidade que moldou a sua visão de mundo. Talvez por isso, seus textos sejam marcados por excessos – de palavrão, de sarcasmo e de duras verdades. Do primeiro livro lido, somente aos 15 anos, até se descobrir escritor, por conta de um grupo de WhatsApp, aos 18, Alan sabe que seu destino poderia ter sido diferente. Viveu as dificuldades de ajudar a mãe que foi ambulante na Salles Barbosa e lá passou a conhecer pessoas, perceber trejeitos e ver como era o que ele chama de “feirense médio”. Vivências que virariam crônicas publicadas e muito compartilhadas no Facebook. Atualmente Alan trabalha em uma grande agência de publicidade em São Paulo e, apesar das dificuldades, já publicou “Marani”, seu primeiro romance e a obra de suspense e terror “Lago Aruá“. Paralelamente ele defende o movimento literário Sertão Punk, que você vai conhecer melhor na entrevista abaixo onde assuntos como racismo no meio literário e afrofuturismo também são abordados.
Quando surgiu o desejo de ser escritor? Como você se descobriu escritor?
Foi um processo meio estranho e demorado. Eu comecei lendo tarde, li meu primeiro livro na vida aos 15 anos, ainda no ECASSA. Me apaixonei pela leitura nessa época, mas a escrita em si veio anos depois, já com 19 pra 20 anos. Nessa época eu já tinha terminado o ensino médio e não estava arrumando emprego, então passava muito tempo em casa. Acabei entrando em um grupo de Whatsapp junto com uma galera de vários estados do Brasil e todo mundo curtia as mesmas coisas que eu: filmes, séries, animes, livros, etc. Resolvemos fazer uma brincadeira de criar personagens pra cada um do grupo. A galera curtiu e decidimos criar uma história com todos. Eu era um dos responsáveis por juntar todas as histórias em uma só. Acho que foi mais ou menos por aí.
Onde foi criado em Feira, como foi a infância?
Eu nasci em Feira de Santana, mas passei uma parte da minha infância em São Paulo, até os oito anos. Meus pais já tinham uma vida estabelecida na cidade. Minha mãe era costureira e meu pai, pintor. Eles usavam as economias, dinheiro de FGTS, férias, essas coisas, pra construir a casa em Feira. Quando voltamos, em 2003, já tava tudo mais ou menos pronto. Daí em diante vivi a maior parte da minha vida no Parque Lagoa Subaé.
A gente sempre foi pobre. Um pouco menos do que a grande maioria das pessoas pobres do Brasil, porque tínhamos nossa própria casa, minha mãe trabalhava com carteira assinada, meu pai tinha o emprego dele, mas nada nunca foi realmente fácil. Já passamos por vários apertos na vida, mas sempre estávamos ali um pelo outro, todo mundo se ajudava como podia e até hoje é assim. Por um tempo, o Parque Lagoa foi um bairro mais perigoso do que é hoje. Vi muitos pivetes morrerem cedo demais por causa de droga, facção, crime. Gente de 12, 15 anos, que nem tiveram tempo de mudar de caminho e ter alguma oportunidade, como eu tive. Isso moldou muito da minha visão de mundo, porque o pensamento coletivo ficou ainda mais forte na minha mente.
Eu sempre curti desenhar e isso era um passatempo massa pra mim. Depois de um tempo trabalhando como costureira, minha mãe comprou uma barraca na Salles Barbosa em 2007, que existia até o dito cujo do prefeito resolveu derrubar pra favorecer empresário mineiro e acabar com o sustento e a história de milhares de pessoas na cidade. Lá foi que comecei a aprender os caminhos do centro, conhecer pessoas, perceber trejeitos das pessoas e ver como era o “feirense médio”. Sempre que ficava com a coroa, e quando a gente conseguia vender alguma coisa, pegava uma parte da grana e juntava pra comprar materiais de desenho na Maskat e na banquinha de jornal em frente a Prefeitura. Isso me fez querer trabalhar com design por muitos anos. Acabei fazendo Jornalismo na FAT. Coisas da vida, né. Mas não me arrependo de maneira alguma.
Fiz o final do fundamental 1 no Luciano Ribeiro Santos, uma escola municipal lá no Parque Lagoa mesmo. Depois, fui pro ECASSA, onde fiquei até o fim do ensino médio. Quando entrei, Artemízia ainda era a diretora, botava medo até na galera do terceirão. Foi lá também que fiz meus melhores amigos, que estão comigo há anos e já são parte da família, verdadeiros irmãos que ganhei com a vida, mesmo tendo, também, meus irmãos de família. Bati muito de frente com Lúcia Branco, diretora da escola, por conta de várias e várias situações de descaso da gestão da escola com o próprio patrimônio e a educação. Já fiz abaixo assinado pra tirar ela de lá, brigamos muito e, até a última vez que fui lá (em 2018, não lembro), ela sequer olhava na minha cara direito. Ainda bem.
Por que foi pra São Paulo?
Eu trabalhava com publicidade numa agência de Feira, tinha acabado de terminar a faculdade. Não tinha muitas pretensões de sair, porque, bem ou mal, eu gosto de Feira. Mas aí uma vizinha viu uma publicação de um processo seletivo pra jovens criativos de uma agência de São Paulo, a Wieden+Kennedy. Até então, não conhecia nada da agência, mas depois descobri que se tratava de uma das maiores e mais relevantes do mundo, responsável por várias campanhas icônicas pra Nike. Resolvi tentar. Depois de um mês de processo seletivo, fui um dos selecionados pro programa. Além de mim, mais duas pessoas da Bahia entraram: Caíque, fotógrafo de Madre de Deus; e Larissa, estudante de jornalismo da UFBA, mas que é natural de Uruçuca. No total foram seis: tinham mais duas pessoas de Brasília (Lara, publicitária; Luiz, fotógrafo e diretor de arte) e Taís, ilustradora de São Luiz, no Maranhão.
A gente passou nove meses trabalhando na Wieden+Kennedy, aprendendo sobre publicidade e fazendo projetos internos, enquanto morávamos num hostel. Foi um período bem intenso, com vários altos e baixos pelo caminho. Foi durante esse período que vi o quanto o mercado aqui era mais organizado que Feira, além das oportunidades de crescimento serem maiores. Resolvi ficar pra ter uma grana a mais e poder ajudar meus pais. Hoje, trabalho em outra agência, FCB Brasil, que também é uma empresa global e bem grande na área. No fim das contas, deu tudo certo.
O que é o Sertãopunk?
O sertãopunk é uma ideia. É mais fácil começar por aí. Uma ideia de como o Nordeste pode ser no futuro a partir de um ponto de vista nordestino. O sertãopunk começou depois de mim e mais dois amigos, Alec Silva e Gabriele Diniz, que também são escritores negros e nordestinos, levantarmos alguns questionamentos sobre como o a cultura da região era representada nas produções de ficção, fossem elas livros, filmes, séries, artes visuais, etc. Porque sempre o nordestino como, ou cangaceiro, ou matuto? Por que a estética da seca sempre atrelada ao Nordeste? Foi a partir de questionamentos assim que a gente começou a pensar no sertãopunk.
A gente tem uma região rica em biodiversidade, produção de energia limpa, com polos de tecnologia e geração de renda bem estabelecidos, a única baía inteiramente navegável do mundo (a Baía de Todos os Santos), alguns dos maiores portos do Brasil, fora toda a diversidade cultural, mais de 1900 territórios quilombolas, centenas de tribos indígenas e presença constante nas maiores e mais relevantes revoltas populares da história do Brasil. O Nordeste não é só o carnaval de Salvador, seca e Lampião.
Foi pra isso que pensamos o sertãopunk, pra ser uma ideia pra todo mundo que quer se expressar contra esses estereótipos e xenofobia construídos historicamente. Através de qualquer tipo de arte: música, grafite, literatura, o que for. A partir daí, dar uma nova cara pras possibilidades de Nordeste no futuro.
Quais livros já publicou?
Publiquei Marani, meu primeiro e único romance, até então, em 2017. Em 2019 lancei O Lago Aruá via financiamento coletivo pelo Catarse, mas esse é menor, entre um conto e uma novela. Entre esses dois eu participei de alguns projetos coletivos com autores de vários estados do Brasil, além de colocar coisas avulsas na Amazon, no total. No total, são umas 10, 12 publicações. Meu último lançamento foi Abrakadabra, em 2020, direto na Amazon e já dentro da estética do sertãopunk. Além, é claro, da coletânea Sertãopunk: histórias de um Nordeste do amanhã, que traz o manifesto do movimento, além de artigos sobre pontos relevantes sobre o que a gente pensou e dois contos, um meu (Schinzophrenia) e o outro de Gabriele Diniz (Os olhos dos cajueiros), co-criadora do sertãopunk.
É difícil chegar até uma editora e publicar seu primeiro livro?
Existem diversos formatos de editoras por aí. Muitas usam um sistema de “pague pra publicar”, em que o autor paga por todo o processo editorial mais uma quantidade de livros, os caras fazem um trabalho meia-boca e depois somem, colocam o livro no site deles, nunca trabalham publicitariamente a obra, te fazem assinar um contrato criminoso e tu nunca vê a cor do dinheiro pelo teu trampo.
E tem as editoras tradicionais. Essas, sim, são difíceis de acessar, porque elas possuem um processo editorial mais sério e não costumam apostar em autores iniciantes de cara, justamente por ser dela todos os custos de produção e divulgação da obra, além de bancarem um adiantamento dos direitos autorais pro autor. Pra chegar nessas, das duas uma: ou tu é branco (se for do Sul ou de São Paulo, melhor ainda); ou é muito, muito bom.
Como foi o processo de criação do Lago Aruá?
O Lago veio depois de uma viagem que fiz com minha ex-namorada. Ela é de Salvador e a gente nunca tinha feito uma viagem junto. Uns amigos dela resolveram passar um final de semana numa casa na Lagoa do Aruá, na Reserva de Sapiranga, em Mata de São João. Resolvi ir com eles. Durante uns dois dias, algumas coisas meio bizarras aconteceram. Vi alí uma oportunidade de fazer uma história de terror a partir de um ponto de vista mais cru, que era o meu. Daí nasceu O Lago Aruá.
Você se define um escritor de que tipo?
Eu gosto de escrever tipos diferentes de literatura. Tem minhas crônicas, que geralmente tem um formato mais engraçado e que eu falo mais da cidade e das pessoas. E meus contos, que quase sempre são de terror e suspense.
Pro primeiro tipo de texto, eu sempre tento pensar “o que as pessoas fazem que ninguém percebe, mas que pode ser bom o suficiente pra virar um texto?” antes de escrever. Feira tem gente de todo tipo e isso é ótimo. Quanto mais diferente são as pessoas, mais fácil é de dar uma exagerada nas coisas e criar uma veia bem-humorada. Eu já fiz crônicas sobre o BRT, o velho do licuri e por aí vai.
Com os contos eu já tenho outra pegada. Acho que a literatura de terror tem um poder de sintetizar coisas muito relevantes e gerar um outro tipo de impacto sobre as pessoas. Por exemplo: O Lago Aruá fala de uma viagem de fim de semana, mas também fala sobre preconceito religioso, racismo, relacionamentos conturbados, descaso com o meio ambiente e por aí vai. Abrakadabra é sobre uma experiência em realidade virtual, mas também fala sobre as dores que corpos negros carregam, a criação do estereótipo de incapacidade sobre pessoas com deficiências e outras coisas. Então eu tento pegar todas as porcarias que rodeiam a gente e mostrar isso de uma forma que vai impactar a galera, nem que seja pelo susto ou pelo medo.
Feira de Santana te inspira de alguma forma em suas obras? Seja positiva ou negativa….
Sim, com certeza. Pra ambas. Eu gosto de Feira de Santana, por ser uma cidade com gente de todo o canto, em que a cultura popular tem uma força enorme na fundação do tipo feirense e por aí vai. O que eu não gosto é de quem gere a cidade, desses coronéis de meia-tigela que tratam Feira como se fossem a casa deles. Você sabe de quem eu tô falando. A experiência negativa vem daí: da violência que desgraça a cidade, a falta de estrutura social, saúde e educação públicas de qualidade, entre outros vários problemas. Isso também me inspira porque não posso deixar os problemas da cidade alheios ao que eu faço.
Quando a gente, que produz algum tipo de arte, seja literatura, música, artes visuais, o que for, não aponta as doenças sociais, estamos negando que elas existem. Não tem essa de “arte sem politicagem”, a arte é política e o ser humano é um ser político. Política não é só partidária. Se não contextualizamos as coisas e mostramos os erros da sociedade, somos coniventes. Isso legitima que isso continue acontecendo.
Existe racismo na literatura brasileira? Você já sentiu isso na pele?
O racismo brasileiro é estrutural. Ele sempre vai estar presente em qualquer lugar porque a nossa sociedade foi fundamentada assim, com racismo. O meio literário não é diferente. No meu caso, principalmente depois que começamos a trabalhar no sertãopunk, houveram situações que não só minhas falas, quanto as de Alec e Gabriele, que são também negros, foram desvalorizadas e apagadas por pessoas brancas. De forma intencional.
Uma das bases pro sertãopunk é o afrofuturismo, justamente porque a gente entende o peso que a cultura africana teve na história do Nordeste, não só por sermos negros, também. O fato de três negros e nordestinos questionarem várias atitudes do próprio mercado editorial, como nós fizemos – mercado esse que é inundado de pessoas brancas, bem de vida e, na grande maioria, do Sul e do Sudeste – gerou um incômodo no mercado e algumas inimizades que nos perseguem até hoje.
Mas é aquela coisa, né: se gente ruim não gosta do que eu falo ou faço, eu fico feliz.
É mais difícil ser reconhecido como escritor de sucesso sendo nordestino, de Feira de Santana?
É difícil ser escritor num todo, porque o mercado é uma bagunça daquelas. Quando a gente vai colocando as camadas minoritárias e sociais no jogo, vai ficando pior. Ser escritor, do interior do nordeste, pobre e negro é complicado. Mas se for uma mina nas mesmas condições, é ainda mais. Se for indígena, quilombola, ribeirinho, também. Por aí vai. Pra quem tá de fora pode até pensar que é “lacração” desnecessária ou exagero. Obviamente que existem, sim, grandes escritores nordestinos, negros e mulheres, também. Mas nessas horas, a gente tem que pensar no todo: qual a cor das pessoas que comandam as editoras, que editam as histórias, que trabalham com a divulgação delas e que fazem resenhas, reviews e por aí vai? Como funciona esses processos até chegar em uma editora ou no mercado?
Quando tu tá no jogo, vê que muita gente (muita gente mesmo) entra no mercado sem qualquer mérito. Escrevendo mal, com posicionamentos questionáveis, mas que tá ali porque é amigo de não sei quem, parente de fulano, estudou na mesma faculdade que sicrano, etc. A a paleta de cores dessa brincadeira aí é branca. Hoje, não sinto tanto isso porque já tô mais estabelecido (e, curiosamente, a maior parte dos meus leitores são de fora do Nordeste). Mas, pra quem tá começando, é, sim, complicado.
Acho que Feira de Santana tem um potencial de contação de histórias enorme. A gente tem história e tradição na literatura de cordel. Uma das primeiras coisas que li, antes do meu primeiro livro, foi um cordel, sobre Lucas da Feira, escrito por Franklin Machado, que tá em minha casa em Feira até hoje. O que falta é a própria cidade começar a olhar com mais atenção pra quem produz cultura em casa.
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Como um grande projeto imobiliário se tornou um “elefante branco” em Feira de Santana
Por Rafael Velame
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Elefante branco é uma expressão usada para ironizar algo que é valioso mas que não possui qualquer utilidade, tornando-se dispendioso e inútil. Quem passa pela avenida Getúlio Vargas, o metro quadrado mais caro de Feira de Santana, logo percebe um grande prédio vinho, espelhado, com colunas pastilhadas em tons de bege, que se encaixa perfeitamente na definição de “elefante branco“.
Atualmente abandonado, o empreendimento batizado de Amayo Apart Hotel foi projetado para ser um pomposo prédio. Com uma área de 20 mil metros quadrados foi lançado em 2008 e vendido como excelente investimento para diversos empresários e profissionais liberais da cidade, que acreditaram no projeto.
Mas o que seria um bom negócio, acabou virando um grande prejuízo. A entrega do prédio de 13 andares anunciada para o segundo semestre de 2011 foi adiada por diversas vezes e nunca aconteceu.
Por fora, a obra de responsabilidade das empresas OMR e Amayo Patrimonial parece estar concluída, entretanto os compradores do prédio – chamado por parte da imprensa de “o mais marcante e inovador empreendimento da área hoteleira feirense” – nunca receberam as chaves dos apartamentos comprados. Um comprador que não quis se identificar revelou ao blog que após muito insistir, teve devolvido o dinheiro que deu de entrada no empreendimento. “Aceitei receber em parcelas, apesar de ter pago 30% do valor do imóvel à vista, para não aumentar meu prejuízo. O real motivo para a entrega não acontecer nunca foi relevado a quem comprou”, contou.
Em abril de 2008, quando o empresário Oyama Figueiredo lançou o projeto ao lado de autoridades municipais, afirmando estar concretizando o seu antigo sonho idealista de dotar a cidade de um Apart Hotel com alto nível, ninguém ousou imaginar que o empreendimento seria um dos maiores fracassos do mercado imobiliário feirense. A falta de estacionamento no projeto original não foi questionada nem pelo poder público municipal, responsável pela liberação da obra, nem pela imprensa.
Uma autoridade municipal da época que estava presente na inauguração e também preferiu não se identificar contou que a empolgação dos envolvidos foi tamanha, ao ponto de se falar em hospedar a delegação de alguma seleção que disputaria a Copa do Mundo de 2014 no Brasil. “No lançamento era o que mais se falava, ninguém imaginou o que aconteceria no futuro”, revelou o membro do então governo do ex-prefeito Tarcízio Pimenta, que foi procurado pelo Blog, porque aparece em fotos do dia do lançamento.
O Blog do Velame apurou, ainda, que em 2010 os donos do Amayo chegaram a encomendar estudos para instalação de um hospital no prédio, porém, foram desaconselhados por conta da má qualidade dos ferros utilizados na obra que inviabilizam a possibilidade do uso de equipamentos pesados nos andares mais altos.
Estima-se que a área total do Amayo esteja avaliada entre R$ 60 e R$ 80 milhões, já que o metro quadrado na Getulio Vargas é vendido atualmente entre R$ 3.000 e R$ 4.000.
O empresário Oyama Figueredo foi procurado pela reportagem para dar sua versão dos fatos, entretanto as ligações não foram atendidas. A novela do Amayo, que significa Oyama ao contrário, parece estar longe do fim.
Ran Rainha promete confronto com fundamentalistas e racistas caso seja eleita em Feira
Por Rafael Velame
Filha de mãe solteira, lavadeira, faxineira, defensora da causa LGBT, preta, produtora cultural, líder estudantil, estudante de cinema e ativista da soberania alimentar. Esse é um perfil de Helder Santos Souza, feirense, da Barroquinha, 35 anos, e que prefere ser chamado pelo nome de Ran Rainha e é pré-candidata a vereadora de Feira de Santana pelo PSOL.
Ran é bastante conhecida na cidade pelo ativismo cultural e por algumas polêmicas. No movimento estudantil desde os 15 anos de idade, foi uma das primeiras assessoras do mandato do então deputado estadual, Zé Neto. Na política, diz se espelhar na ex-senadora Heloisa Helena, no ex-presidente Lula, no ex-vereador Marialvo Barreto e no ex-deputado Jean Willys. “Essas pessoas me fizeram hoje o que sou enquanto pensamento na vida, me ajudaram muito a direcionar meu caminho”.
Ran conhece de perto os bastidores do legislativo feirense. Em 2005, trabalhou no mandato do professor Marialvo e diz ter visto muitos absurdos. “Muita coisa absurda tipo vereador marcando consulta”, conta. Essa prática ela não pretende adotar. “Coisas que não tenho intenção de fazer, tenho intenção é de denunciar”.
Por entender que a Câmara atual não representa o povo feirense, decidiu tentar ocupar uma cadeira no conservador legislativo feirense. “Decidi me candidatar pela ausência de representatividade política na Câmara, falta quem represente a juventude da periferia, a cultura de Feira, o debate de soberania alimentar e alguém que banque a pauta de políticas públicas LGBT”, reclama.
Como muitos moradores de Feira, Ran se sente um cidadã invisível na Câmara. “Ela não me enxerga. Não vejo atuação, não vejo resposta as necessidades da cidade. Cidade sem saneamento básico, sem pavimentação”, critica.
Ran Rainha foi responsável pelo Festival Elefante Branco, que usou as estações abandonadas do BRT nas avenidas Getulio Vargas e João Durval Carneiro para realização de uma “festa protesto”. “O festival teve o intuito de denunciar e dar visibilidade ao BRT usando o fator cultural musical para denúncias. Demos visibilidade a essa problemática da cidade”.
Sobre o BRT ela é taxativa.”Um BRT que não pensa na mobilidade urbana”.
Caso seja eleita, Ran promete debater políticas públicas pensando nas pessoas, algo que diz não existir na política atual da cidade. “Não tem contraponto, não tem oposição que paute os interesses do povo”. Para ela, a política esta em processo de desinteresse. “As pessoas estão desacreditadas que elas são capazes de ocupar esses espaços e por isso esse setor fundamentalista religioso ocupa esses espaço para destruir a gente”.
Desde que o PSOL tornou pública a sua pré-candidatura, muitas pessoas comentaram nas redes sociais que gostariam de ver um debate de Ran com o vereador fundamentalista religioso Edvaldo Lima no plenário feirense. “Edvaldo Lima só sabe atacar os LGBT. Ele só existe porque nós existimos. Temos que ocupar esses espaços para fazer contrapontos e para pautar a nossa realidade. Minha bandeira é por um parlamento com diversidade de pensamento”.
Um assunto recorrente nas redes sociais da pré-candidata é a soberania alimentar. Mas, o que é isso? Segundo ela, esse é um debate importante em Feira enquanto política pública. “Precisamos fomentar a criação de hortas orgânicas, hortas comunitárias na periferia. Em um momento desse de pandemia nossa independência alimentar seria muito importante”, explica.
Em 2011, aprovada no primeiro Enem da história, a feirense foi estudar História na cidade de Jaquarão, no Rio Grande do Sul. Mas, o sonho virou pesadelo. Ran virou notícia em todo Brasil por ter sido mais uma vítima da violência policial brasileira. Abordada pela polícia gaúcha com ofensas racistas e truculência, acabou agredida e presa. A estudante baiana denunciou as agressões à corregedoria da Brigada Militar gaúcha e acabou vítima de diversas ameaças de morte. Com medo, teve que retornar para Feira e foi temporariamente beneficiada pelo Programa de Proteção a Testemunhas da Secretaria da Justiça da Bahia. Por isso, a bandeira anti-racismo também será defendida. “Nosso mandato vai estar disponível a todos que forem vitimas de racismo. Não podemos passar pano pra racista. Se essa bicha preta chegar no mandato, nosso lema para racista vai ser bala e fogo”, brada. Caso consiga ser o primeiro homossexual assumido a assumir um mandato na Câmara de Feira, Ran Rainha entrará para história. “Quero construir políticas públicas não só para os LGBTS, mas para toda cidade. Ter um viado na Câmara, um representante de travesti na Câmara, essa será a primeira mudança”.
Algumas lendas pairam sobre Ran. Uma delas é a que vende brigadeiro de maconha nas festas. Ou como ela fez questão de frisar: “brizadeiro”. Os boatos surgiram porque ela faz parte da empresa “Manga Rosa”, culinária canábica. Eles trabalham com material importado e legalizado derivado da maconha. “Óleos, azeites, é diferente da maconha, são derivados do canabinol. Por exemplo, a semente da maconha é riquíssima em omega 3. Estamos desenvolvendo em Feira uma linha de produtos derivados desse material”, explica. Por fim, escolada com o processo de criminalização da maconha, Ran fez questão de deixar claro. “Não sou traficante. Não vendemos maconha. Todo material é importado que vem pelo correio”, ressalta.
Por que Bira, do Programa do Jô, falava tanto em Feira de Santana?
Reportagem publicada no Blog da Feira em 27 de agosto de 2007.
Por Rafael Velame
O baixista Bira do Programa do Jô é conhecido por sua risada exagerada, marca registrada de uma personalidade divertida. Baiano de Salvador, nascido e criado no tradicional bairro do Bonfim, Bira nunca teve duvidas de que havia nascido para fazer música. “Nasci para tocar” contou.
Ultimamente uma constante brincadeira de Jô Soares chamou a atenção do Blog. O irreverente apresentador sempre relaciona Bira à cidade de Feira de Santana. Em uma conversa exclusiva com Blog, Bira revelou que tudo começou em uma entrevista, há tempos atrás. “Uma pessoa de Feira de Santana, que estava sendo entrevistada pelo Jô, me perguntou se eu conhecia a cidade. Eu respondi que sim e brinquei dizendo que era o centro comercial de todo o Nordeste, tudo que vai para o Norte e Nordeste do Brasil passa por Feira de Santana. É uma cidade importantíssima e próxima de Salvador. Depois desse discurso que eu fiz, Jô achou engraçado e ficou a brincadeira no ar. Sempre que ele me pergunta sobre alguma cidade eu digo que é próximo a Feira de Santana”, ironizou.
Morando em São Paulo desde 1967, o baixista começou a trabalhar na televisão no SBT com Silvio Santos. “Foi um prazer trabalhar com o Silvio”, lembrou. Com Jô Soares ele trabalha há 19 anos. Mas, para chegar onde está hoje, Bira já ralou na vida. Em Feira de Santana, o anônimo Ubirajara Penacho dos Reis trabalhava como propagandista de um laboratório de remédios. “Apesar do trabalho duro, eu adorava trabalhar em Feira, pois toda vez que eu chegava lá pegava a lambreta de um amigo que trabalhava no antigo banco Econômico, e ia passear pela cidade”. Bira mostrou-se um amigo desmemoriado e não lembrou o nome do colega feirense, mas acredita que ele ainda está vivo. “Recentemente fiquei sabendo por um amigo que apenas dois dos meus contemporâneos morreram”, revelou.
A ultima vez que esteve em Feira foi nos anos 60. “Eu me hospedava no hotel da Euterpe, existia um hotel com esse nome?”, perguntou dando sinas que a memória anda fraca não só para lembrar do nome do amigo.
Bira disse ainda que costuma receber cartas de Feira e destacou a de uma cantora feirense que ele não lembra o nome (para variar). “Ela pedia uma oportunidade no programa do Jô e contava na carta que fez uma música em homenagem ao Jô Soares, repassei a carta para a produção e a qualquer momento ela pode ser chamada para uma entrevista”.
Quando estávamos quase encerrando a conversa o irreverente e simpático músico fez a revelação mais importante da entrevista. “Nas férias de janeiro eu vou a Feira de Santana”. De pronto fizemos o convite: um almoço do Blog da Feira com Bira do Jô, e ele aceitou na hora.
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